Operação Compliance Zero

Mundo político reage a prisões, após operação da PF que implica BRB

Parlamentares e e autoridades, da esquerda e da direita, criticaram a gestão do BRB e o governador distrital.

Após a Polícia Federal (PF), em ação conjunta com o Banco Central e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), deflagrar a Operação Compliance Zero, autoridades, de dentro e de fora da política, se manifestaram sobre o caso.

Durante seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado no Senado Federal, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, enfatizou a magnitude da fraude e a integração com outras instituições. "Estou desde de 5h e pouco da manhã acordado. Nós estamos fazendo uma operação importante, numa integração inclusive junto com Banco Central, com o Coaf, atuando em conjunto para um crime contra o sistema financeiro", disse Rodrigues.

Segundo o diretor, nas primeiras ações, na manhã de ontem, foram apreendidos R$ 1,6 milhão em dinheiro em espécie, além de carros de luxo, obras de arte e relógios de alto valor.

Enquanto a operação se desenrolava, parlamentares e autoridades, da esquerda e da direita, criticaram a gestão do BRB e o governador distrital. A senadora pelo DF, Leila do Vôlei (PDT), disse, em seu perfil no X (antigo twitter), que o presidente do BRB assumiu a culpa, dizendo que "as operações foram realizadas sem comunicação a nenhuma instância do Banco e sem qualquer análise técnica interna". Para ela, a declaração é "gravíssima" e "lança uma luz direta" sobre o gabinete de Ibaneis.

O deputado federal pelo DF, Alberto Fraga (PL), disse que ele "e outros" já haviam avisado que a compra do Master pelo BRB era "puro rolo" e uma "falcatrua". Fraga disse estar preocupado que o dinheiro do Instituto de Previdência do DF (Iprev) seria perdido, e afirmou que "os servidores públicos do Distrito Federal vão ficar a ver navios". Ele exemplifica ainda que a prisão do dono do Master e a operação da PF explicam o porquê do governador do DF ter comprado fazendas e aviões.

Filiados ao PSB, Rodrigo Rollemberg, também deputado federal pelo DF, e Ricardo Cappelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI, criticaram de forma dura, no X, o esquema de fraude e o GDF. Rollemberg disse que Ibaneis era o "padrinho dessa operação", e Cappelli indagou: "quando Ibaneis será afastado?" e respondeu:" questão de tempo".

Rogério Correia (PT-MG), presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, disse que "os fios se cruzam", porque enquanto o deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP), ex-relator do Marco Legal do Crime Organizado, tentava "empurrar" um relatório que iria enfraquecer a PF e entregar "um salvo-conduto" ao crime organizado, a Polícia Federal prendeu Daniel Vorcaro (dono do Banco Master). “Amigo de Bolsonaro e Tarcísio, peça-chave do esquema do consignado e ligado ao pastor André Valadão, da igreja Lagoinha. Tem igreja com banco, fintech ‘Clava Forte’ pra lavar dinheiro e um sistema inteiro TREMENDO. A pressa em desmontar a PF NÃO É COINCIDÊNCIA”, disse, também em seu perfil no X.

 


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