Empresa pública

Sai empréstimo para os Correios: valor bate os R$ 12 bilhões

Valor é inferior ao empréstimo de R$ 20 bilhões, negado pelo Tesouro no início do mês

O Ministério das Comunicações publicou, ontem, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) o extrato do empréstimo de R$ 12 bilhões para os Correios. O valor foi aprovado pelo Tesouro Nacional no dia 18 de dezembro. O dinheiro será usado para a reestruturação econômico-financeira da estatal.

O valor é inferior ao empréstimo de R$ 20 bilhões, negado pelo Tesouro no início do mês. Os credores são o Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.

O empréstimo tem prazo de pagamento de 15 anos, com 3 anos de carência e juros equivalentes a 115% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), taxa de referência das operações interbancárias e próxima à taxa básica de juros, a Selic. O percentual ficou abaixo do limite usual de 120% do CDI adotado pelo Tesouro para operações com garantia da União.

CDI é a taxa usada no crédito interbancário (empréstimos diários entre os bancos). O CDI é um pouco inferior a Taxa Selic (juros básicos da economia). Com a Selic atual em 15% ao ano, um CDI de 120% equivale a cerca de 18% ao ano.

Os recursos poderão ser utilizados como financiamento para capital de giro e investimentos estratégicos da estatal. O dinheiro pode ainda ser destinado ao pagamento da comissão de estruturação da operação de crédito, além de outras despesas vinculadas ao plano de reestruturação.

Segundo o Tesouro, a proposta aprovada atende aos critérios de capacidade de pagamento exigidos para empresas estatais que têm plano de reequilíbrio financeiro validado pelas instâncias competentes.

Reestruturação

Desde outubro, os Correios negociam com bancos o empréstimo para ajudar a reestruturar a empresa. Apresentado em novembro, o plano de reestruturação prevê um programa de demissão voluntária e o fechamento de 1 mil agências e a venda de R$ 1,5 bilhão em imóveis. Pelo plano, o empréstimo de R$ 20 bilhões seria usado para quitar uma dívida de R$ 1,8 bilhão da estatal, quitar débitos com fornecedores, modernizar o serviço de encomendas e encontrar novas fontes de receitas. 

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