Vôlei masculino

França vence Rússia e ganha ouro olímpico inédito no vôlei em Tóquio

Em jogo decidido no tie break, França consagra-se campeã olímpica em despedida do técnico Laurent Tillie, após nove anos à frente da seleção

Maíra Nunes
postado em 07/08/2021 12:35 / atualizado em 17/08/2021 08:53
Seleção da França vence Comitê Olímpico Russo (ROC) na final do vôlei masculino nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 -  (crédito: AFP)
Seleção da França vence Comitê Olímpico Russo (ROC) na final do vôlei masculino nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 - (crédito: AFP)

A história do primeiro ouro olímpico da seleção francesa no vôlei masculino é familiar. Assim como foi com o Brasil nos Jogos da Rio-2016, a França passou pela primeira fase aos trancos e barrancos, cresceu nos jogos eliminatórios e superou um adversário que vinha com grande regularidade na final dos Jogos de Tóquio-2020. Na manhã deste sábado (7/8), os franceses venceram o Comitê Olímpico Russo (ROC) por 3 sets a 2 (parciais de 23/25, 17/25, 25/21, 25/21, 12/15), na Ariake Arena, na capital japonesa,garantindo a medalha inédita e dourada do país no vôlei nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

A partida histórica para a França marcou a despedida em grande estilo do técnico Laurent Tillie, após nove anos à frente da seleção. O brasileiro Bernardinho assumirá no lugar dele no próximo ciclo olímpico que terminará nos Jogos de Paris-2024. Laurent comandou a equipe nacional na conquista do Campeonato Europeu de 2015 e em dois títulos da então Liga Mundial (atual Liga das Nações), em 2015 e 2017. Mas a pressão por uma campanha de sucesso em Olimpíadas era enorme.

» Acompanhe a cobertura completa das Olimpíadas de Tóquio na página especial do Correio Braziliense

A seleção francesa masculina de vôlei disputou apenas cinco participações olímpicas. As duas últimas, sob comando de Laurent. Até Tóquio, porém, o país havia ficado longe de brigar por medalha em todas elas. Na Rio-2016, a equipe europeia sequer passou da primeira fase. Em Tóquio-2020, quase amargou novamente uma eliminação precoce.

A França dependeu de uma combinação de resultados para avançar, na última colocação do grupo, para as quartas de final. Mas não se abalou e acumulou vitórias sobre a forte Polônia, Argentina e o Comitê Olímpico Russo (ROC) até o primeiro lugar do pódio.

 

Final eletrizante até o tie break

Na decisão, os franceses começaram muito melhores e abriram ótima vantagem no jogo, vencendo os dois primeiro sets. O primeiro de forma mais apertada, terminou 25 x 23. O segundo já foi um passeio, por 25 x 17. Quando o título parecia estar encaminhado, o vôlei lembrou que são as reviravoltas que ajudam esse esporte a ser tão popular mundo afora.

Os comandados de Laurent Tillie venciam também o terceiro set, por 15 x 13, quando o bloqueio russo começou a entrar. Em uma reação heroica, o Comitê Olímpico Russo empatou em 18 x 18 e se mantém vivo, ao fechar a parcial por 25 x 21.

Embalada, a Rússia ganhou também o quarto set, por 25 x 21, levando a decisão do ouro para o tie break. Os russos largaram na frente, abrindo 6 x 4, mas os franceses buscaram o empate na sequência (6 x 6) e travaram um duelo emocionante. O desfecho coroou Earvin N'gapeth, protagonista da seleção francesa e um dos melhores jogadores da atualidade e das Olimpíadas em Tóquio.

O craque controverso francês fez valer o talento dentro de quadra ao invés das complicações fora dela — foi preso no Brasil por assediar sexualmente uma mulher em uma boate, em 2019, e respondeu na justiça uma agressão a um fiscal de passageiros de trem, em 2015. Melhor para o esporte da França, que comemora esta conquista histórica de uma geração com qualidade acima da média.

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação