BASQUETE

Leandrinho revela participação na escolha dos Warriors por Gui Santos

O ex-jogador e agora assistente técnico brasileiro comentou em entrevista ao ge.globo como caminharam as análises que resultaram na escolha pelo jogador brasiliense no draft da NBA

Victor Parrini*
postado em 05/07/2022 16:38
 (crédito: Reprodução/Instagram Leandrinho Barbosa)
(crédito: Reprodução/Instagram Leandrinho Barbosa)

Um dos grandes nomes da últimas gerações do basquete brasileiro, o ex-jogador e agora assistente técnico, Leandrinho Barbosa, contou, em entrevista ao ge.globo, como caminhou o processo de escolha do Golden State Warriors pelo ala-pivô brasiliense, Gui Santos, no draft 2022 da liga norte-americana, a NBA.

Como especulado momentos após a confirmação no draft, Leandrinho foi peça fundamental nos bastidores dos Warriors pela escolha do jogador brasiliense. Eles se conhecem bem. Foram companheiros de equipe no Minas Tênis Clube no Novo Basquete Brasil (NBB) antes da aposentadoria do ala-armador em 2020.

"A comissão técnica e o general manager (gerente-geral) dos Warriors souberam que o Gui Santos jogou comigo na época do Minas. Sentei várias vezes com eles. Perguntaram qual seria a hipótese de mandarem um scout para vê-lo de perto. A gente acabou mandando duas vezes”, revelou Leandrinho.

Em trecho da entrevista, o ex-jogador conta que também fez a ponte para outro brasileiro na NBA. Em 2021, ele ajudou nos bastidores do processo entre o ala-armador Didi Louzada e o New Orleans Pelicans. No entanto, Leandrinho garantiu que com o Gui a observação foi mais rigorosa.

“Fiz parte dessa comunicação também (com Didi Louzada), de saber como ele é, se tem potencial. A mesma coisa foi com o Gui, só que um pouco mais forte, por terem ido lá e verem ele tete-a-tete", ressaltou.

Campeão pelo Golden State Warriors em 2014/2015, Leandrinho compartilhou a satisfação de ter sido consultado durante as reuniões a respeito do draft. "Fiquei muito feliz de eles me colocarem na mesa do draft para poder fazer reuniões e poder conversar. Ver a parte analítica dele de números, no que ele é bom, como ele é, se vamos trazer para cá para fazer um workout (treino). Tudo isso, eu fiz parte. Então, eu me considero parte disso”, declarou.

“Recebi a mensagem do Shaun Livingston (ex-jogador e atual membro da diretoria dos Warriors): ‘Olha, nós pegamos o seu parceiro. Agora, você vai ter que fazer acontecer’. Eu fiquei muito feliz, por a gente ter jogado junto. Conheço bem o Guilherme, conheço o pai dele e joguei algumas vezes contra. Acredito muito no potencial dele”, relatou.

Leandrinho reconhece que Gui ainda não é nenhum astro da liga norte-americana e conta que o brazuca de 20 anos tem muito a melhorar. “Ele me marcou algumas vezes e eu tentei dar uns toques. Meio que um mentor, para ele poder ser um bom jogador. Mas não tem nada certo. Ele ainda vai ter que trabalhar muito para poder garantir o contrato (definitivo)”, comentou.

Gui Santos em lance da estreia no Golden State Warriors: Stephen Curry estava com o filho na Oakland Arena
Gui Santos em lance da estreia no Golden State Warriors: Stephen Curry estava com o filho na Oakland Arena (foto: Divulgação/Twitter/Golden State Warriors)

Novos ares

Títulos como jogador e assistente técnico reforçam a importância de Leandrinho para a recente e vitoriosa história do Golden State Warriors. No entanto, os caminhos da franquia de San Francisco e do brasileiro indicam uma separação. Segundo o jornalista Shams Charania, do portal americano The Athletic, o brazuca está de malas prontas para auxiliar o técnico do Sacramento Kings, Mike Brown.

Em trecho da entrevista, Leandrinho agradeceu ao técnico dos Warriors, Steve Kerr, pela parceria iniciada em 2016. “Tanto como jogador quanto como técnico, é impressionante. Fico muito feliz de ter hoje a visão do que é ser um técnico, como é, como agir. Aprendo muito com ele. Ele não é só um bom técnico, é um bom instrutor”, ressaltou.

Embora esteja adquirindo bagagem à beira da quadra, Leandrinho surpreendeu ao afirmar que não tem o desejo de seguir a carreira de técnico principal. “Não vou mentir, não tenho vontade de ser um técnico principal, não. Assim como exaltei o fato de o Steve Kerr ser um bom técnico, ter uma boa experiência, eu vejo o que ele passa para ele ser o que ele é. É bem estressante, não é tão fácil assim, não. Mas ficaria muito feliz se ficasse ali na frente do banco”, complementa.

*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima

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