VELA

Conheça a Flotilha do Cerrado, celeiro de atletas na capital do país

Nova safra do esporte local. com jovens de 8 a 15 anos, disputa neste fim de semana o Campeonato Brasil Centro 2022, no Lago Paranoá. Conheça a rotina de treinos de quem sonha em manter o status da modalidade que mais rendeu ouro ao Brasil nas Olimpíadas

Marcos Paulo Lima
postado em 23/07/2022 13:35 / atualizado em 24/07/2022 08:29
 (crédito: Raquel Paternostro)
(crédito: Raquel Paternostro)

A modalidade olímpica protagonista de mais medalhas de ouro para o Brasil na história dos Jogos Olímpicos tem uma geração do futuro singrando as raias do Lago Paranoá no Campeonato Brasil Centro da Categoria Optimist, que termina hoje, na capital do país. Lapidados no Iate Clube, jovens atletas de 8 a 15 anos da Flotilha do Cerrado navegam sonhando com um dia de Robert Scheidt, Torben Grael, Marcelo Ferreira, Kahena Kunze, Martine Grael. O início lúdico no esporte foi de passatempo a oportunidade de carreira.

Aos 14 anos, Renato Lunetta está classificado para o Sul-Americano e começa a ter rotina de atleta de ponta. “A nossa preparação vem sendo muito intensa. São treinos de terça a domingo. Além dos trabalhos na água, existe acompanhamento por fora, como o nutricional e o psicológico”, diz uma das promessas do Distrito Federal.

Vitória Viegas tem a mesma idade do colega Renato. Aposta feminina da Flotilha do Cerrado, ela navega desde os nove anos. “Estou treinando bastante, principalmente nas férias (escolares), quando consigo me preparar todos os dias e, às vezes, até em dois turnos”, relata, contente por competir no quintal de casa. “Competir no Lago Paranoá traz um sentimento de segurança, ainda mais porque sei como funciona”, observa.

Uthar Matheus, de 13 anos, conta que tem uma rotina puxada. “Chego a treinar seis horas diárias”, relata. Ele usa o Brasil Centro na capital como ensaio particular para o Sul-Americano e o Campeonato Brasileiro Optimist, em 2023.

Uthar Matheus em manobra no Lago Paranoá: um do veteranos da Flotilha do Cerrado. Foto: Antônio, Lunetta, Breno e Arthur: a Flotilha Cerrado em ação no Lago Paranoá
Uthar Matheus em manobra no Lago Paranoá: um do veteranos da Flotilha do Cerrado. Foto: Antônio, Lunetta, Breno e Arthur: a Flotilha Cerrado em ação no Lago Paranoá (foto: Rosana Amorim)

Um dos técnicos dos veteranos da turma é Felipe Rondina. Ele destaca a formação do atleta e do cidadão. “Estamos trabalhando com crianças. É uma responsabilidade que temos em não pegar muito pesado. Não é ter uma postura em que a criança me enxergará como uma figura de cobrança, mas de alguém que estará ali para ajudar a trilhar o caminho”, pondera o treinador.

Lucas Faria cuida dos estreantes na Flotilha do Cerrado, as crianças que interagem pela primeira vez com a modalidade. “Vejo a relação como uma harmonia entre parceria e disciplina que precisa ser criada. Ao mesmo tempo, acredito que o melhor caminho seja cultivar uma relação genuína com eles”, comenta.

Destinada às crianças de 7 a 15 anos, com no máximo 60 kg, a classe Optimist foi criada por Clark Mills, em 1947, nos Estados Unidos. Surgiu como “brincadeira” para distrair os pequenos em barcos improvisados em Clearwater, na Flórida, mas logo se consolidou em padrão adotado por todo o mundo. Em tradução livre, o nome significa “otimista”. Foi escolhido pelo fato da embarcação ser utilizada na reabilitação de crianças de um instituto. A maioria dos velejadores começa a velejar na classe por esse motivo. A Optimist é considerada e a base do iatismo e o maior celeiro de velejadores.

Apostas candangas da Flotilha do Cerrado

Veteranos

Antônia Fakhouri
Arthur Ditzsch
Bernardo Raulino
Breno Macieira
Daniel Maldaner
Luis Silva
Luz Goytisolo
Pedro Rodrigues
Renato Lunetta
Uthar Matheus
Vitoria Viegas

Estreantes

Catarina Santana
Eduarda Azevedo
Francisco Martins
Humberto Vasquez
Maria Nogueira
João Paternostro
Pedro Castro

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