COPA DO MUNDO 2022

Grandes seleções começam a desembarcar no Catar para a Copa do Mundo 2022

O presidente da Fifa, Gianni Infantino fez um apelo nesta terça por um cessar-fogo na guerra na Ucrânia. Já os jogadores apoiam ações a favor dos direitos humanos

Agência France-Presse
postado em 15/11/2022 14:58 / atualizado em 15/11/2022 18:30
 (crédito: Paul Ellis / AFP)
(crédito: Paul Ellis / AFP)

A cinco dias do início da Copa do Mundo de 2022, no domingo (20/11), fica a dúvida se as polêmicas resistirão à chegada das principais potências do futebol, muitas delas europeias, como Inglaterra, Holanda e a Dinamarca, ao Catar, a partir desta terça-feira (15/11).

Por sua vez, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, presente na reunião do G20 em Bali, fez um apelo nesta terça por um cessar-fogo na guerra na Ucrânia durante o evento planetário. "Meu apelo a todos vocês é que valorizem um cessar-fogo temporário por um mês enquanto durar a Copa do Mundo", declarou.

"Não somos tão ingênuos a ponto de achar que o futebol pode resolver os problemas do mundo", admitiu. Mas a Copa do Mundo é uma plataforma única, com uma audiência estimada em cinco bilhões de telespectadores, oferecendo "uma oportunidade de fazer todo o possível para acabar com todos os conflitos", afirmou, lembrando que a Rússia organizou a Copa do Mundo de 2018 e que a Ucrânia é candidato a anfitriã do evento em 2030 juntamente com Espanha e Portugal.

Apoio de jogadores franceses a ONG 

Os jogadores da seleção francesa anunciaram a intenção de dar apoio financeiro a ONGs que atuam "na proteção dos direitos humanos" e relembraram seu "compromisso" com a "rejeição de qualquer tipo de discriminação" antes da Copa do Mundo de 2022 no Catar.

Em uma "carta coletiva" publicada nas redes sociais, os atuais campeões mundiais reconhecem "um contexto turbulento" em torno deste Mundial, que começa no domingo: "Cada um de nós deve assumir a sua cota" de responsabilidade, explicam, se juntando a outros países classificados que já se pronunciaram sobre o assunto, como Austrália e Dinamarca.

Os 'Bleus' haviam se mantido discretos até agora em relação a suas posições sobre os direitos humanos, o que gerou críticas de ONGs em torno desta primeira Copa do Mundo organizada em um país árabe.

No tenso contexto extraesportivo desta Copa do Mundo, seja relacionado a direitos humanos, discriminação contra pessoas LGBTQ+ ou questões ambientais, todo posicionamento ou cada ação será escrutinada.

A pergunta que se faz é qual será, por exemplo, a atitude dos dinamarqueses no primeiro treino, depois de terem sido proibidos na quinta-feira passada pela Fifa de usar uma camisa com uma mensagem a favor dos direitos humanos em seus treinos preparatórios.

Os australianos haviam indicado na segunda-feira, ao chegarem, que não levantariam mais a questão dos direitos humanos, poucos dias depois da publicação de um vídeo que teve grande repercussão.

Atividades 'sociais' de Inglaterra e Holanda 

Na segunda-feira, em sua primeira coletiva de imprensa em Doha, eles fizeram uma breve menção ao assunto. Mas para encerrá-lo.

"O que dissemos naquele vídeo está dito, o que deveria ser ouvido já foi ouvido, e agora, francamente, lidamos apenas com futebol, não falamos mais sobre isso", explicou o atacante Mitchell Duke do centro de treinamento dos 'Socceroos'.

Holanda e Inglaterra, por sua vez, se reunirão na quinta-feira com os trabalhadores migrantes que participaram da construção de infraestrutura para esta Copa do Mundo, no âmbito de um programa organizado pela Fifa e o Catar.

O país organizador e a Federação Internacional de Futebol planejaram atividades "sociais" para permitir que voluntários, trabalhadores e jogadores amadores compartilhem uma hora com os astros da Copa do Mundo.

As controvérsias também podem vir 'do céu'. A Alemanha decolou de Frankfurt na segunda-feira para o Catar a bordo de um avião da Lufthansa exibindo uma mensagem pró-diversidade.

A empresa alemã pintou o lema 'Diversity wins' (a diversidade vence) na fuselagem da aeronave, uma mensagem direta ao país organizador do Mundial, criticado desde a sua designação por defensores dos direitos humanos e do meio ambiente.

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