COPA DO MUNDO

Homem é morto no Irã após celebrar derrota para os EUA na Copa

Mehran Samak, de 27 anos, foi assassinado após buzinar de seu carro, em Bandar Anzali, uma cidade na costa do Mar Cáspio

Agência France-Presse
postado em 01/12/2022 12:36 / atualizado em 01/12/2022 12:37
 (crédito:  Fadel Senna / AFP)
(crédito: Fadel Senna / AFP)

Paris, França- Um iraniano foi morto a tiros por forças de segurança depois de comemorar a eliminação de seu país da Copa do Mundo do Catar 2022 – disseram grupos de direitos humanos nesta quarta-feira (30/11).

A seleção do Irã foi derrotada pelos Estados Unidos na partida disputada na noite de terça-feira (29), gerando diferentes reações de apoiadores e críticos do regime iraniano.

Mehran Samak, de 27 anos, foi assassinado após buzinar de seu carro, em Bandar Anzali, uma cidade na costa do Mar Cáspio, ao noroeste de Teerã, relataram grupos de direitos humanos.

Samak "foi um alvo deliberado. As forças de segurança atiraram nele, na cabeça (...) após a derrota da seleção nacional contra os Estados Unidos", denunciou o grupo Iran Human Rights (IHR), com sede na Noruega.

O Centro para os Direitos Humanos no Irã (CHRI, na sigla em inglês), com sede em Nova York, também informou que Samak foi morto pelas forças de segurança por comemorar a derrota.

A instituição divulgou um vídeo de seu enterro em Teerã, nesta quarta-feira, no qual podia-se ouvir gritos de "Morte ao ditador!".

O meia da seleção do Irã Saeid Ezatolahi, que jogou contra os Estados Unidos e é da cidade onde aconteceu o assassinato, disse que conhecia Samak e publicou uma foto dos dois no mesmo time de futebol quando eram adolescentes.

"Depois da derrota amarga da noite passada, a notícia de sua morte incendiou meu coração", escreveu Ezatolahi em uma mensagem no Instagram, na qual se referiu a Samak como um "amigo de infância".

"Chegará o dia em que as máscaras cairão e a verdade será descoberta. Não é o que nós, jovens, merecemos. Isto não é o que a nossa nação merece", acrescentou o jogador.

O Irã é palco de protestos deflagrados pela morte, em 16 de setembro, da jovem curdo-iraniana Mahsa Amini, três dias após ser presa. Ela foi acusada de violar o código de vestimenta do país, que exige das mulheres o uso do véu em público.

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