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Abel e Leila voltam a ter atritos por reforços pelo segundo ano seguido

Técnico português queixou-se da falta de reposição no elenco após o empate sem gols na estreia do Paulistão, enquanto a dirigente entoou discurso de responsabilidade financeira

Paulo Martins*
postado em 16/01/2023 18:31 / atualizado em 16/01/2023 22:38
 (crédito:  Fabio Menotti/Agência Palmeiras)
(crédito: Fabio Menotti/Agência Palmeiras)

A gestão de elenco do Palmeiras volta a ser pauta muito antes do esperado e por um motivo conhecido. Após ficar no zero contra o São Bento em casa, na estreia do Campeonato Paulista, no último sábado (14/01), o técnico Abel Ferreira queixou-se abertamente sobre a falta de reposição após a saída dos meio-campistas titulares Gustavo Scarpa e Danilo para o Nottingham Forest, da Inglaterra.

Na ocasião, o comandante lusitano foi pragmático ao colocar em proporções os investimentos e a qualidade disposta nas quatro linhas. "O Palmeiras é um clube responsável e tem objetivos financeiros e esportivos. Os financeiros estão praticamente cumpridos e agora temos que cumprir também os esportivos", frisou.

"Claro que procuramos um jogador de qualidade. Paga-se por essa qualidade. Deram 20 milhões pelo Danilo, então a qualidade paga-se. Eu disse no ano passado que, se não saísse ninguém, não entraria ninguém. Como saiu, tem que entrar (um jogador) de qualidade. E a qualidade custa dinheiro", emendou.

Nesta segunda-feira (16/01), a presidente palmeirense, Leila Pereira, respondeu às declarações mantendo um tom defensivo em relação à falta de novos atletas. “O Palmeiras vendeu muito bem, mas vou comprar quando for necessário. Não vou gastar dinheiro do Palmeiras para que atenda o torcedor que, com toda a clareza, quer cada vez mais contratações. Mas na hora que a conta vem, reclama que o clube está com problema de caixa”, declarou.

Em seguida, a mesma reduziu o tom e disse ter conversas avançadas com novos nomes, mesmo com o andamento da fase inicial da temporada. “Eu queria tranquilizar nosso torcedor, que terão boas notícias em breve. É que não quero criar expectativas: fazemos o melhor para o Palmeiras, sem criar expectativas, eu não sou uma presidente que vai contratar quantidade. Futebol é caríssimo”, esclareceu.

Vindo de uma sequência de anos vitoriosos e premiados pelos títulos de 2020, 2021 e 2022, o alviverde alcançou números positivos e expressivos em sua arrecadação. Apenas em outubro do ano passado, o saldo anual total rondava em superavit de R$ 20 milhões e a receita estava R$ 34 milhões acima do esperado.

Tais números eram de ciência concomitante à confirmação do 11º título brasileiro. A honraria foi a sexta da era Abel Ferreira, correspondendo a uma média de dois troféus erguidos por temporada. Porém, em meio à vitoriosa campanha na Série A, o treinador europeu reclamava constantemente sobre a falta de uma peça em seu ataque, para encaixar seu esquema pelo restante da temporada, na metade do ano.

Pressionada pelo luso e pela torcida palmeirense, Leila decidiu por abrir a carteira exclusivamente para a posição dianteira de campo: trouxe Bruno Tabata, Miguel Merentiel e José Manuel López, este o mais caro de toda história interna. Entretanto, com o pouco ajuste em demais setores do campo, a campanha da Libertadores, vencida pelo Palestra nos dois anos anteriores, foi prejudicada. Durante as semifinais frente ao Athletico-PR, Danilo esteve suspenso em ambos duelos, Scarpa perdeu a ida pelo mesmo motivo e Raphael Veiga se lesionou no primeiro confronto.

Entraves à parte, a falta de um acordo deixa mais uma vez o comandante da prancheta suscetível a deixar o clube paulista pela diferença de nível e capacidade. Cogitado frequentemente na Seleção Brasileira, a própria presidente relatou “ser uma honra” tirá-lo da Academia de Futebol e levá-lo à Granja Comary.

*Estagiário sob supervisão de Victor Parrini

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