futebol feminino

Leoas com toque colombiano: atletas do país são destaque no futebol do Brasil

No naipe masculino, os colombianos sempre tiveram espaço. Gradualmente, o espaço também vai surgindo no futebol feminino, principalmente pelo bom desempenho recente do país em competições

RAYSSA LOREEN*
postado em 24/01/2023 06:00 / atualizado em 24/01/2023 22:33
 (crédito: Julio Cesar Silva/Real Brasília)
(crédito: Julio Cesar Silva/Real Brasília)

Em busca de crescimento em âmbito nacional, o Real Brasília abriu os olhos para um mercado em pleno crescimento no futebol feminino sul-americano. Com três competições agendadas para a temporada de 2023, duas delas de âmbito nacional, as Leoas do Planalto ampliaram os horizontes e foram até a Colômbia para fechar com dois reforços para o elenco. Com passagens pela seleção do país, a atacante Lady Andrade e a volante Lorena Bedoya desembarcam no Distrito Federal com bastante expectativa de sucesso.

No naipe masculino, os colombianos sempre tiveram espaço. Ao longo dos últimos anos, nomes como Freddy Rincón (Palmeiras, Corinthians e Santos), Victor Aristizábal (São Paulo e Cruzeiro), Faustino Asprilla (Palmeiras e Fluminense), Wason Renteria (Inter) e Yerry Mina (Palmeiras) fizeram bastante sucesso nas equipes nacionais. Gradualmente, o espaço também vai surgindo no futebol feminino, principalmente pelo bom desempenho recente do país em competições de grande porte na América do Sul.

Com Lorena titular e Lady no banco, a seleção colombiana foi campeã dos Jogos Pan-Americanos de 2019, em Lima, no Peru. Na Copa América 2022, quando o país teve o papel de anfitrião, o time terminou a primeira fase com 100% de aproveitamento, eliminou a Argentina na semifinal e só caiu para o Brasil, na decisão, por 1 x 0. Nova contratação do Real Brasília, Bedoya esteve no elenco e participou de cinco partidas, incluindo a final diante das brasileiras, com três assistências. O desempenho, naturalmente, abriu as portas do futebol tupiniquim.

Zagueira de origem, Bedoya é um dos nomes mais fortes do sistema defensivo colombiano. No Real Brasília, porém, a jogadora de 25 anos foi apresentada como volante. Antes de desembarcar no time das Leoas, ela atuou pelo América de Cali, Atlético Nacional, Deportivo Cali e Apollon Limassol. Para a beque, a experiência adquirida no futebol colombiano pode ser benéfica no novo desafio. "Acredito que podemos aproveitar a experiência e a maturidade que já temos jogando para tomar decisões melhores, ser mais práticas e um pouco mais eficientes em campo", analisou.

Ainda em período de adaptação com a nova equipe, Bedoya tem planos destemidos para a sequência do ano. A meta da jogadora é acumular taças em todas as competições na primeira passagem pelo futebol brasileiro e, naturalmente, seguir no radar de convocações da seleção colombiana. "O objetivo é ser campeã em todos os torneios que chegarmos a jogar, dar sempre o meu melhor e ter um bom rendimento para jogar da melhor maneira", prospectou.

Lady Andrade também tem uma bagagem extensa pelo planeta bola. A atacante passou pelo Santa Fé, Atlético Nacional, Milan, New York Flash e Deportivo Cali. Agora, será atração no elenco do atual tetracampeão candango de futebol feminino, único time do Distrito Federal na elite do Campeonato Brasileiro da modalidade e primeira equipe local a alcançar a fase mata-mata da competição nacional — as Leoas do Planalto terminaram a primeira fase de 2022 em quinto lugar e caíram nas oitavas de final contra o Corinthians, que se sagraria campeão em sequência.

As expectativas da jogadora de 31 anos para a primeira experiência pelo futebol brasileiro são altas. A colombiana, inclusive, está trabalhando com metas ousadas no esquadrão da capital federal. "É um futebol muito técnico, que gosto de jogar. É animado e lindo. Acredito que será uma temporada boa. Seria lindo conseguir uma classificação à Libertadores", compartilhou Andrade.

Diferença estrutural

Lady se sentiu maravilhada com a estrutura e o projeto do Real Brasília. Para a atleta, o primeiro grande diferencial do futebol colombiano para o brasileiro está nesses pontos e, principalmente, no suporte recebido ao desembarcar no DF. "O apoio que se dá a jogadores que estão em uma liga séria e sustentável. Todo o ano, praticamente, temos visto que na Colômbia poucos clubes possuem a estrutura que os clubes têm aqui. E, na verdade, nos surpreende muito chegarmos onde tem uma estrutura muito boa e que, praticamente, não precisa se preocupar com nada", explicou.

Os planos traçados pela dupla serão guiados pelo técnico Adilson Galdino. O professor está no comando técnico do Real Brasília desde 2021 e vê de forma positiva as chegadas de Lady e de Lorena. "Elas já estão muito bem adaptadas ao grupo. Uma das dificuldades ainda é apenas com a fala, mas estão se sentindo bem e felizes. Isso é muito importante para nós e para elas também", comentou. Além disso, o dono da prancheta destacou que a parte disciplinar e o empenho vão sobressair na questão do futebol.

A agenda do Real Brasília neste ano está bastante movimentada. O primeiro desafio da equipe é contra o Avaí Kindermann pela Supercopa do Brasil, em fevereiro. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ainda divulgará os detalhes da partida. Depois, entre 26 de fevereiro e 17 de setembro, o time aurianil vai disputar a Série A1 do Brasileirão Feminino. O último compromisso é pelo Candangão Feminino, onde as Leoas do Planalto são tetracampeãs. O torneio está previsto para começar em 30 de setembro. Em todos os torneios, as Leoas do Planalto pretendem acrescentar, com Lady e Lorena, um toque todo especial do futebol colombiano.

*Estagiária sob a supervisão de Danilo Queiroz

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