futebol

Triângulo nada amoroso: entenda a situação inusitada do goleiro Rossi

mercado Situação do goleiro Rossi é curiosa: vinculado ao Boca, jogará pelo Al Nassr sob pré-contrato com o Flamengo

Victor Parrini
postado em 24/01/2023 06:00
 (crédito: Javier Garcia Martino/Boca Juniors)
(crédito: Javier Garcia Martino/Boca Juniors)

Pode parecer enredo de obra cinematográfica ou literária, mas não é. Acredite se quiser, um jogador argentino se encontra em um triângulo nada amoroso entre três clubes. Vinculado ao Boca Juniors até 30 de junho, o goleiro Agustín Rossi tem pré-contrato assinado com o Flamengo, mas arrumou as malas para jogar no Al Nassr, da Arábia Saudita, e dividir a rotina de treinamentos com Cristiano Ronaldo antes de defender o rubro-negro carioca.

O caso envolvendo Rossi é bastante peculiar até mesmo para os padrões atuais do futebol, em um período que alguns jogadores costumam trocar de clubes como trocam de chuteiras. Embora seja raro, não significa que esteja à margem das diretrizes, sobretudo da Fifa.

A entidade máxima do futebol esclarece, no artigo 5º, parágrafo 3º do Status e transferência de jogadores, que, em uma mesma temporada, os boleiros podem ter, no máximo, três contratos assinados com equipes diferentes. Entretanto, só podem atuar por duas, em caso de ligas, como Brasileirão, Argentina e Saudita.

A resolução da organização prevê somente uma exceção: caso o terceiro clube jogue em um calendário inverso ao do time anterior. Exemplo: o atleta atua por uma equipe brasileira, com calendário de janeiro a dezembro, e se transfira para a Europa, com disputas iniciadas majoritariamente em agosto.

Apesar do envolvimento com três clubes, Agustín Rossi não corre riscos de ser impedido de jogar e o Flamengo de ter o investimento prejudicado. Isso porque ele iniciou o ano sem defender o Boca Juniors em nenhuma partida oficial. O debute em 2023 será pela equipe saudita, com o curto empréstimo de pouco mais de cinco meses.

É um cenário estranho. Rossi tinha pré-contrato com o Flamengo, mas não arrumou as malas para o Rio de Janeiro. O clube carioca bem que tentou, mas diretoria xeneize barrou a possibilidade e enxergou a cessão do arqueiro como a jogada correta.

Em entrevista coletiva após a derrota do Boca Juniors para o Racing na Supercopa Argentina, o técnico Hugo Ibarra foi incisivo ao confirmar que Rossi não seria mais aproveitado no elenco.

"Todos sabemos que uma equipe do Brasil (o Flamengo) comunicou sobre um pré-contrato firmado com Agustín. Nesse momento, decidi que nesse ano todos os jogadores têm que estar comprometidos com o clube em 100%. Por isso a decisão. Só trabalho com 29, 30 jogadores no grupo, e os quero comprometidos", frisou o treinador.

Ontem, o Al Nassr confirmou a chegada de Rossi por aproximadamente R$ 7,7 milhões. Ele será companheiro de Cristiano Ronaldo e do brasileiro Anderson Talisca. "O goleiro Agustín Rossi acaba de chegar a Riad. Ele fará exames médicos antes de se juntar à equipe até o final da temporada", diz o anúncio.

Rossi chega ao Flamengo em 1º de julho, com vínculo válido até 31 de dezembro de 2027. Os valores a serem recebidos pelo goleiro, porém, são sigilosos.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

CONTINUE LENDO SOBRE