Golfe

Aos 9 anos, brasiliense Bella Simões almeja competir no US Open

"A expectativa com essa tentativa (de acesso ao US Open) sempre foi a de ganhar experiência. Para ela alcançar a evolução necessária, é apenas questão de tempo. Ela ainda é nova", declara o pai de Bella.

Gabriel Botelho*
postado em 14/05/2023 03:55 / atualizado em 14/05/2023 12:29
 (crédito: Redes Sociais)
(crédito: Redes Sociais)

A brasiliense Bella Simões, de apenas 9 anos de idade, se tornou a jogadora de golfe mais jovem na história desse esporte a tentar classificação para o aberto de golfe americano, o principal campeonato feminino da categoria no país. A tentativa, que marcou os primeiros passos da menina na categoria profissional, foi na última terça-feira, durante as qualificatórias da competição, no The Club at Mediterra, em Naples, na Flórida. Por lá, entre 72 competidores, Bella fechou a eliminatória na 58ª posição.

Em entrevista ao Correio Braziliense, Rodrigo Simões, pai de Bella, explica que a tentativa, embora não tenha sido bem sucedida, foi capaz de mostrar ao mundo do golfe que a joia tem capacidade de competir com atletas profissionais, mesmo ainda tão nova. "O US Open é a nata do golfe feminino. A Bella estava no mesmo grupo de uma profissional de 29 anos. E jogou melhor do que ela", analisa.

A garota, segundo Rodrigo, alcançou o patamar em que está em uma idade ainda tão precoce por mérito próprio. Todos os dias, Bella vai a campo para praticar às 13h e vai embora às 18h. Em casa, faz um lanche e retorna para finalizar o dia com mais 100 tacadas. "Ela tem um envolvimento muito forte. E ela gosta, faz tudo gostando, por vontade própria, sem ninguém atrás falando o que ela precisa fazer."

Trajetória

Com apenas dois anos, Bella começou a frequentar o Clube de Golfe de Brasília acompanhada do pai. Ele já tinha o costume de praticar o esporte no local. Por lá, ao mostrar gosto por brincar com alguns pequenos tacos de golfe, passou a se interessar de maneira crescente e se apaixonou pela prática. As visitas, que eram cada vez mais frequentes, passaram a acontecer quase que diariamente, até que um professor, chamado para dar aulas a ela, se empolgou. O caminho campo adentro passou a ser trilhado e nunca mais foi interrompido.

Aos 5 anos, Bella, que havia acumulado milhas com os tacos nas mãos, começou a competir. No entanto, ao concluir que o resco de a filha não ter resultados tão expressivos no Brasil por conta da pouca relevância do país no cenário do golfe mundial, decidiu se mudar para os Estados Unidos, uma das maiores referências do esporte.

No exterior, ela foi capaz de alçar voos mais altos e chegar ao US Kids Golf World. Bella sagrou-se campeã mundial e apareceu para o mundo. "Ela foi campeã mundial pela primeira vez na categoria sub 7, e aí conseguiu ser campeã pela segunda, e depois pela terceira, aos oito. E aí, conversando com ela, resolvemos começar a competir nessas categorias mais altas, que envolvem adultos, mesmo", detalha.

Dificuldades

E foi aí que, então, a família comprou a ideia de tentar a classificação para uma competição do calibre do US Open. Ainda de acordo com Rodrigo, Bella, apesar de não ter garantido a classificação para a competição neste ano, voltará em 2024, e estará mais bem preparada para, desta vez, se tornar na mais jovem a alcançar o feito.

"A expectativa com essa tentativa sempre foi a de ganhar experiência. Para ela alcançar a evolução necessária, é apenas questão de tempo. Ela ainda é nova", explicou. O pai explicita que, enquanto Bella não alcança o período de estirão (crescimento acelerado dos ossos e músculos), ainda sente um pouco de dificuldade quando inserida em competições compostas por adversários adultos. Por não possuir a mesma força nos braços, a golfista não consegue reproduzir a mesma distância dos adversários mais velhos em suas tacadas, o que deixa o seu jogo mais longo e mais cansativo. No golfe, o competidor que 'encaçapa' a bola com menos jogadas, é o vencedor.

"Ela só não consegue brigar lá na frente por conta disso. Com a distância que ela alcança nas tacadas, fica um pouco difícil fazer a bola chegar perto do buraco", pondera o pai. Rodrigo, no entanto, acredita que o amadurecimento físico chegará no próximo ano, quando a jogadora completará 10 anos, e, então, poderá incrementar o poderio físico e chegar mais perto da classificação para o aberto americano.

*Estagiário sob a supervisão de
Marcos Paulo Lima

 

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