Com o término do Brasileirão 2023, as atenções se voltam, como de costume aos finais de ano, a mais um Mundial de Clubes. Marcada para acontecer em Jeddah, na Arábia Saudita, entre os dias 12 e 22 de dezembro deste ano, a edição da vez da competição será a penúltima da história sob o atual formato.
Conforme definição da Fifa, em março passado, o Mundial passará a ter novo modelo a partir de 2025. Lá, ao invés de sete times, serão 32, em formato semelhante ao das Copas do Mundo: fase de grupos com oito conjuntos de quatro equipes, além de oitavas de final, quartas, semis e a decisão. Enquanto isso, porém, assim como para 2024, seguirá em vigor a configuração que conhecemos desde 2005.
Pela quinta temporada consecutiva, o representante da América do Sul, ou seja, o campeão da Libertadores da América, será um brasileiro. Após derrotar o Boca Júniors na grande decisão no Maracanã, em novembro passado, o Fluminense foi campeão e disputará a competição internacional pela primeira vez na história.
O tricolor carioca fez uma campanha de altos e baixos pelo principal torneio continental da américa latina. Após abrir larga vantagem na ponta durante a fase de grupos, viveu momento de instabilidade e chegou a ter a primeira posição ameaçada.
No mata-mata, também não teve vida fácil contra Independiente Del Valle, nas quartas de final, e Internacional, nas semis. Mas superou as adversidades e chegou com moral à decisão. Em casa, deu o primeiro título internacional da própria história ao torcedor tricolor diante do tradicional Boca Juniors.
O representante europeu da vez, contudo, virá como favorito. Durante a temporada 2022/2023, o Manchester City foi campeão da Liga dos Campeões da Europa de maneira avassaladora. Além de ter finalizado a campanha do primeiro título europeu da própria história de maneira invicta, composta por oito vitórias e cinco empates, computou 74,4% de aproveitamento, com 32 gols marcados e apenas cinco sofridos.
Em relação aos outros representantes, alguns nomes de peso marcarão presença na Arábia Saudita. O time da casa, que participará da primeira fase o Al-Ittihad, tem no plantel jogadores como os franceses Karim Benzema, ex-Real Madrid, e N’Golo Kanté, ex-Chelsea, como as principais estrelas. Além disso, também terá à disposição os brasileiros Romarinho, ex-Corinthians, e Fabinho, ex-Liverpool.
A competição ainda terá as aparições da equipe neozelandesa Auckland City, do egípcio Al-Ahly, do mexicano León e do japonês Urawa Reds. A seguir, o Correio Braziliense apresenta os principais destaques da edição de 2023 do Mundial de Clubes, assim como a maneira em que se classificaram as equipes participantes e os respectivos times-base.
Fluminense
O tricolor das Laranjeiras conquistou a América e agora vai tentar dominar o mundo pela primeira vez. Campeão da Libertadores, o time de Fernando Diniz chega completo para o Mundial e aposta todas as fichas no matador Germán Cano para fazer frente aos artilheiros Erling Haaland e Karim Benzema. Se o Fluminense está de novato no torneio, Marcelo já conta com quatro canecos no currículo e quer mais um, desta vez pelo clube de coração. Com o lateral-esquerdo, os cariocas ocupam o posto de segunda potência, junto ao Al-Ittihad.
Como se classificou: Campeão da Copa Libertadores da América
Time-base (4-3-3): Fábio; Samuel Xavier, Nino, Felipe Melo e Marcelo; André, Martinelli e Ganso; Arias, Cano e Keno.
Técnico: Fernando Diniz
Manchester City (Inglaterra)
Representante da federação favorita a levar a taça todos os anos no campeonato, os ingleses são novatos nesta aventura. Entretanto, o comandante desta jornada tem um objetivo pessoal por alcançar. Pep Guardiola pode voltar a se isolar como técnico que mais vezes venceu o Mundial, com quatro conquistas. As conquistas por Barcelona (2009 e 2011) e Bayern de Munique (2013) o deixaram sozinho até 2018, quando Zinedine Zidane também se sagrou tricampeão pelo Real Madrid, assim como Carlo Ancelotti fez em 2022.
Como se classificou: Campeão da Liga dos Campeões da Europa
Time-base (3-5-2): Ederson; Walker, Ruben Dias e Gvardiol; Rodri, Stones, Bernardo Silva, Foden (De Bruyne) e Doku; Álvarez e Haaland
Técnico: Pep Guardiola
Al-Ittihad (Arábia Saudita)
Atual campeão da Arábia Saudita, o Al-Ittihad herdou a vaga no Mundial para ser o representante do país-sede. Com os cifrões do fundo de investimento do governo saudita, o time trouxe grandes craques para elevar o patamar da equipe e divide com o Fluminense o papel de segunda força do torneio. Com as estrelas Karim Benzema e N’Golo Kanté, os comandados por Marcelo Gallardo, ex-River Plate, ainda contam com brasileiros de renome no time, como Fabinho, Romarinho, Marcelo Grohe e Igor Coronado. Na única outra vez em que disputaram a competição, em 2005, os Tigres caíram na semi para o São Paulo por 3 x 2, que depois viria a vencer o Liverpool na final.
Como se classificou: Campeão da Arábia Saudita, representante do país-sede
Time-base (4-4-2): Marcelo Grohe; Al-Olayan (Shanqeeti), Luiz Felipe, Hawsawi e Bamasud; Fabinho, Kante e Al-Ghamdi (Al-Sahafi) e Romarinho (Al-Amri); Jota (Hamdallah) e Benzema.
Técnico: Marcelo Gallardo
Al-Ahly (Egito)
O rei africano volta a aparecer na competição, concretizando o domínio da região norte do continente desde a adaptação do calendário ao estilo europeu, em 2018. Vencedor de três das últimas quatro edições, o hendecacampeão continental esteve no caminho dos brasileiros nas últimas três edições: venceu o Palmeiras no terceiro lugar em 2020, perdendo na semifinal do ano seguinte e caiu na disputa pelo bronze da edição anterior, contra o Flamengo. Desde 2005, com o novo formato, participou outras seis vezes do campeonato.
Como se classificou: Campeão da Liga dos Campeões da África
Time-base (4-3-3): El Shenawy; Rany, Ibrahim, Abdel Monem e Maaloul; Attia, Dieng e Tau; El Shahat, Ashour e Kahraba
Técnico: Marcel Koller
Auckland (Nova Zelândia)
Vindo de um bicampeonato, o papa-títulos da Oceania marca mais uma presença na competição, aumentando o coeficiente de presenças. O título de número 11 no menor continente do globo terrestre deu a 13ª vaga em 19 edições: presente em 68,4% dos Mundiais, com ausências apenas nas temporadas 2005, 2007, 2008, 2010, 2018 e 2019. Entretanto, anualmente este time é tido como uma das presas fáceis do torneio, sobretudo pela confederação pouco tradicional de onde é originado.
Como se classificou: Campeão da Liga dos Campeões da Oceania
Time-base (4-3-3): Tracey; Ilich, Mitchell, Vale e Lobo; den Heijer, Garriga e Manickum; Lee, Howieson e Kilkolly
Técnico: Albert Riera
León (México)
Outro do grupo de estreantes, o León foi campeão da Concacaf em julho, mas chega na Arábia Saudita em um momento distinto ao de quando ergueu o caneco. Eliminado nas quartas de final do campeonato mexicano, o time venceu apenas três dos últimos 10 jogos e vive uma má fase na atual temporada. Com o atacante Nico López, velho conhecido da torcida do Internacional, os esmeraldas são azarões no torneio, mas confiam no talento do meia Ángel Mena para tentar fazer bonito na estreia no torneio.
Como se classificou: Campeão da Concachampions, da América Central e do Norte
Time-base (5-3-2): Cota; Iván Moreno, Frías, Bellón, Tesillo e Osvaldo Rodríguez; Iván Rodríguez, Romero e Ángel Mena; Viñas e Alvarado.
Técnico: Nicolas Larcamon
Urawa Red Diamonds (Japão)
Credenciado pelo título da Champions da Ásia, o Urawa Red Diamonds é mais um que vem em crise para a disputa do torneio. Apesar de ser o atual campeão continental, o time já foi eliminado na nova edição ainda na fase de grupos. Com outras duas participações em mundiais no currículo, a melhor campanha foi em 2007, quando terminou em terceiro.
Como se classificou: Campeão da Liga dos Campeões da Ásia
Time-base (4-3-3): Nishiwawa; Sakai, Scholz, Hoibraten e Ogiwara; Ito, Yasui e Iwao; Okubo, Kanté e Sekine (Akimoto).
Técnico: Maciej Skorza
*Estagiários sob a supervisão de Marcos Paulo Lima
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