MUNDIAL DE CLUBES

Entenda por que Marcelo, Ganso e Felipe Melo são os guias do Flu

Lateral-esquerdo une o tetracampeonato pelo Real Madrid com os aprendizados do meia e do zagueiro com Santos e Palmeiras no Mundial de Clubes

Marcelo, Ganso e Felipe Melo representam a
Marcelo, Ganso e Felipe Melo representam a "santa trindade" da filosofia do técnico Fernando Diniz - (crédito: Lucas Merçon/Fluminense e Marcelo Gonçalves/Fluminense)
postado em 13/12/2023 06:00

Quarenta e oito dias podem ser suficientes para o Fluminense dar a volta completa ao mundão da bola. Em 4 de novembro, o tricolor alcançava o patamar mais alto em 121 anos com o título inédito da Libertadores, sobre o papa-títulos Boca Juniors, no Maracanã. Nesta quarta-feira (13/12), desembarca em Jeddah, na Arábia Saudita, para dar início a uma peregrinação em busca do oásis das quatro linhas com a possível decisão, no dia 22. A rota do sucesso é árdua, mas Fernando Diniz se apega aos guias conhecedores de atalhos e do modus operandi no torneio intercontinental.

Felipe Melo, Marcelo e Paulo Henrique Ganso são os únicos do atual elenco do Fluminense que não são marinheiros de primeira viagem em Mundial. A santa trindade consolidada com o dinizismo sabe como é estar na principal vitrine para os clubes. Campeão da América do Sul em 2020 com o Palmeiras, o zagueiro passou longe de ser campeão no Catar. Participou da derrota por 1 x 0 para o Tigres, do México, na semifinal, e desperdiçou a cobrança derradeira no 3 x 2 nos pênaltis contra os egípcios do Al Ahly. Foi a primeira vez que sul-americanos ficaram fora do pódio do torneio.

"Chegamos com a responsabilidade óbvia de um grande clube como o Fluminense, de estar em todas as competições importantes e brigar pelo título, mas sem peso. Enfrentaremos gigantes do futebol. Todos são vencedores e acostumados a jogar essa competição. Temos de sonhar e entender que nada é impossível. Obviamente, não vamos repetir erros de outros clubes, como falar que a hora deles vai chegar", disse Felipe Melo à ESPN, alfinetando o Flamengo.

Paulo Henrique Ganso ousou mais. Maestro daquele Santos tricampeão da Libertadores em 2011, chegou à decisão após despachar o Kashiwa Reysol, do Japão. A vitória por 3 x 1 na semifinal foi construída com uma assistência do paraense de Ananindeua. O pedágio para cruzar a última fronteira do planeta bola, porém, tinha Lionel Messi, Xavi, Iniesta e companhia. O então lateral provocou os campeões da Europa ao soltar: "Vamos ver se o Barcelona é tudo isso". E era. O alvinegro praiano não viu a cor da bola com a goleada por 4 x 0.

Doze anos depois, Ganso recebe nova chance. Mais maduro e decisivo, é um dos responsáveis por orientar jovens do elenco. "Apesar de não ter vencido, foi uma experiência muito boa. Jogamos contra o melhor time de todos os tempos do Barcelona. Ver de perto aquele time fantástico foi incrível", lembrou, em entrevista à Fifa. "No Fluminense, ajudamos muito uns aos outros, defensivamente ou com a bola. Não sei bem se estou jogando o melhor futebol da minha carreira, mas acredito que meu jogo evoluiu muito", avalia o camisa 10.

Juntos, Felipe Melo e Paulo Henrique Ganso disputaram dois Mundiais da Fifa. Sozinho, Marcelo não apenas disputou como conquistou quatro canecos com o Real Madrid. Um deles, inclusive, sobre equipe brasileira. Em 2017, os galáticos venceram o Grêmio de Renato Portaluppi por 1 x 0, com gol de Cristiano Ronaldo.

Antes, o lateral-esquerdo havia erguido os troféus das edições de 2014 e 2016, contra os argentinos do San Lorenzo e os japoneses do Kashima Antlers. O adeus ao torneio com a camisa merengue foi em 2018, quando venceu o Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos. Marcelo participou da campanha do título da Liga dos Campeões de 2021/22, mas ficou de fora do Mundial.

O pentacampeonato mundial pode ter um sabor diferente aos 35 anos e com o clube do coração. "Tem que botar a faca no dente. Não tem uma sopinha, não tem um mais ou menos. Eu nem penso nisso aí ainda (jogo contra o Manchester City na final), só penso na semifinal. Eu levo muito a sério jogar um Mundial com o Fluminense, está doido", disse ao Charla Podcast.

Marcelo também comparou o peso dado à disputa na América do Sul e na Europa. "É diferente. Aqui, é outra parada. Eu estive do lado de lá. Se ganha, é importante e tal. Mas é aquilo, perdeu o 'mundialito', como chamam. Aqui, é vida ou morte. Se você ganha o Mundial, é totalmente diferente. O pessoal lá leva a sério, mas a mentalidade é diferente", ressaltou.

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