O Fluminense convive com a expectativa pela estreia no Mundial de Clubes 2023, realizado na Arábia Saudita. Assim, o Tricolor entra em campo pela semifinal na próxima segunda-feira (18), às 15h, diante do Al Ahly, do Egito. No entanto, em caso de título, seria uma conquista inédita do clube ou não? Entra, então, o debate sobre a Copa Rio de 1952, considerada pelo Tricolor e pela torcida como uma conquista mundial.
No meio do século XX, o clube das Laranjeiras disputou a Copa Rio, considerada na época como um torneio mundial por reunir vários campeões sul-americanos e europeus. Em um elenco repleto de estrelas como Castilho, Telê Santana e Didi, a equipe comandada por Zezé Moreira teve uma campanha invicta, com três vitórias e dois empates. Nesse sentido, levou para casa o troféu, que é guardado com carinho em sua sede e exaltado com frequência.
Campanha irretocável
Na época, o torneio contou com oito clubes, de diferentes países do mundo, e teve sede em dois estados importantes do Brasil: Rio de Janeiro e São Paulo. Além de Fluminense e Corinthians, os dois finalistas, a competição contou com Peñarol (Uruguai), Sporting (Portugal), Grasshopper (Suíça), Libertad (Paraguai), Áustria Viena (Áustria) e Saarbrücken (Alemanha). O campeão argentino Racing e a campeã italiana Juventus foram convidadas, mas não participaram por problemas de datas.
Na estreia, empate sem gols com o Sporting, de Portugal. No entanto, contra Grasshopper, da Suíça, e Peñarol, do Uruguai, dois triunfos por 1 a 0 e 3 a 0, respectivamente, que colocaram o Fluminense nas semifinais. No duelo decisivo com o Áustria Viena, 1 a 0 no jogo de ida e a goleada por 5 a 2 na volta, carimbaram a vaga na final.
Chancelada por Jules Rimet, Stanley Rous e Ottorino Barassi, dirigentes da FIFA, a competição contou com a Prefeitura do Rio como sua principal apoiadora econômica. Na decisão, o Tricolor bateu o Corinthians por 2 a 0 no jogo de ida e empatou por 2 a 2, na volta, para ficar com a taça, com gols de Didi e Marinho. A escalação foi a seguinte: Castilho; Píndaro e Pinheiro; Jair Santana, Edson e Bigode; Telê, Didi, Marinho, Orlando Pingo de Ouro e Quincas. Pingo de Ouro, aliás, é o terceiro maior artilheiro da história do Fluminense, com 187 gols.
Busca pelo reconhecimento
A partir do torneio, surgiram outras competições como a Copa dos Clubes Campeões da Europa, a Champions League, em 1955; e, em 2000, a criação do Campeonato Mundial de Clubes. Em 2016, o Fluminense enviou o primeiro dossiê à Fifa para tentar reconhecer a conquista. Quatro anos depois, Rogério Caboclo, então presidente da CBF, esteve na sede social de Laranjeiras e tentou levar a pauta novamente à entidade.
Oficialmente, a Fifa não considera os títulos de Fluminense (52) e Palmeiras (51) como mundiais. A fim de conseguir o reconhecimento do título, o clube carioca promove desde 2012 diversas ações especiais, como menções exibidas no Estádio de Laranjeiras e no Maracanã. Também teve o lançamento do livro oficial, intitulado “Campeão Mundial – O Bravo Ano de 1952”, mas o dossiê ainda não teve resposta.
No ano passado, a conquista completou 70 anos. A Fifa, por exemplo, chegou a não reconhecer os títulos continentais de 1960 a 2004, mas voltou atrás e igualou essas conquistas aos mundiais organizados por ela. Diante disso, o Tricolor segue na luta para que a Copa Rio, enfim, também seja contemplada e unificada aos outros torneios. Algo que pode acontecer em algum momento, visto que a entidade maior do futebol não desconsidera a existência da competição.
A campanha na Copa Rio de 1952:
1 – Fluminense 0x0 Sporting-POR
2 – Fluminense 1×0 Grasshoppers-SUI
3 – Fluminense 3×0 Peñarol-URU
Semifinal
4 – Fluminense 1×0 Áustria Viena
5- Fluminense 5×2 Áustria Viena
Final
6 – Fluminense 2×0 Corinthians
7 – Fluminense 2×2 Corinthians
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