O Flamengo derrotou um Fluminense irreconhecível, que não jogou nada. Assim, se empatar com o Madureira no fim de semana conquistará a Taça Guanabara, o seu primeiro título desde 29 de outubro de 2022, ou seja, em 15 meses.
O Flamengo havia sido burocrático nas partidas anteriores à goleada de 4 a 0 sobre o Boavista. Mas foi eficiente contra o time verde de Saquarema, embora o nível dos outros adversários também fosse sofrível. Logo, era de se imaginar, para não ser um pessimista de carteirinha, que poderia jogar assim, dali em diante, de maneira absolutamente impetuosa, começando a fazê-lo contra o Fluminense. Mas o que se viu foi um futebol que acaba eventualmente vitorioso por talentos individuais. Não há o que esperar muito de um time em que o técnico – com seu habitual uniforme de padrinho de casamento – insiste em manter Gabriel na reserva de Luiz Araújo. É como um milionário viver igual a um mendigo.
No primeiro tempo, o Flamengo jamais pôs em prática a habilidade de seus apoiadores. Facilitou a tarefa do Fluminense, que jogava sobre Arias, grande driblador, a responsabilidade de construir algo de positivo. Aos 18 minutos, o Tricolor teve um gol anulado – Douglas Costa cruzou para quatro companheiros em posição irregular – por Luiz Cláudio Regazone. Mas a equipe das Laranjeiras não ameaçou.
Flamengo vence no segundo tempo
O Flamengo retornou sem mudanças e o Fluminense fez três substituições. Todas prioritariamente defensivas, e a bola rolava sem muito entusiasmo. Até que aos sete minutos, num cochilo formidável da equipe das Laranjeiras, Ayrton Lucas bateu à meia altura para a área e Pedro concluiu de primeira: 1 a 0.
Aos 15, o Rubro-Negro ganhou um reforço: Luiz Araújo saiu. Entrou Bruno Henrique. O Tricolor caiu de produção. Na realidade, o time também não jogava um futebol exuberante, e as trocas por atacado talvez nem necessitem de explicação. Na metade do tempo derradeiro, o Flamengo começou a recuar, para liquidar nos contra-ataques, e o Fluminense passou a ganhar terreno, lançando mais atacantes, incluindo John Kennedy, máscara de ferro, um fracasso total no Pré-Olímpico.
Mas é fato que a equipe de Diniz não construía nada. Cano não via a cor da bola. Aos 29, o time da Gávea acertou enfim uma saída em velocidade, e Éverton Cebolinha – uma dessas provas que o futebol é uma benção – bateu de longe e Fábio empurrou para dentro: 2 a 0. Em dado momento ficou tão simples que até Vitor Hugo tentou fazer gol.
Logo, foi o que se viu. Mas é fato que esse futebol do padrinho de núpcias não encara competição grande.
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