A equipe de advogados de defesa no caso de Robinho, condenado a nove anos de prisão por um estubro coletivo quando jogava na Itália, em 2013, conta com um profissional de história marcante no Distrito Federal. O nome Pedro Júnior Rosalino Braule Pinto pode passar batido para o público atual, mas quando pequeno, o “Pedrinho” foi um dos casos mais comentados da capital federal, ao ser sequestrado logo após o parto, em 1986. A notícia saiu primeiro no jornal O Globo.
Na época, Maria Auxiliadora Rosalino e Jairo Braule davam as boas-vindas ao mundo para o terceiro filho do casal, em 20 de janeiro daquele ano. Ainda no quarto do hospital, uma mulher, que se identificou como assistente social, disse à mãe que levaria o bebê para exames, porém na realidade havia raptado a criança. Desde então, Pedro cresceu em Goiânia, com o nome Osvaldo Borges Júnior, e foi criado por Vilma Martins, a sequestradora.
A verdade só veio à tona em 2002, quando uma parente de Vilma ouviu os pais falarem da possibilidade do filho da familiar ser o bebê raptado em Brasília e resolveu investigar. A jovem, de 19 anos à época, encontrou uma foto de Jairo Braule criança e reconheceu a semelhança com o garoto “Osvaldo”. Ela então procurou o instituto SOS Criança e o teste de DNA confirmou que, na realidade, aquele era o filho perdido de Maria Auxiliadora e Jairo.
Já aos 17 anos, ele adotou o nome Pedro Júnior Rosalino Braule Pinto e começou a morar com os pais biológicos, apesar de ainda manter contato com Vilma e a irmã de criação, Roberta, também sequestrada de outro casal quando bebê, em 1979. A história, inclusive, foi inspiração para a novela “Senhora do destino”, exibida pela TV Globo entre 2004 e 2005.
Advocacia
Pedro então seguiu a vida e se formou em direito pelo CEUB, já tendo atuado como advogado de defesa de Aécio Neves (PSDB-MG), investigado na Operação Lava-Jato. Atualmente, aos 38 anos, ele faz parte da equipe que tenta tirar Robinho da cadeia. O ex-jogador começou a cumprir os nove anos de pena em maio, mas ainda tem recursos correndo no Supremo Tribunal Federal (STF) para uma nova análise da prisão.
Enquanto isso, Robinho segue preso no complexo de Tremembé por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele foi considerado culpado pela justiça italiana pelo estupro coletivo contra uma jovem albanesa, em 2013, em uma boate de Milão.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima
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