Colunistas

Betinho Marques – Deixe o Tom Hanks ‘hablar’ e ser o contador dessa história

Milito tem tudo para se dar bem no comando do Atlético Mineiro

Milito tem tudo para se dar bem no comando do Atlético Mineiro -  (crédito: Foto: Divulgação/Atle?tico Mineiro)
Milito tem tudo para se dar bem no comando do Atlético Mineiro - (crédito: Foto: Divulgação/Atle?tico Mineiro)

O Atlético voltou a ser Galo. Bastaram quatro partidas, uma pitada de estímulos, outra pílula de entendimento humano, um pentacampeonato e o desejo de sorte para o trem realinhar. Gabriel Milito chegou sem cerimônia, sem escolha, mas com a energia lá no alto. O ex-zagueiro já tinha muitas informações sobre o elenco e pelo que apuramos está, antes de tudo, em sintonia humana com elenco, criando vínculos.

Embora sejam necessárias as conexões humanas, um grupo experiente como o do Galo precisa ter confiança e perceber domínio de quem comanda. Ao fim da decisão do Mineiro, no fim de semana contra o Cruzeiro, as percepções se concretizaram nas falas dos atletas. Hulk mesmo ponderou:
“Antes do primeiro treino ele já nos impressionou pelo domínio que tem”.
Até aí, tudo normal numa fala de um atleta, se este não fosse a maior estrela da companhia e se os estímulos em campo não fossem visíveis.
Alguém vai perguntar: você está empolgado. São apenas quatro jogos, com o mesmo elenco, o que você viu tão diferente e substancial?
Então, anote aí:
a – Na peleja contra o Rosário, com adversário, muitas vezes num 4-5-1, os dois gols aplicaram o mesmo princípio: a associação, a inversão do lado esquerdo congestionado atraindo o oponente e achando, objetivamente, o vazio do lado direito;
b – Um time que troca muitos passes, mas o faz com objetivos claros, buscando a geometria de triângulos e as aproximações para gerar linhas de passe, um time solidário na proposta de jogo;
c –  Se pensarmos individualmente, podemos falar de Alan Franco que voltou a se sentir importante e atuando como um “todo-campista”, confiante e elegante;
d –  Alguém consegue conceber um Saravia tão pleno, tão constante como nos últimos jogos, atuando muito bem, inclusive como um zagueiro?
e – Arana já não podia ser titular. O que houve? Voltou a ter profundidade, mas se não pode avançar, gira, joga por dentro, recomeça, usa sua inteligência de jogo. Estímulos?
Enfim, podia ficar elencando vários predicados de quatro pelejas, cerca de 400 minutos de jogo e dissertar ainda com mais elementos. Claro, o Atlético ainda tem momentos de desconcentração durante o início das segundas etapas, mas não falta motivação para acreditar que o Atlético voltou a ser Galo.

Milito no Galo

Milito vai errar, vai escalar mal, haverá dias ruins, será criticado inclusive por nós, mas o verbo esperançar, daqueles que usam ousar, está renovado. O desejo de conexão da alegria entre o Galo e o seu povo foi atualizado com sucesso.
Está tudo novo no ar. Gabriel Milito tem uma amostra de apenas quatro pelejas, mas o Atlético saiu de uma média de 1,7 gol/jogo com Felipão para 2,75. O rendimento do argentino é 83,3%, antes não chegava a 60%.
Mais uma vez, é tudo novo. Vão dizer para que o atleticano acalme a ansiedade, mas cabe dizer que Milito estreou com a casa pegando fogo, em final de Mineiro, estreia na Libertadores, sem melindres e sem massagem.
Tem tudo para ser uma linda história de Gabriel Milito no Galo e que dure muito tempo para se contar. Até aqui, o Galo tem números, desempenho e o verbo esperançar. Deixe o Tom Hanks “hablar” e ser o contador dessa história.

Galo, som, sol e sal é fundamental.

Siga o Jogada10 nas redes sociais: Twitter, Instagram e Facebook.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Jogada10
postado em 11/04/2024 22:48
x