A torcida organizada do Avaí “Canhota Avaiana” deu início a um projeto social em Florianópolis, neste ano. Através da iniciativa, o coletivo decidiu realizar uma inovação no futebol brasileiro: oferecer um curso preparatório gratuito para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Assim, a atitude visa proporcionar educação de qualidade com prioridade aos seguintes grupos: estudantes de escola pública, pessoas de baixa renda e cotas étnico-raciais. A intenção é ajudar até 30 estudantes.
O curso vai ocorrer ao longo do ano de forma semanal, sempre aos sábados. A escolha dos participantes do projeto é realizada por meio de pré-inscrições. Posteriormente, há o agendamento de entrevistas. O curso tem início neste sábado (27) e vai até dezembro deste ano. Aliás, a primeira edição vai ocorrer no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC), em Florianópolis, via projeto de extensão.
O grupo tenta quebrar outro tabu. No caso, de que as torcidas organizadas tem envolvimento com violência e vandalismo. Afinal, o curso não está limitado apenas a torcedores do Avaí, como também do Figueirense. A iniciativa social surgiu pela presença de profissionais de educação no coletivo. Prova disso é que a equipe docente será formada por 20 professores voluntários, dez assistentes de educação e dois terapeutas, sendo um transpessoal e um psicólogo.
“O Canhota é formado por professores, estudantes e trabalhadores apaixonados por futebol. Nosso foco é agir na perspectiva da educação e da cultura”, esclarece Joaquim Livramento, coordenador de Relações Institucionais do coletivo.
“Queremos oportunizar uma ascensão social, dar estabilidade, carreira e um futuro para essas pessoas. Germinar estudantes, pesquisadores e trabalhadores”, acrescentou.
História da torcida organizada do Avaí
O Canhota Avaiana surgiu em 2016 no decorrer da polarização política do país, mas com outro nome. Anteriormente, conhecido como “Esquerda Avaiana”, com princípios e valores antifascistas. A mudança de nome ocorreu durante a pandemia do Covid-19, período em que o grupo teve perdas. Assim, os integrantes decidiram adotar o trocadilho.
Segundo o coletivo de torcedores, a missão do curso gratuito e preparatório para o Enem prioriza acolher pessoas que não têm a chance de cursar um ensino de qualidade. Além de oportunizá-las com novas perspectivas de vida e possibilitar apoio pedagógico, suporte psicológico e gestão de carreira.
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