O volante Paulinho deu seu adeus ao Corinthians nesta quarta-feira (29). Após fazer sua última partida contra o Racing-URU, na terça (28), pela Sul-Americana, o jogador concedeu entrevista coletiva no CT Joaquim Grava e, em um tom bastante emocionado, agradeceu o Timão, os funcionários e aos torcedores pelos momentos vividos pelo clube.
“Foram algumas noites pensando que chegaria esse momento. É uma despedida de gratidão, é a palavra que levo desse clube. Quando eu falo sobre a cultura Corinthians, é porque ela existe. Me sinto privilegiado de ter feito parte de uma história tão linda. São ciclos, que chegam, se encerram para outros se iniciarem. Olhar para trás e ver que dei meu melhor com essa camisa, com amor e lealdade, sendo verdadeiro”, disse Paulinho, que prosseguiu.
“Todos fizeram parte da minha história. Gratidão é a melhor palavra que posso usar dentro do clube. É isso. Difícil encontrar palavras. Obrigado por tudo, Corinthians! Aqui ficará um eterno torcedor”, completou.
Além disso, Paulinho, bastante emocionado, afirmou que precisou aceitar que seu ciclo no clube acabou. Mas sabe que conseguiu deixar um legado.
“O ciclo se encerra, vejo de uma forma natural. Respeitei o meu momento. Hoje tem lideranças dentro do clube. Eu tive o privilégio de ser mais líder nos últimos cinco meses. Tentei mostrar para esse elenco o que um líder pode fazer. Deixei legado, tenho certeza. Para eles enxergarem o que é e como é o Corinthians: se doem, treinem, jogam porque tudo passa rápido. Esse clube pode te levar a lugares inimagináveis. Me levou para a Seleção, Copa do Mundo, Europa. Deixei meu legado: Paulinho é isso daí”, falou o volante.
Confira outras respostas de Paulinho
Sentimento da saída
“Achei que não iria me emocionar, mas é difícil. Não tinha dimensão do que eu fiz dentro desse clube, me questionei se merecia tudo isso. Dentro da instituição, a gente não tem o discernimento. Em casa, vi que deixei legado e história. Construí essa história dentro do campo, sendo profissional. Saio com a cabeça erguida, dei tudo pelo clube, com amor e lealdade. Respeito, que é o que o ser humano precisa. Saio com o dever cumprido. Os que chegarem precisam aprender a cultura corintiana, vão entender o que eu estou falando, porque esse clube é diferente.”
Futuro de Paulinho
“Não tenho destino e nem proposta oficial. Enxerguei que muitas especulações estão sendo feitas a meu respeito. A questão do sétimo jogo, é que eu conversei para ter a chance de jogar em outro clube brasileiro. Até para eu não atrapalhar aqui. Mas eu tive várias conversas com o presidente, Fabinho (Soldado). Quando falamos de extensão de contrato, sempre falamos até dezembro e depois veríamos se fica ou não. Às vezes, publicam ou falam coisas que soltam sem saber a verdade. Todas as conversas foram para renovar até dezembro, mas vi que agora seria o final do ciclo. Tenho como projeção de jogar até quando eu ver que tenho que parar. Se for dezembro, vou parar. Não tenho problema algum com isso. Vou deixar Deus me levar para ver até onde posso chegar. Me cuido.”
Fim de ciclo
“Eu que tomei a decisão. Precisa ter sabedoria, vi dessa forma. Falamos muita vezes. Conversei com o mister também. Pensei que foi isso, não tinha outra decisão a ser tomada. Foi que achei que meu ciclo estava no fim. Fiz tudo o que poderia fazer, principalmente dentro de campo e nesses cinco meses, ajudando garotada e comissão técnica que chega. Foi algo natural. Acho que a gente não pode ficar criando fantasmas. Mas ciclos são normais. Existem outros atletas para liderarem. Foi uma decisão minha. Fabinho queria que eu ficasse, mas vi que era meu ciclo. Vão surgir outros líderes. Aliás, falei com Raniele que ele sabe o que é o Corinthians e o perfil do clube, tem tudo para ser um grande líder aqui dentro.”
O que representa o Corinthians?
“Tudo. Muito que conquistei na vida, devo ao Corinthians. Aliás, ser Corinthians é entender a pessoa que arruma tua cama, a pessoa que cozinha para você, quem prepara tudo para você ir lá e jogar. Em uma das partidas, falei no vestiário: Corinthians nunca vi exigirem craques, exigem vontade, garra e ter amor pelo clube. Isso só existe aqui, já passei em outros lugares, outros clube, Seleção, esse clube me deu a chance de jogar na Europa. Nunca vi nada igual. Esse clube pode levar as pessoas a lugares que não imaginam. Mas não falo isso da boca para fora e nem para agradar, falo a verdade. Cultura corintiana é entender e valorizar esses pontos. Assim, a gente precisa saber o nome de todos aqui dentro. Um abraço é muito melhor que palavras. Os abraços que vou receber vão falar muito mais.”
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