Automobilismo

F1: Tudo sobre o GP da Áustria, 11ª corrida da temporada de 2024

Fim de semana no Red Bull Ring, em Spielberg, terá terceira prova de sprint do ano em momento de aumento da competitividade na categoria

Max Verstappen costuma dar show para a torcida austríaca e é o maior vencedor do GP da Áustria, com quatro vitórias -  (crédito: AFP)
Max Verstappen costuma dar show para a torcida austríaca e é o maior vencedor do GP da Áustria, com quatro vitórias - (crédito: AFP)

A Fórmula 1 está voltando a ficar cada vez mais competitiva e desembarca com boas expectativas para o Grande Prêmio da Áustria, 11ª etapa de 2024. Segunda perna da rodada tripla, com provas em três fins de semana consecutivos, a disputa no Red Bull Ring, em Spielberg, faz parte das polêmicas baterias de sprint. A largada da prova principal será às 10h de domingo, enquanto no sábado terá a corrida curta, às 7h, e a classificação, às 11h. A transmissão é da Band, BandSports e F1 TV.

De volta ao calendário desde 2014, a disputa em solo austríaco é mais um capítulo do aumento da competitividade na categoria. Atual tricampeão, Max Verstappen não está sobrando na frente dos adversários como foi nos últimos dois anos e retrato disso é a margem das vitórias. Vencedor de quatro das cinco primeiras etapas da temporada (Catar, Arábia Saudita, Japão e China), o holandês teve mais de 12 segundos de vantagem para o segundo em todas elas. No entanto, as outras três vitórias do piloto da Red Bull foram bem mais apertadas, na frente de Lando Norris por apenas 0.7s (Emilia-Romagna), 3.9s (Canadá) e 2.2s (Espanha).

Outro ponto é nas classificações. Pela primeira vez em 12 anos, quatro pilotos diferentes largaram na pole position nas últimas quatro etapas. Verstappen começou da posição de honra em Ímola, Charles Leclerc em Mônaco, George Russell no Canadá e Norris na Espanha. O motivo da competitividade maior está principalmente nos carros. Enquanto o da equipe austríaca está apresentando mais falhas, os Mercedes, Ferrari e principalmente McLaren evoluíram e estão andando mais próximos dos campeões de construtores.

A chegada do GP da Áustria então veio em bom momento para a RBR, especialmente por Verstappen ser o maior vencedor na pista, com quatro triunfos. O domínio na classificação da sprint é um desenho disso. O holandês foi o mais veloz em todas as sessões e larga em primeiro pela oitava vez em corridas curtas. A surpresa foi Logan Sargent (15º), que superou Alex Albon (19º), companheiro de Williams, pela primeira vez em um qualy.

Pierre Gasly é outro com motivos para sorrir. De contrato renovado e confirmado na Alpine até no mínimo o fim de 2025, o piloto francês vai largar em 9º na corrida de sprint, um posto atrás do companheiro de equipe Esteban Ocon. O desempenho mostra que a equipe parece ter organizado a casa após um começo de temporada desastroso e pontuou nas últimas três corridas. Quem também está garantido no grid do próximo ano é Lance Stroll, ainda em uma Aston Martin cada vez mais instável.

Outra montadora para ficar de olho é na Ferrari. Perdendo o posto de segunda força do grid para a McLaren, os italianos ainda viram novas rusgas surgirem entre Charles Leclerc e Carlos Sainz Jr. no fim de semana na Espanha. Na ocasião, o espanhol tentou uma ultrapassagem e acabou tocando o monegasco. Após a corrida, o piloto do Principado reclamou do companheiro. “Acho que ele queria impressionar em sua corrida em casa, considerando o momento de sua carreira”, disse Leclerc, considerando que Sainz está sem equipe para 2025.

Depois da corrida na Áustria, a Fórmula 1 volta já na próxima semana para a última perna da rodada tripla. O Grande Prêmio da Grã-Bretanha, no Circuito de Silverstone, acontece em 7 de julho, às 11h. Verstappen lidera o campeonato de pilotos, com 219 pontos, seguido por Norris (150) e Leclerc (148). A Red Bull está à frente entre os construtores, com 330.

A pista

A pista de 4.318 quilômetros, na qual os pilotos percorrem um total de 71 voltas, é uma das mais rápidas da categoria e repleta de pontos de ultrapassagem. Com retas longas para os pilotos acelerarem, o percurso possui três zonas de ativação de DRS (abertura da asa móvel traseira para diminuir o arrasto e dar maior velocidade aos carros) que ocupam a maior parte do trajeto e apenas 10 curvas. O melhor giro foi de Carlos Sainz, com 1m05s619 em 2020, pela McLaren.

O principal ponto para tomar posição é no fim da reta principal, na primeira curva, a Castrol, mas a grande reta seguinte também fica a caráter para os pilotos arriscarem manobras. O final da terceira reta, na freada da curva 4, é outro local comum, mas mais arriscado – foi lá onde Lewis Hamilton fechou Alex Albon no GP de 2020 e tirou a chance do primeiro pódio do tailandês.

 
 
 
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Assunto polêmico dos últimos anos, os limites de pista foram modificados para a atual edição. Na realidade, o circuito terá brita na saída das curvas 9 e 10 para evitar que os pilotos ganhem tempo ao sair do traçado. Foram mais de 80 infrações por passar da linha branca no ano passado.

Quando o assunto é pneus, a Pirelli, fornecedora oficial da Fórmula 1, disponibilizou os compostos mais macios da categoria, duro C3, médio C4 e macio C5. Ainda assim, a estratégia comum na corrida deve ser priorizar o uso dos de faixa branca (duro) e amarela (médio). Com a altitude em Spielberg, o arrefecimento dos motores é prejudicado e pode fazer com que não rendem da forma comum, assim como os freios.

Curiosidades sobre o GP do Canadá

A primeira prova de Fórmula 1 na Áustria foi em 1964, no circuito de Zeltweg, e a segunda apenas em 1970, no traçado de Österreichring. Reformulada anos depois, em 1996, a pista foi rebatizada de A1-Ring e, após voltar ao calendário de vez em 2014, virou Red Bull Ring. Apesar de tradicional, esta será apenas a 37ª edição do GP, pois ficou fora por alguns anos devido à questões de segurança.

Quinto circuito mais curto da F1 em 2024, atrás de Mônaco, Zandvoort, Cidade do México e Interlagos, a quantidade de retas faz com que a corrida austríaca seja a dona da volta mais rápida da temporada. Em meio a tanta velocidade, quem foi melhor por lá foi Max Verstappen, vencedor em 2018, 2019, 2021 e 2023. O segundo com mais triunfos é Alain Prost. Do atual grid, Valtteri Bottas ganhou duas e a futura dupla da Ferrari, Lewis Hamilton e Charles Leclerc, tem uma vitória cada.

 
 
 
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O único brasileiro a vencer o GP da Áustria foi Emerson Fittipaldi, em 1972. Décadas depois, em 2014, Felipe Massa conquistou a pole position no Red Bull Ring, a última vez de um tupiniquim largando na posição de honra. Principal nome do país na categoria, Ayrton Senna chegou no máximo em segundo, mas disputou a prova em apenas quatro ocasiões. O motivo disso foi a FIA ter considerado a pista muito perigosa, então o circuito ficou fora do calendário entre 1988 e 1996. O mesmo ocorreu entre 1965 a 1969.

Além dos campeões mundiais, outro brasileiro é destaque quando se fala na corrida austríaca, mas este já nem tão positivo: o caso emblemático do “hoje não, hoje sim”. Em 2002, Rubens Barrichello, então na Ferrari, foi instruído pelo time de Maranello enquanto estava na liderança para deixar o alemão Michael Schumacher passar e vencer a prova. A ação pegou mal para a categoria, que naquele ano proibiu as equipes a darem ordem de ultrapassagem entre companheiros.

O que é a sprint?

Implementadas em 2021, as provas de sprint são corridas curtas, com até 100 km de distância e um terço da duração das provas normais. Apesar de dividir os pilotos entre os que apoiam e os que criticam, a bateria curta foi criada com o intuito de gerar mais entretenimento e competitividade.

Serão seis finais de semana de sprint na atual temporada. Além da Áustria, o modelo esteve presente nos GPs da China e Miami e também acontecerá nos Estados Unidos (COTA), São Paulo e Catar. Nas etapas com a prova curta, o fim de semana tem um formato com apenas um treino livre, na sexta-feira, assim como a qualificação da sprint. Depois, no sábado, é dia da disputa reduzida e do qualy da corrida normal, marcada para domingo.

Apenas os oito primeiros pilotos pontuam, com 8 pontos para o vencedor, 7 para o segundo e assim em diante, até o oitavo ficar com o ponto final. Quem fizer a volta mais rápida não ganha a bonificação. Após a sprint, a prova original acontece normalmente, com o sistema de pontuação tradicional.

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postado em 28/06/2024 21:28
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