Paris — A operação de uma edição de Jogos Olímpicos não é fácil. Com a quantidade de eventos simultâneos, a organização precisa contar com centenas de milhares de pessoas para tudo fluir da melhor maneira possível. E uma engrenagem vital para o funcionamento de toda a estrutura é o trabalho de voluntários. Recrutados ao redor de todo o mundo, eles atuam incessantemente para auxiliar a rotina de quem assiste ao evento ou trabalha em Paris-2024. E o Brasil tem representantes na missão: uma delas é a gaúcha Ivete Balen.
Com o voluntariado esportivo aplicado na veia há vários anos, a brasileira passou por um processo seletivo para atuar na edição francesa dos Jogos. No total, mais de 45 mil pessoas entre 300 mil inscritos foram selecionadas, após processos individuais de entrevista, para ter a experiência única de trabalhar no evento. Para concorrer ao cargo, é preciso preencher alguns requisitos: ter mais de 18 anos, falar, pelo menos, inglês ou francês, e ter disponibilidade para estar no país da Olimpíada de 12 de julho, 10 dias antes da abertura da Vila dos Atletas, a dois dias depois do encerramento dos Jogos Paralímpicos, em 10 de setembro.
As missões, em grande maioria, são dar as boas-vindas a todos, guiar fãs e pessoas credenciadas, ajudar delegações esportivas, acompanhar atletas até os locais de competição e coletivas de imprensa, dirigir para credenciados, organizar o cumprimento dos horários de ações, ajudar na distribuição de equipamento, no suporte médico, entre outros. O Correio encontrou Ivete em uma das situações mais corriqueiras do evento mais prestigiado de esporte do mundo: atender as demandas de visitantes. E a brasileira tem um local de trabalho privilegiado. Ela atua na Arena Champ de Mars, em frente à Torre Eiffel, onde ocorrem as disputas do vôlei de praia e do judô.
Para ela, estar em uma edição de Jogos Olímpicos é um privilégio. "A Olimpíada é um show à parte. A gente teve uma abertura super especial às margens do Rio Sena. Eu acho que é uma oportunidade inesquecível. Paris, para mim, é a cidade mais linda do mundo. É muito gratificante", resumiu. O evento na Cidade Luz, inclusive, não é a primeira atuação da brasileira como voluntária. Quando possível, ela faz a organização financeira para viver a experiência de contribuir na construção dos momentos icônicos proporcionados pelo esporte em eventos mundiais ou sul-americanos. A aventura, porém, não é barata.
Assim como os demais inscritos no trabalho voluntariado, Ivete bancou vários custos para passar quase dois meses na França. "O que eles pagam é o transporte dentro de Paris, a alimentação, quando você está trabalhando com uniforme. Especificamente, é isso que eles dão. A hospedagem é por conta do voluntário", explica. Todo o investimento, no entanto, é compensando com a construção de grandes memórias afetivas. "Estou emocionada, é único e maravilhoso", define. Pela TV ou presencialmente, é fácil se concentrar apenas no brilho dos atletas em busca de medalhas. No entanto, não se deve esquecer: para todo o evento funcionar, há quem se doou, de coração, por trás dos campos, quadras e arenas espalhadas pela Cidade Luz.
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