O Botafogo não tem escolha para a sequência da temporada. A partir de agora, o time alvinegro será obrigado a superar arbitragens tendenciosas e fatores escusos para sagrar-se tricampeão nacional. Assim, a única alternativa passa por uma performance em altíssimo nível para responder à falta de critérios da VAR. Qualquer ser bípede e com a mínima massa encefálica nota que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) retaliou o sócio majoritário da SAF do clube, John Textor, por suas denúncias de manipulação de resultados no futebol tupiniquim. Sob a gestão do presidente Ednaldo Rodrigues, o futebol deixou de ser 11 contra 11. É por estas e outras que a Seleção, hoje, é a quarta força no continente sul-americano e sequer consegue se classificar para os Jogos Olímpicos.
A CBF, como de conhecimento geral, é uma entidade desprovida de credibilidade. Há casos de ex-dirigentes presos, envolvidos em assédio sexual, entre outros escândalos que colocam em xeque a lisura dos torneios organizados pela mesma turma. Nociva para o futebol brasileiro, a confederação fere o princípio de isonomia das competições quando suas arbitragens condicionam partidas, como ocorreu na última quarta-feira (7), em Salvador, durante entre Botafogo e Bahia, pelas oitavas de final da Copa do Brasil.
Falta de critérios norteia o Brasileirão
Futebol é esporte de contato. O volante Gregore, em uma disputa de bola, sem excesso de força, resvala o braço, sem intenção, no adversário. O VAR chama o árbitro para suplantar a decisão de campo, expulsar o jogador do Botafogo e deixar o time carioca com um a menos, na decisão contra os soteropolitanos. Claro que o cartão vermelho pavimentou o caminho do Bahia às quartas de final. O lance chocou até mesmo a imprensa do 7 a 1, cujos comentaristas, em sua grande maioria, não passaram pano. Apenas um ex-árbitro corporativista e um apresentador, desonestamente intelectual, defenderam a marcação abjeta de Daniel Nobre Bins.
Quando Martinelli, do Fluminense, deixa as solas da chuteira sobre Gregore, quando o mesmo volante é agredido por um atleta do Cuiabá e quando Hugo Moura, do Vasco, obriga Tchê Tchê a levar pontos, no mesmo Campeonato Brasileiro da CBF, o VAR da confederação não enxerga nada anormal. Às vezes, nem o cartão amarelo sai do bolso dos assopradores de apito. Mas basta um futebolista vestir uma camisa preta e branca e encostar em um adversário que a tecnologia já se apressa para anular a decisão de campo.
Botafogo também não se ajuda
Institucionalmente, o Botafogo reclama com ofícios enviados à CBF, segundo o CEO do clube, Thairo Arruda. Obviamente, não obtém resposta e fala sozinho. É como se a vítima implorasse ao malfeitor para que devolvesse os pertences subtraídos. Nos bastidores, o Glorioso só tem o Senado, de olho nos desmandos da confederação, como aliado. Qualquer outro movimento, neste instante, é curvar-se ao sistema e admitir a derrota nesta guerra declarada desde 2023.
Em campo, o técnico Artur Jorge precisa manter os jogadores motivados e longe de qualquer declaração mais incisiva. Qualquer palavra mal colocada é, portanto, gatilho para um auditor do STJD ganhar holofotes e prejudicar ainda mais o time. É preciso, então, evitar brechas. Canalizar a revolta e transformá-la em alta performance é a única solução a curto prazo. No entanto, o próprio Botafogo não se ajuda. Contra um desfigurado Juventude, no último domingo (11), o Mais Tradicional acordou tarde e andou em campo. Aí fica muito difícil…
*Esta coluna não reflete, necessariamente, a opinião do Jogada10
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