FUTEBOL

Rivais hoje, Botafogo e Corinthians são símbolos de revolução no futebol brasileiro

Duelo de hoje entre Botafogo e Corinthians destaca como a passagem de Seedorf abriu as fronteiras do país para boleiros de ligas badaladas, a exemplo de Memphis Depay, mas sugere cuidados para domar os egos e as exigências dos gringos

Memphis treinou ontem pela primeira vez, mas não jogará hoje no Rio -  (crédito: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians)
Memphis treinou ontem pela primeira vez, mas não jogará hoje no Rio - (crédito: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians)

Vinte e cinco pontos separam o Botafogo do Corinthians no Campeonato Brasileiro. Mas um aspecto os unem. Adversários hoje, às 21h, no Rio, são símbolos da revolução na forma como o futebol brasileiro passou a ser visto lá fora. Isso começa em 30 de junho de 2012, quando o Glorioso convence o holandês e tetra da Champions League, Clarence Seedorf, a carregar a Estrela Solitária. O "sim" do maestro abriu as fronteiras do país para outros atletas de grife do Velho Continente, inclusive para o compatriota Memphis Depay. Porém, negócios como esses têm margem para erros.

O momento do Botafogo de 2012 e 2013 é semelhante ao do Corinthians atual: crise financeira, desconfiança e bastidores agitados. Seedorf era mais aposta do que reforço. A esposa brasileira foi uma das responsáveis por convencer o meia. A relação dele com o Glorioso foi intensa, com excesso de cobrança e insatisfações. Fez exigências, como mudança do trecho do hino do clube "Não podes perder, perder para ninguém". Queria uma menção direta à vitória. Sugeriu voos fretados, não gostava de uniformes dobrados e feijão nas refeições antes dos jogos.

Atuou com salários atrasados, mas foi campeão Carioca em 2013 e ajudou o clube a se classificar à Libertadores após 18 anos. Deixou o clube insatisfeito, após a saída do treinador Oswaldo de Oliveira. O Glorioso devia ao atleta e precisou de empréstimos para quitar os débitos. Hoje, ele evita falar sobre a experiência.

Memphis chega com expectativas. Aterrissou em São Paulo com discurso de Brasil como "meca do futebol". Ao contrário de Seedorf, foi convencido a vir após conversas com a cozinheira particular Paula Cardoso. O atacante terá o desafio de livrar o time de rebaixamento. Caso não consiga, há risco de rescisão de contrato, como prevê cláusula. O camisa 94 não joga hoje.

Importar talentos virou rotina. Em 2020, Botafogo trouxe o atacante marfinense Salomon Kalou, campeão da Champions de 2012 pelo Chelsea, e o japonês Keisuke Honda, meia de três Copas do Mundo. Juntos, marcaram quatro gols em 27 partidas e foram rebaixados.

O São Paulo aderiu à moda em 2019 ao trazer Juanfran, ex-Atlético de Madrid. Hoje, tem o norte-irlandês Jamal Lewis. Em 2023, Payet, meia vice-campeão da Euro-2016 com a França, aventurar-se no Brasil. Neste ano, a novidade na Colina é o suíço Maxime Dominguez.

O Grêmio entra na lista com Luis Suárez. Deixou saudades nos tricolores com 29 gols e 17 assistências em 54 jogos. Classificou à Libertadores um Imortal recém-chegado da Série B.

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postado em 14/09/2024 05:01 / atualizado em 14/09/2024 11:53
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