A mudança da data dos jogos de volta da semifinal da Copa do Brasil por parte da CBF segue rendendo. Nesta terça-feira (1º), o vice-presidente do Vasco, Paulo Salomão, falou sobre a situação no programa “Seleção SporTV”. O VP detalhou, então, os argumentos vascaínos para o clube entrar com ação no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) visando reverter a decisão da CBF.
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“O Vasco recebeu a notícia com bastante surpresa e bastante indignação, uma vez que essa mudança, apesar da CBF ter mandado ofício ao Vasco indagando sobre a possibilidade, o Vasco de maneira incisiva imediatamente entendia que essa mudança seria muito ruim, não só para o Vasco, mas para a competição e para o calendário. Razão pela qual a gente entendeu pela manutenção da data. Até porque a gente sempre disse: o Vasco não quer ser beneficiado, mas também não quer ser prejudicado. A justificativa seria que a partida era muito próxima à Data Fifa, mas na quartas o Vasco se deparou com situação idêntica a essa. Tivemos dois jogadores convocados (Puma, pelo Uruguai, e Jean David, pelo Chile) tivemos que fazer uma logística para eles estarem presentes. Então a gente entende que essa mudança é injustificada. A gente respeita as instituições, mas acreditamos que a mudança não deveria ocorrer, uma vez que o calendário já tinha sido divulgado desde o começo do ano. No sorteio da Copa do Brasil, as datas estavam estabelecidas. Não houve nenhuma mudança por parte da Conmebol que justificasse essa alteração feita pela CBF, razão pela qual a gente protestou perante a CBF e também buscou as instâncias da Justiça Desportiva”, disse.
A entidade, afinal, alterou as datas das semifinais da Copa do Brasil para o fim de semana dos dias 19 e 20 de outubro. Além disso, a CBF antecipou os jogos do Brasileirão que envolvem os semifinalistas para os dias 16 e 17 de outubro. Salomão confirmou que as ações de Vasco e Corinthians na Justiça não são a mesma, apesar dos argumentos parecidos.
“As ações são distintas. Cada um buscou os seus argumentos. Eles, obviamente, são convergentes, mas não há coordenação nesse aspecto”, revelou.
Mudança gera consequência no Brasileirão
Salomão também afirmou crer que a mudança poderia acontecer, desde que houvesse consenso entre os quatro semifinalistas. Para ele, a modificação gera consequências no Campeonato Brasileiro, aliás.
“É uma coisa que de fato nos chamou muita atenção (a mudança de data). Imediatamente quando da divulgação, o Vasco, diferente do que acontecia antes, a gente vai sempre defender os interesses do Vasco de uma maneira muito responsável e muito incisiva quando necessária. Mas também a gente tenta não fazer muito alarde nas nossas atitudes. Quando recebemos o ofício e negamos, entendemos que deveria ser uma decisão de consenso. A mudança da data gera consequência no Campeonato Brasileiro e o exemplo do Vasco é claro. A gente jogaria no fim de semana contra o São Paulo, a princípio em Brasília, mas uma semana antes da partida, a gente não sabe onde vai jogar, nem quando vai jogar, e onde vai jogar. Em São Januário, por sua vez, o jogo Botafogo x Criciúma seria lá, agora a gente também não sabe onde vai ser. Ou seja, além da questão técnica, até porque um campeonato não pode ser priorizado em detrimento a outro, gera consequência técnica a todos. Fica difícil a gente ter uma previsibilidade para logística, viagens, então entendemos que essa decisão foi ruim para todos os clubes envolvidos. Temos uma reunião na CBF para discutir esse tema, mas é uma questão que vamos tratar internamente até para entender melhor as razões por essa decisão”, enfatizou.
Os argumentos do Vasco no STJD
Por fim, ele detalhou os argumentos jurídicos que embasam a defesa do Vasco na ação no STJD.
“Os argumentos são vários. Dentre eles, a prévia divulgação do calendário; a violação ao Estatuto do Torcedor, que impede essa mudança de data não obstante os argumentos apresentados pela CBF uma mudança de data possível para a melhora do espetáculo, a gente entende que essa mudança é ilegal. E o Regulamento Geral das Competições diz que as mudanças de data só podem ocorrer em razão de solicitação do mandante, e não do visitante, como aconteceu no caso”, finalizou.
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