Futebol americano

Gerente de negócios do Patriots no Brasil conta planos do time no país

Lara Magalhães, primeira brasileira a ser cheerleader da franquia e atualmente responsável pela expansão para o país natal, foi convidada da vez

Lara Magalhães, gerente de negócios do New England Patriots no Brasil, falou sobre os planos da franquia no exterior -  (crédito: Victor Parrini/CB/D.A. Press)
Lara Magalhães, gerente de negócios do New England Patriots no Brasil, falou sobre os planos da franquia no exterior - (crédito: Victor Parrini/CB/D.A. Press)

A NFL fez em setembro o primeiro jogo da história em solo verde-amarelo e segue a passos largos para continuar a expansão do futebol americano no país. Um dos principais protagonistas desse processo é o New England Patriots, um dos times mais populares da liga e que tem o próprio toque de Brasil: a mineira Lara Magalhães. Primeira brasileira a ser cheerleader no time estadunidense e atualmente gerente de negócios da franquia de Massachusetts, ela participou do podcast CB. Esportes e contou ao Correio sobre os planos de globalização da marca nas terras brasileiras.

Aos 33 anos, ela assumiu a responsabilidade de protagonizar a expansão do Patriots no Brasil. Ela detalhou o que será feito no país sul-americano, falou projetou sobre o futuro da franquia com o calouro Drake Maye, o desafio em ser mulher em um cargo de gestão e muito mais.

Confira a seguir todos os temas abordados no podcast.

Como é sua ligação com o New England Patriots?

A minha história com o New England Patriots começou em 2019, precisamente em uma esfera profissional. Eu e meus pais moramos nos Estados Unidos, na região de New England, dos meus 14 anos até os 20. Durante esse tempo, fui cheerleader (líder de torcida) na escola e lá eu tinha uma técnica que foi a pessoa que me descobriu no cheerleading, antes eu jogava só vôlei. Ela me trouxe para o cheerleading e me ensinou tudo sobre, só que ela era fanática pelo New England Patriots.

Ela realmente foi quem me ensinou tudo sobre a dinastia Patriots, sobre os jogadores, sobre a essência de New England, como que torcia para o Patriots, e eu fiquei muito mal acostumada, porque a gente sempre ganhava. Eu peguei aqueles 20 anos da nossa dinastia, todo final de semana era ir assistir o jogo na casa dela, com os filhos dela, que fala até hoje como se eu também fosse uma filha. Eu aprendi tudo sobre o Patriots desde os meus 15 anos de idade.

Em 2019, eu enviei um e-mail para a diretora das cheerleaders do Patriots, porque eu estava atuando como dirigente de cheerleaders do Cruzeiro Esporte Clube, em Belo Horizonte. Sempre fui uma pessoa muito curiosa, então fui perguntar para ela sobre o que eu poderia melhorar para fazer no Cruzeiro. Ela não só me respondeu, como me convidou para integrar a equipe de cheerleaders do New England Patriots. Eu passei por um processo, fiz uma seletiva, mas no primeiro ano não deu certo, ainda não estava preparada. No segundo, veio a pandemia, mas no terceiro eu falei que ia me tornar a primeira cheerleader brasileira da história dos Patriots. E foi assim que meu caminho profissional dentro do Patriots começou, na sideline.

Quais os planos de expansão do Patriots para o público brasileiro?

Quando falamos de New England Patriots, precisamos lembrar que essa conexão com o Brasil já existia há muito tempo antes da NFL chegar no Brasil. Existem alguns fatores que nos levam a entender o porquê que isso acontece. Primeiro deles, a região de New England é a maior concentração de brasileiros morando nos Estados Unidos. A nossa região de atuação nos EUA é composta por seis estados, geralmente os outros times da NFL não têm essa mesma área de abrangência, então a gente tem essa concentração.

As pessoas lá têm a oportunidade de ir ao nosso complexo, de conhecerem o Patriot Place, de conhecerem o Gillette Stadium, tem jogos do nosso time de futebol, o New England Revolution. Tudo isso acho que ajudou muito nessa ligação maior com o Patriots e com o Brasil. Sem contar a era Tom Brady e Gisele Bundchen, que a gente também teve uma exposição muito maior na época que eles estavam no New England Patriots.

Agora vindo para o Brasil, dois anos atrás, a NFL, começou a fazer essa expansão global através do seu Global Market Program. O Patriots, inicialmente, escolheu a Alemanha, porque nós tivemos um jogador alemão, o Sebastian Vollmer, que é uma grande figura dentro do New England Patriots. Depois, veio o Brasil. Hoje nós estamos em expansão e também temos os direitos do mercado na Suíça e na Áustria, trabalhamos em quatro mercados internacionais, o que é muito legal.

Quando a gente fala especificamente do Brasil, assusta um pouco, porque o crescimento do nosso mercado está sendo gigantesco e em tempo recorde. Isso nos deixa extremamente felizes com tudo que está sendo feito. Quando o Patriots me chamou de volta para assumir esse cargo e gerenciar a nossa expansão no Brasil, eu vim com um monte de ideias. Cresci aprendendo sobre o Patriots, assistindo jogos, acompanhando time, fui cheerleader. Então, quando você tem essa bagagem, quer compartilhar com todo mundo. Hoje o que eu mais faço é compartilhar tudo o que eu aprendi de Patriots com o nosso torcedor brasileiro.

Uma das coisas que eu falei foi para o Patriots não ficar somente no Rio de Janeiro e São Paulo. Geralmente, os times que vem de fora tem essa visão de que o Brasil é apenas esse eixo, então uma das nossas propostas é de estar atuante em todas as regiões do Brasil. Queremos ir para o Nordeste, Sul, Sudeste, estamos no Centro-Oeste. Então, nos próximos cinco anos que nós temos os direitos do mercado brasileiro, pode ter certeza que vamos estar em cada cantinho do Brasil.

E como funciona essa questão do direito de mercado? O Dolphins também tem, certo?

O Patriots sempre teve um carinho muito especial pelo torcedor brasileiro. Nós fomos o primeiro time da NFL a ter um site em português. Nós temos um podcast chamado Semana Patriots que acontece as gravações toda semana no nosso estádio e eu participo de onde eu estiver no Brasil, ou às vezes na Alemanha.

A gente sempre teve esse cuidado desde antes de termos os direitos do Brasil. Então quando falamos do projeto New England Patriots para o Brasil, a gente já sabe onde quer chegar, tudo que o nosso torcedor gostaria de ter. Cada vez que vamos para uma outra região, aprendemos uma coisa nova que pode contribuir muito para que possamos fazer mais e mais coisas no Brasil inteiro.

Eu não posso falar em nome do Dolphins porque eu realmente desconheço o planejamento que eles têm. Mas o nosso planejamento no Patriots, é realmente trazer cada vez mais a essência de New England para perto do nosso torcedor.

Vem jogo do New England Patriots no Brasil?

Eu tento desviar todas as vezes essa pergunta, porque ela realmente não é uma responsabilidade do New England Patriots. Como isso é uma decisão da própria liga, onde a NFL gostar ou quiser que nós joguemos, a gente vai jogar.

Além de partidas, quais são os planos do Patriots no Brasil e em Brasília?

Nós já estamos presentes no Brasil. Estivemos em São Paulo com a nossa primeira Watch Party. Então nós trouxemos duas lendas do Patriots, Stephen Gostkowski e Malcolm Butler, para que eles pudessem vir e ter aquele momento com os nossos torcedores. Foi muito legal, muito bacana, uma atmosfera 100% o que seria se estivesse assistindo um jogo no Gillette Stadium. Inclusive, vários dos nossos torcedores relataram isso. Trouxemos os nossos cheerleaders, o nosso mascote, ex-jogadores, e fizemos literalmente a festa do New England Patriots em São Paulo.

Essa festa deu origem para a segunda festa, que vai acontecer em Belo Horizonte, dia 1º de dezembro, agora na minha casa, em solo mineiro. Em Brasília, nós temos a grande honra de estar fazendo a nossa primeira ativação com a CBF, um encontro dos nossos dois mascotes, Canarinho e Pat Patriot, durante o jogo Brasil e Peru. Além disso, também estamos desenvolvendo uma parceria com a CBDU, para estar presente cada vez mais nos jogos universitários.

Essa relação tem a ver com a Copa do Mundo de 2026? O Gillette Stadium vai receber de sete a oito partidas e, de repente, pode virar a casa da Seleção?

Exatamente. Nós estamos trabalhando muito com esse auxílio mútuo. Entendemos que é importante a gente apoiar o futebol, justamente porque nós receberemos algumas das partidas e algumas muito importantes, como as quartas de finais. Seria bem legal se a gente pudesse ver a seleção nas quartas de finais.

Não somente no estádio, mas também dentro da estrutura do Patriots?

Estamos conversando, e nossa intenção realmente é apoiar o Brasil. Vamos receber o Brasil da melhor forma possível no Gillette Stadium.

Hoje temos apenas o Cairo Santo representando o país na NFL. Além das ativações, vocês também pensam em formar novos jogadores no Brasil?

Acredito muito que isso seja um processo natural. A expansão da liga, dos times, os direitos de trabalhar em cada um dos mercados. Acho que vai ser uma seleção bem natural. O Patriots está conversando com a Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA) para que a gente possa apoiá-los nessa parte de formação. O Brasil, diferente dos Estados Unidos, tem uma área de formação que precisa ser direcionada mais pelas próprias confederações. Principalmente agora, com o flag football, que é uma das disciplinas do futebol americano, sendo olímpico. Então, a gente acredita muito que o nosso papel é de cada vez apoiar mais, principalmente as iniciativas educativas.

Você como mineira, vê de perto que o futebol americano no Brasil tem berço em Minas Gerais. O que você percebe de diferença entre o jogado aqui e o dos EUA?

Eu gosto muito de falar sobre o desenvolvimento do esporte alinhado à cultura. O americano já nasce e com 2 ou 3 anos já está colocando um capacete na cabeça, assim como nós fazemos com o nosso futebol. Hoje, os Estados Unidos têm trabalhado muito essa vertente do soccer, do futebol, tanto que vai levar à Copa do Mundo. Da mesma forma que eu acredito que o Brasil tem trabalhado o futebol americano. Os dois esportes caminham em opostos, mas na mesma direção. O futebol americano no Brasil tem uma crescente muito grande e o soccer, o nosso futebol brasileiro, tem uma crescente gigantesca nos Estados Unidos. Em questão de desenvolvimento, talvez a gente estaria se equiparando.

Vimos alguns casos de preconceito por parte dos jogadores que vieram ao Brasil para o jogo da NFL, muito graças à fake news. Como você se sentiu e como evitar que os atletas do Patriots cometam os mesmos erros se um dia vierem ao país?

Foi uma das coisas que mais conversamos com os nossos jogadores e com toda a comissão do Patriots. Quando falamos que New England Patriots tem uma essência diferente, é uma essência de cuidado, de atenção, de respeito. Então, quando falamos da diversidade, das diferenças ali dentro, eu tenho certeza absoluta que uma das primeiras coisas que, quando a gente for jogar no Brasil, vai ter um treinamento dessa questão cultural. Justamente por já ter toda essa comunidade brasileira morando na região, acho que seria muito difícil isso acontecer com o Patriots. Não falo impossível, nós somos humanos, porém, eu acho muito difícil por tudo isso que o Patriots tem na sua raiz mesmo.

Quando trouxemos nossos cheerleaders e ex-jogadores, que fizeram parte de metade dos nossos títulos, e são pessoas comuns, que adoraram o Brasil e estão super animados para voltar. Me mandam mensagem direto perguntando quando vão voltar. Então acho que existe uma atmosfera muito diferente dentro do Patriots e dentro de tudo que está sendo construído. Acredito muito que essa conexão com o Brasil será mais de longo prazo, de não ser só agora. Muitos pensam que o Brasil é só Rio e São Paulo, isso demonstra uma falta de conhecimento, mas o Patriots não, dentro do nosso planejamento, já temos o Brasil inteiro. Todo mundo que está ali dentro está ciente que essa parte de treinamento, cuidado e preparação é muito grande dentro do Patriots.

Como está o feedback de vocês com as redes sociais no Brasil?

Desde que o Patriots começou a atuar ativamente no Brasil, vimos um crescimento exponencial. Está sendo muito legal ver esse crescimento, mesmo tendo alguns resultados em campo que nós sabemos que estão em período de reconstrução. Se o nosso time não está indo tão bem como poderia e mesmo assim nós estamos crescendo, imagina só quando o nosso time começar a ganhar. Então, acho que essa crescente é importante, acreditamos muito que nós estamos tendo um diálogo muito forte com o nosso torcedor, o que faz com que ele queira consumir os nossos conteúdos, os produtos, o que é postado, eles estão muito engajados.

As iniciativas que fazemos fogem muito do que outros times da NFL fariam, de só ter uma ação e pronto. O Patriots está no Brasil, trouxe a nossa ex-cheerleader, a única brasileira, para poder gerenciar isso para ter certeza que tudo que a gente gostaria de levar para o nosso torcedor está chegando nele.

A reformulação do Patriots passa muito pelo Drake Maye, que foi titular pela primeira vez na semana 6. O que espera desse futuro quarterback?

Quando a gente vê um menino sendo chamado pela torcida brasileira de Menino Maye (trocadilho com Menino Ney, em referência a Neymar), acho que isso já cria uma conexão gigantesca com a nossa torcida. Ele realmente é um menino e temos que dar oportunidade, porque esse processo de reconstrução vai demandar um pouco de tempo e de paciência. Queremos crescer e, quem sabe, agora não é a nossa melhor oportunidade. Ver ele lançando três touchdowns no seu primeiro jogo, eu realmente acho que temos um futuro brilhante pela frente.

Como funciona esse período de reconstrução?

Essa pergunta é a que não quer calar. Quanto tempo vai durar a reconstrução do Patriots? Acho que não existe uma resposta correta para isso. Outro dia no nosso podcast falamos muito sobre o que a inteligência artificial projeta sobre o Drake May e foi muito interessante. Vimos ali alguns aneis de Super Bowl e eu gostaria muito que esse fosse o nosso caminho, que a inteligência artificial estivesse correta, para que a gente volte novamente a ganhar e ultrapassar o nosso GOAT, Tom Brady. Acima de nós, só ele que tem mais aneis.

O Patriots tem um jeito próprio de fazer futebol americano, mantendo ex-jogadores na comissão, por exemplo. Como passar esse jeito para o público do Brasil?

Quando falamos da parte de desenvolvimento e formação, é muito importante entender essa diferença. Nos Estados Unidos, você tem uma formação através da faculdade, passa pelo draft. No Brasil, essa formação é feita através dos clubes, então, esse trabalho de massificação, de entendimento, de identificação, precisa ser feito no clube, não na escola. Aí você perde o timing das coisa, porque o torcedor de New England já nasce torcendo para o Patriots, independente se vai ganhar ou perder. A forma de consumir o New England Patriots é diferente. Além disso, também temos algumas iniciativas com fundação, que temos a Fundação Patriots, cheerleaders, mascotes e por aí vai. Quando falamos em como fazer isso no Brasil, um dos principais motivos de trabalhar com as federações é para que as pessoas comecem cada vez mais cedo.

Como vocês tratam a questão social, de dar acesso e, quem sabe, surgir um jogador que no futuro defenda o Patriots?

Uma coisa muito legal e diferente do Patriots é o trabalho que é feito através da nossa fundação. Já temos várias iniciativas dentro dos Estados Unidos, porque lá também temos essa defasagem, não é só no Brasil. Então esse apoio às confederações, federações, prefeituras, como for, é justamente para ter acesso a um campo, a levar um kit com uma bola de futebol americano, para que as crianças possam praticar o esporte. Essa é nossa raiz, algo que já fazemos no mercado nos Estados Unidos.

Qual o papel do flag football para ajudar nesse cenário?

O flag football tem um custo menor, até para montar um campeonato, porque você tem menos pessoas, são cinco contra cinco, com possibilidade de adaptar. Isso acaba ajudando bastante, porém, quando se pensa na expansão do esporte, é importante entender que é igual o futebol, porque o olímpico, de Copa e o nacional tem regulamentos diferentes. O flag football deve ser tornado mais acessível para as pessoas, mas também mantendo a essência do tackle football (o normal), porque faz parte da cultura americana. A NFL é a National Football League, então quando se pensa em manter as raízes, é importante entender as diferenças, mas sem retirar um do outro.

Sobre o cheerleading, como funciona e como chegar onde você chegou?

Falo que fui muito privilegiada em poder estudar em uma escola nos Estados Unidos, crescer com essa cultura e ter isso no meu dia a dia. É muito diferente de quando você ama o esporte, você entende que o cheerleading é uma modalidade esportiva. De forma bem resumida, o cheerleading NFL é uma das disciplinas do cheerleading que está mais voltado para a área de performance ou de dança. É o único cheerleading profissional que temos hoje. Quando você se torna uma cheerleader da NFL, ali é onde você para, depois vem essa parte de transição de carreira para ser dirigente ou técnico, por aí vai.

O cheerleading competitivo, all star, também existe. Brasília é muito forte, nós temos vários atletas da seleção brasileira que saíram daqui.Então, quando falamos de cheerleading, é muito importante entender que existem essas duas esferas e as duas são igualmente importantes. Porque agora, no World Games, por exemplo, vai ter duplas de freestyle, ou seja, o cheerleading competitivo e atlético. É muito mais amplo do que às vezes pensam que é.

Falamos do Patriots no Brasil, mas também estarão em Londres no domingo (20/10) para enfrentar o Jacksonville Jaguars. O que espera da partida?

Eu estarei embarcando para Londres para acompanhar essa partida. Nós vamos fazer mais uma grande ativação do Brasil, agora em Londres, então estamos muito felizes. Nós temos alguns convidados, muito felizes que eles vão estar com a gente, e espero muito que eles sejam pé quente.

E o palpite para o restante da temporada?

Eu vou esperar os jogos. Eu não vou chutar, porque pode ser que eu chute errado.

Como você vê o esforço do futebol americano brasileiro para competir de uma forma minimamente profissional?

Nós estamos, inclusive, conversando com a Confederação para ver onde mais nós podemos auxiliar dentro dos campeonatos, seja trazendo essa parte educacional para o técnico, trazendo uma experiência melhor de dia de jogo para a família. É muito importante. Isso faz parte do nosso DNA. Nos EUA, temos os nossos tailgates fora do estádio, onde as famílias se reúnem, domingo está todo mundo junto, e queremos trazer isso também, auxiliando nessa parte de experiências e como mais pudermos contribuir para o desenvolvimento. Não só na parte de alto rendimento, mas na área também de lazer. Muitas pessoas praticam o futebol americano como lazer e não tem problema, porém, quando você vai competir para uma vaga em um time profissional, a gente quer que a pessoa tenha pelo menos um conhecimento básico. Então, dentro das nossas iniciativas, vamos estar auxiliando as confederações e federações a dar esses passos.

Como foi quebrar o paradigma de ser uma mulher na gestão do esporte?

Acho que o caminho nunca vai ser fácil, mas com muita perseverança, com muito respeito, com muita dedicação. Não é fácil o nosso dia a dia, eu posso te afirmar isso. Quem fala que o mundo do esporte para mulher é fácil, está mentindo, não é. Eu tenho um privilégio muito grande de trabalhar e representar uma marca como New England Patriots, que 43% do nosso corpo de diretores e vice-presidentes é composto por mulheres. Então, dentro de casa, eu tenho inspiração diária de mulheres que são mães, que são guerreiras e que trabalharam muito para conquistarem os seus lugares. E o respeito enorme dos nossos colegas homens que estão lado a lado com a gente, porque o nosso objetivo é o mesmo. Então, eu te falo que quebrar essa barreira, para mim, que sou tão nova, tenho 33 anos, tenho um caminho longo ainda pela frente, é realmente abrir as portas para as novas gerações, para as nossas meninas, para as nossas mulheres, para que elas tenham cada vez mais coragem de quebrar esses paradigmas. Porque não é fácil, mas eu posso te afirmar, é muito bom.

New England Patriots, campeão da NFL em, 2001, 2003, 2004, 2014, 2016 e 2018. Que história. É maior?

Eu sou suspeita para falar. Para mim, sempre será.

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postado em 20/10/2024 06:00
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