Automobilismo

Temporada de 2025 da Fórmula 1 começa com retorno de um piloto do Brasil

Novo nome na Sauber, Gabriel Bortoleto encerra seca de sete anos sem um brasileiro na F1 e é uma das atrações do Grande Prêmio da Austrália, neste fim de semana; primeiro treino livre marca primeiro fim de semana de Hamilton com a Ferrari

Novo piloto da Sauber, Gabriel Bortoleto é o primeiro brasileiro na Fórmula 1 desde 2017 -  (crédito: Sauber/Divulgação)
Novo piloto da Sauber, Gabriel Bortoleto é o primeiro brasileiro na Fórmula 1 desde 2017 - (crédito: Sauber/Divulgação)

Os oito títulos mundiais e mais de cem vitórias oriundos do Brasil fizeram a ausência do país incomodar muitos dos apaixonados pela Fórmula 1, mas o jejum chegou ao fim. Depois de sete anos sem um representante, os brasileiros podem voltar a acompanhar a categoria de perto para vibrar por um compatriota: Gabriel Bortoleto. O jovem piloto de 20 anos carrega a bandeira verde-amarela na temporada de 2025 da categoria e vai à pista nesta quinta-feira (13/3), às 22h30 (de Brasília), para o primeiro treino livre do Grande Prêmio da Austrália, etapa inaugural do ano. Os compromissos principais do fim de semana são a classificação, às 2h da manhã de sábado (15/3), e a corrida, à 1h de domingo (15/6).

“Poder representar o meu país na F1 é uma grande responsabilidade, mas algo que tenho muito orgulho e vou dar 100% de mim, porque é o mínimo que posso fazer pelo Brasil. É uma equipe que já teve muitos brasileiros no passado, estou feliz pela oportunidade e sou muito grato a todos que realizaram meu sonho. Agora é hora de aprender e crescer, porque a temporada vai ser sobre crescimento e aprendizado”, celebrou o jovem.

Campeão da Fórmula 2 e da Fórmula 3 nos anos de estreia, Bortoleto irá viver um cenário diferente na elite do automobilismo. Ele entrou na Sauber após o time ser o pior do grid na última temporada, terminando entre os dez primeiros em apenas uma corrida. O próprio chefe de equipe, Mattia Binotto, reconheceu que a montadora não deve estar no páreo por grandes resultados no futuro próximo, então estar na briga por pontos já será uma vitória interna.

Assim, o grande objetivo de Gabriel, ou Gabi, como foi apelidado nos boxes, é andar próximo do ritmo do companheiro Nico Hulkenberg, alemão com 14 anos de experiência na Fórmula 1. Depois da temporada de estreia, os olhos estão para o futuro, quando a Audi assume as operações da Sauber a partir de 2026, ano de novo regulamento de carros e motores. Com contrato plurianual, o brasileiro é peça importante no projeto.

“Tive uma ótima carreira nas categorias de base, mas a F1 é diferente, há muitas coisas novas para aprender. Quando você tem uma oportunidade de entrar na F1, tem que pegar, porque só passa uma vez. Quando chegou o projeto Audi, não era somente entrar em uma equipe que está te dando a oportunidade, mas sim que tem expectativas de crescimento no futuro, que pode te ajudar a se desenvolver como piloto. É um trabalho a longo prazo, mas tenho orgulho em fazer parte disso desde o início”, completou Bortoleto.

As novidades da temporada não param apenas em Gabriel, nem mesmo as que envolvem o Brasil. Cidadão honorário brasileiro, Lewis Hamilton deixou a Mercedes após 12 anos e está se acostumando a vestir o vermelho da Ferrari em uma parceria histórica entre dois ícones da modalidade. O britânico de 40 anos chega com o desafio de tirar a escuderia italiana da fila do quase. Os últimos títulos do time de Maranello foram em 2007, quando venceu o mundial de construtores e o de pilotos com Kimi Raikkonen. O heptacampeão irá formar uma das duplas mais fortes do grid ao lado de Charles Leclerc, outro candidato por pódios.

O dono do trono segue sendo Max Verstappen, atual tetracampeão. O holandês talvez não repita o domínio com a Red Bull assim como nos últimos anos, mas terá Liam Lawson como novo companheiro no time e pode se tornar o segundo a vencer cinco títulos consecutivos, repetindo o feito de Michael Schumacher.

O principal obstáculo para isso é a McLaren de Lando Norris. A construtora campeã de 2024 aposta no ano de consolidação do britânico para brigar pelo título desde a Austrália, ao lado de Oscar Piastri. A dupla de pilotos é uma das duas únicas que permaneceu igual a da temporada passada. A outra é a Aston Martin, que terá mais uma vez a combinação do veterano Fernando Alonso com Lance Stroll, filho do dono do time.

Uma das novas combinações que promete atenção é a da Williams, que trouxe Carlos Sainz para se unir a Alexander Albon. Mesmo com um carro considerado de meio de pelotão, o espanhol foi o mais veloz nos treinos de pré-temporada.

Já as demais parcerias envolvem calouros, que vão além de Bortoleto e estão presentes aos montes pelo grid. Andrea Kimi Antonelli, de apenas 18 anos, será o substituto de Hamilton na Mercedes para correr com George Russell, enquanto Isack Hadjar é o novo colega de Yuki Tsunoda na RB. Apesar de terem participado de corridas na última temporada, Oliver Bearman e Jack Doohan serão titulares pela primeira vez na carreira. Eles correm com os franceses Esteban Ocon na Haas e Pierre Gasly na Alpine, respectivamente.

 
 
 
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Sete pilotos e quatro equipes diferentes venceram corridas em 2024 e a promessa é de uma nova dose de equilíbrio. As mudanças de regulamento ficam só para 2026, com novos parâmetros para carros e motores, além da introdução de uma nova equipe no grid. A principal diferença para esta temporada é o fim do ponto extra de volta mais rápida.

Arthur Ribeiro*
AR
postado em 13/03/2025 07:00 / atualizado em 13/03/2025 21:59
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