
Há pouco menos de um século, em 1930, o francês Lucien Laurent entrou para a história ao ser o primeiro a balançar as redes em uma Copa do Mundo de seleções, na vitória da França por 4 x 1 sobre o México. Em 15 de junho de 2025, foi vez do conterrâneo Kingsley Coman alcançar um feito semelhante, ao fazer o gol inaugural da Copa do Mundo de Clubes, quando abriu o caminho da goleada de 10 x 0 do Bayern de Munique em cima do Auckland City. Quase 100 anos separam o início das histórias dos dois mundiais, mas um grupo seleto com 44 atletas pode ter a honra de deixar a marca em ambos.
O primeiro jogador a fazer um gol em uma das 22 edições da Copa do Mundo de Seleções e repetir a dose no novo modelo do torneio de clubes foi o alemão Thomas Muller. Dono de 10 bolas na rede no campeonato entre países, incluindo um como carrasco do Brasil no título da Alemanha em 2014, o meia-atacante fez o quinto e o décimo do Bayern no atropelo contra a equipe neozelandesa pelo grupo C.
Muller logo teve companhia hermana na lista. Peças fundamentais na conquista da Argentina em 2022, Enzo Fernández balançou as redes pelo Chelsea contra o Los Angeles FC, assim como Di María a favor do Benfica contra Boca Juniors e Auckland City. O ponta-direita do time português ainda ostenta ter feito o dele na Copa do Mundo de 2018 e 2014, mas passou em branco na de 2010.
O grupo aumentou com a entrada de Giorgian De Arrascaeta. O craque do Flamengo fez o primeiro gol na vitória por 2 x 0 contra o Espérance, complementando com os dois feitos pelo Uruguai contra Gana no mundial da Rússia. Depois, outro camisa 10 a entrar no hall foi Lionel Messi, quarto maior artilheiro na Copa do Mundo, com direito a golaço de falta pelo Inter Miami contra o Porto.
Depois vieram mais estrelas, como os ingleses Harry Kane e Jude Bellingham, de Bayern de Munique e Real Madrid, respectivamente, e Antoine Griezmann, campeão do mundo com a França em 2018 e que balançou as redes do Botafogo. Phil Foden (Inglaterra/Manchester City). Randal Kolo Muani (França/Juventus), Dusan Vlahovic (Sérvia/Juventus) e Ilkay Gundogan (Alemanha/Manchester City) também repetiram o feito.
A Copa do Mundo de Clubes soma um total de 44 atletas que podem balançar as redes em ambos os torneios e a lista é, no mínimo, curiosa. Alguns astros são nomes óbvios, caso de Kyllian Mbappé, artilheiro do último mundial de seleções. O francês ficou de fora dos dois jogos do Real Madrid se recuperando de um quadro de gastroenterite e ainda não conseguiu entrar em campo.
Os únicos brasileiros que podem alcançar o feito são Vinícius Júnior, também do clube merengue, e Thiago Silva, do Fluminense. O atacante marcou contra a Coreia do Sul em 2022, já o zagueiro fez em cima da Sérvia em 2018 e da Colômbia em 2014. Outras estrelas como Luis Suárez (Inter Miami/Uruguai), Luka Modric (Real Madrid/Croácia) e Edinson Cavani (Boca Juniors/Uruguai) também podem ter gols em ambas as competições.
No entanto, ainda sobra espaço para nomes menos conhecidos. O torcedor talvez se lembre do gol de Salem Al-Dawsari, do Al-Hilal, na vitória da Arábia Saudita por 2 x 1 contra a Argentina em 2022, ou de Achraf Dari, hoje no Al Ahly, que fez pelo Marrocos na derrota de 1 x 2 na disputa de terceiro lugar contra a Croácia na Copa do Catar.
Ainda assim, é preciso buscar mais fundo no baú da memória para se ter a lembrança de outros dois jogadores que podem balançar a rede nos dois mundiais. A partida entre Bélgica e Japão nas oitavas de final em 2018 ficou marcada pela virada dos belgas nos acréscimos, mas quem abriu o placar para os japoneses foi o meia Genki Haraguchi, hoje reserva no Urawa Red Diamonds, do grupo E da Copa de Clubes.
Menos pessoas devem recordar da goleada da Argentina sobre a Coreia do Sul por 4 x 1 na fase de grupos do mundial de 2010. Gonzalo Higuaín fez um hat-trick, mas antes o ponta-direita Lee Chung-yong fez o de honra dos coreanos. Atualmente reserva no Ulsan HD, rival do Fluminense no grupo F, o veterano de 36 anos também marcou na eliminação para o Uruguai nas oitavas de final da mesma edição.
Lista de jogadores que podem ter gol nos dois mundiais:
Thomas Müller (Bayern de Munique e Alemanha)
Enzo Fernández (Chelsea e Argentina)
Angel Di María (Benfica e Argentina)
Giorgian De Arrascaeta (Flamengo e Uruguai)
Phil Foden (Manchester City e Inglaterra)
Randal Kolo Muani (Juventus e França)
Lionel Messi (Inter Miami e Argentina)
Harry Kane (Bayern de Munique e Inglaterra)
Ilkay Gündogan (Manchester City e Alemanha)
Jude Bellingham (Real Madrid e Inglaterra)
Dusan Vlahovic (Juventus e Sérvia)
Kyllian Mbappé (Real Madrid e França)
Olivier Giroud (Los Angeles FC e França)
Julián Álvarez (Atlético de Madrid e Argentina)
Gonçalo Ramos (PSG e Portugal)
Mehdi Taremi (Inter de Milão e Irã)
Salem Al-Dawsari (Al-Hilal e Arábia Saudita)
Aleksandar Mitrovic (Al-Hilal e Sérvia)
Vinicius Jr (Real Madrid e Brasil)
Timothy Weah (Juventus e Estados Unidos)
Piotr Zielinski (Inter de Milão e Polônia)
Sergej Milinkovic-Savic (Al-Hilal e Sérvia)
Moisés Caicedo (Chelsea e Equador)
Kalidou Koulibaly (Al-Hilal e Senegal)
Serge Gnabry (Bayern de Munique e Alemanha)
Denzel Dumfries (Inter de Milão e Holanda)
Manuel Akanji (Manchester City e Suíça)
Raphaël Guerreiro (Bayern de Munique e Portugal)
Nahuel Molina (Atlético de Madrid e Argentina)
Aurelien Tchouaméni (Real Madrid e França)
Josko Gvardiol (Manchester City e Croácia)
Achraf Dari (Al Ahly e Marrocos)
Kim Young-Gwon (Ulsan e Coréia do Sul)
Antoine Griezmann (Atlético de Madrid e França)
Edinson Cavani (Boca Juniors e Uruguai)
Luka Modri (Real Madrid e Croácia)
John Stones (Manchester City e Inglaterra)
Luis Suárez (Inter Miami e Uruguai)
Marcos Rojo (Boca Juniors e Argentina)
Thiago Silva (Fluminense e Brasil)
Benjamin Pavard (Inter de Milão e França)
Genki Haraguchi (Urawa Red Diamonds e Japão)
José Giménez (Atlético de Madrid e Uruguai)
Lee Chung-yong (Ulsan e Coreia do Sul)