
A Copa do Mundo de Clubes nos Estados Unidos está replicando costumes adotados nos outros esportes da terra do Tio Sam, mas nem todas as ideias estão caindo nas graças da torcida. Novidade da Fifa para o mundial, os jogadores estão entrando em campo um de cada vez, com os nomes anunciados individualmente no sistema de som dos estádios. O torneio não demorou para virar um xodó dos amantes do futebol, porém a entrada “a lá NBA” teve efeito contrário, especialmente com o público mais tradicional.
O exemplo inaugural da inovação foi na partida de abertura, entre Al Ahly e Inter Miami. O time egípcio foi o primeiro a entrar, seguido pela equipe estadunidense. Luis Suárez puxou a fila e Lionel Messi, como capitão, foi o último anunciado e terminou recebido ovacionado pelo público presente no Hard Rock Stadium, em Miami. O momento, no entanto, não foi unanimidade entre os torcedores.
“Achei até um pouco ‘cringe’, como as pessoas falam. Os jogadores pareciam um pouco tímidos e também achei ruim acabar com o modelo clássico, dos times entrando perfilados junto dos mascotes. Se fosse só na primeira rodada acho que faria mais sentido, por ser um jogo para a torcida conhecer os atletas, então era uma oportunidade de fazer essa apresentação, mas depois foi cansando”, opinou ao Correio o analista político Vítor Costa, de 24 anos.
A Fifa não deu motivos para ter adotado a mudança, mas uma das possíveis explicações pode ser até pela estrutura física dos estádios que estão sediando o mundial. Diferente das arenas tradicionais do Brasil e da Europa, com o túnel de acesso dos vestiários saindo na metade do campo, nos Estados Unidos o padrão é a entrada ser pelas quinas, próximo da bandeirinha de escanteio.
“Não gosto da ideia de individualizar um esporte coletivo. A tradição é os 11 jogadores de cada time entrando perfilados, então não acho que deveria mudar. Os atletas estão entrando por um lugar e dando a maior volta até parar, chega a ser estranho de ver, como se fosse outro esporte, diferente do que estamos acostumados. Por mim deveria manter como sempre foi”, disse o comerciante Sérgio Moura, de 52 anos.
A introdução de um jogador por vez, com o nome anunciado ao público, é rotina em ligas como a NBA e a NFL. Nestas competições, é costume a equipe mandante usar um narrador próprio para fazer as apresentações de maneira enérgica e servir como uma aclimatação para a partida. Alguns clubes de futebol fazem algo semelhante, mas geralmente durante o anúncio das escalações.
Outro problema causado pela novidade na Copa do Mundo de Clubes foi o atraso. A cerimônia de entrada mudou os protocolos padrões de uma partida e, até as equipes se acostumarem com o formato, os confrontos da primeira rodada do torneio começaram minutos após o horário definido. A mudança causou até uma cena inusitada no duelo entre Urawa Red Diamonds e River Plate, quando o capitão do time japonês, o noruegues Marius Hoibraten, passou sem cumprimentar os adversários e justificou ter sido pela confusão do novo protocolo.
“Aos torcedores do River Plate. Me esqueci de apertar as mãos porque a configuração era nova. Me confundi e estava na minha bolha, e não entendi o que deveríamos ter feito. Por isso caminhei e não cumprimentei (os jogadores do River Plate). Pareceu que não me importei com vocês e nem com os jogadores. Essa nunca foi minha intenção", publicou o zagueiro nas redes sociais.
Confira mais reações da web sobre as entradas dos times no Super Mundial:
Mundial de Clubes FIFA tá indo bem em quase tudo, mas essa entrada jogador por jogador não é uma boa ideia.
— Napoleão de Almeida - Instagram: @napoalmeida (@napoalmeida) June 16, 2025
coisas pra se mudar no próximo mundial
— mari (@atalamari) June 23, 2025
1. fazer o mais longe possível dos eua
2. esse protocolo horrível de entrada individual
3. o cruzeiro obrigatoriamente tem que estar nele
todo jogo desse mundial começa com 10 minutos de atraso por causa dessa entrada merda que ninguem liga
— comentaristaedu (@comentaristaedu) June 15, 2025
quando tinha hino era muito mais legal pic.twitter.com/hrDIPlyfnQ