
Condenado por estupro na Itália e atualmente detido na penitenciária de Tremembé, Robinho ainda exerce influência direta sobre a trajetória do filho, Robinho Jr., no Santos. Em visitas quinzenais, o ex-jogador orienta decisões do jovem atacante, incluindo, por exemplo, a escolha pelo nome.
Conhecido como “Juninho” nas categorias de base para evitar comparações e comentários relacionados ao pai, o jovem adotou o nome “Robinho Jr.” com aval do ex-atacante. Recentemente, em uma das conversas na prisão, o ex-jogador concordou com a alteração no reconhecimento do atleta.
Além disso, o clube deixou de se referir ao garoto como Juninho em suas comunicações oficiais. Internamente, no entanto, a equipe técnica e os companheiros ainda mantêm o apelido no dia a dia do CT Rei Pelé. As informações são do UOL Esporte.
Fora de campo, o jovem chegou a declarar, durante uma transmissão ao vivo com amigos, que possui uma certa “obrigação famíliar”. Trata-se de vencer o Corinthians para seguir o legado do pai, mas a fala gerou desconforto e acabou instruído a evitar esse tipo de exposição pública.
Participação na renovação contratual
Mesmo em condição de recluso, o ex-atacante também participou diretamente da renovação contratual do filho com o Peixe. O Santos enviou um representante do departamento jurídico até o presídio para obter a assinatura que confirmava o acordo. Ao aprovar o documento, o ex-atacante afirmou: “Eu também comecei com essa idade. Deixem ele jogar”.
O clube segue cauteloso em qualquer associação direta com o pai do garoto. Embora permita o uso do nome “Jr.” e tenha entregue a camisa 7 — número icônico do pai — ao jovem, o departamento de futebol evita menções ao condenado. Anteriormente, o garoto chegou a vestir uma camiseta com os dizeres “melhor pai do mundo”, mas, por orientação, deixou de realizar esse tipo de homenagem.
Ascensão no elenco profissional
O jovem assumiu protagonismo precoce no time principal, apenas aos 17 anos. A transição do juvenil ao elenco profissional se intensificou após uma convocação de última hora para um amistoso contra a Desportiva Ferroviária. Isso porque o atleta compôs a delegação em Cariacica no lugar de Hyan, lesionado na ocasião. No amistoso, vestiu a camisa 7 e contribuiu com uma assistência.
Cléber Xavier decidiu, então, utilizá-lo na sequência. O jovem participou de quatro jogos consecutivos, incluindo partidas contra Flamengo e Internacional. Em campo, demonstrou personalidade e maturidade ao atuar com a mesma naturalidade que exibia na base, o que surpreendeu a comissão técnica.
Neymar como mentor de Robinho Jr.
O camisa 10 assumiu papel de tutor na rotina do novo camisa 7 da Vila. O ídolo santista estabeleceu uma relação próxima com o garoto, orientando-o dentro e fora dos treinos. Em declarações após a vitória sobre o Flamengo, por exemplo, o Neymar afirmou:
“Estou aqui para ajudar. Um menino de muito bom coração e torço demais por ele. Fiquei contente de vê-lo pequenininho e ele estrear ao meu lado. O tempo está passando, e rápido, e agora só depende dele. Futebol ele tem”.
A convivência entre os dois também se destacada nas redes sociais do clube, com desafios de habilidade e momentos descontraídos no CT.
Estratégia do clube
Apesar da rápida ascensão, o Santos adota uma política de cuidado com a imagem do atleta. A diretoria evita superexposição e trabalha para atenuar a pressão sobre o jovem, principalmente pela conexão direta com seu pai. Em jogos recentes, a torcida reagiu com entusiasmo à sua entrada em campo, entoando o tradicional cântico “olê, lê, olá, lá, o Robinho vem aí e o bicho vai pegar”.
O clube também reconhece a estrutura física ainda frágil do atacante — apenas 51 kg —, mas enxerga potencial de desenvolvimento no elenco principal, sem necessidade de retorno à base.
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