
Assunção — Equipada para receber as disputas dos saltos ornamentais até a próxima terça-feira (19/8), a piscina do Centro Aquático Olímpico do Paraguai virou palco de um show particular de duas grandes promessas da modalidade. Aos 14 anos e vindo de resultado consistente no Mundial de Esportes Aquáticos da Singapura, as gêmeas mexicanas Lia e Mia Cueva deram nos Jogos Pan-Americanos Júnior de Assunção-2025 uma mostra do potencial reservado para um futuro brilhante.
Originárias de Jalisco, Lia e Mia roubaram a cena no Paraguai. Na final do trampolim sincronizado de 3m, as mexicanas dominaram a disputa e venceram com nota final de 289.32, quase 15 pontos à frente das norte-americanas Anna Kwong e Sophia Grace Verzyl. A "facilidade" para executar os movimentos em perfeito sincronismo impressiona. Os melhores saltos foram um 1/2 cambalhota para frente (68,82 pontos) e um 1/2 cambalhota para frente com um giro (64,80 pontos). Com eles se destacaram das rivais.
"Estamos muito animadas e felizes porque conseguimos realizar um salto com o qual estávamos tendo dificuldade. É um salto que os grandes fazem e estamos muito felizes que tenha dado certo para nós", declarou Mia aos jornalistas. A soberania confirmou o favoritismo prévio acumulado pelo desempenho no Mundial da Singapura. Na disputa sincronizada da mesma plataforma de 3m, as mexicanas conquistaram um inédito bronze. Elas foram superadas apenas pelas chinesas Yiwen Chen e Jia Chen e as britânicas Yasmin Harper e Scarlett Mew Jensen. O quarteto varia entre seis e 12 anos a mais em relação às irmãs Cueva.
Mesmo com a pouca idade, o desempenho das irmãs gêmeas no esporte atrai a atenção da mídia. Na zona mista do Centro Olímpico Aquático (CAO), um grupo de jornalistas mexicanos esperou por mais uma hora a passagem das atletas. Tudo para registrar as impressões das brilhantes joias do esporte do país. "Eu estou muito feliz por ganhar esta medalha e agradeço a todos que estiveram nos apoiando. Há um pouco de pressão, mas isso nos motiva a continuar trabalhando, querer mais, estar nos Jogos Olímpicos e ganhar uma medalha", projetou Lia. "Dedico isso à minha família, ao meu treinador e a toda a equipe por trás de nós. Muito obrigado a todos, sem eles isso não seria possível e juntos podemos", completou Mia.
Sincronismo além do pódio
Assistir Lia e Mia Cueva competindo é um deleite não somente pelo alto nível de sincronismo e dificuldade nos saltos executados nas provas. Gêmeas idênticas, as irmãs seguem um "padrão involuntário" em uma série de movimentos fora das piscinas. Antes de se posicionarem na plataforma, as mexicanas têm o mesmo gesto para jogarem as toalhas. É curioso como os panos caem na mesma direção simultaneamente. Os passos ritmados e os sorrisos depois das apresentações fazem qualquer um se confundir na hora de identificar quem é quem entre as atletas.
Antes de se especializarem nos saltos ornamentais, as gêmeas Cuevas tiveram experiência na ginástica. O tempo na modalidade serviu como triunfo para as duas adaptarem os movimentos apresentados nas competições. Há, também, um incentivo familiar. Irmã mais velha das meninas, Suri treinava no CODE Jalisco e virou uma inspiração para as mais novas. O início da paixão pelo esporte, no entanto, foi curiosa. "Não podíamos ficar sozinhas em casa e minha mãe nos obrigava a acompanhá-la para assistir aos treinos", explicou Lia.
No auge dos 14 anos, Lia e Mia ainda variam entre competições júnior e adultas. No entanto, o desempenho em ambas tem o poder de justificar todo o frisson dos mexicanos em torno das irmãs. Se a medalha de bronze no Mundial de Esportes Aquáticos da Singapura serviu para maximizar a expectativa, o desempenho soberano nos Jogos Pan-Americanos Júnior de Assunção-2025 despejou ainda mais detalhes dourados na trajetória de duas das principais promessas do esporte olímpico do México.