
Ilustre torcedor do Internacional e, no Rio de Janeiro, com grande simpatia pelo Botafogo, o escritor gaúcho Luis Fernando Verissimo morreu neste sábado (30/8), aos 88 anos. Ele estava internado desde o dia 11/8, no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Mas não resistiu a uma pneumonia, que agravou seu quadro clínico — já comprometido pelo Parkinson e pelas sequelas de um AVC.
Natural de Porto Aegre, Verissimo nasceu em 26 de setembro de 1936. Era filho do também consagrado escritor Érico Verissimo (de O Tempo e o Vento, entre outras obras) e de Mafalda Halfen Volpe. Deixa três filhos: Fernanda, Mariana e Pedro, todos do casamento com Lucia Helena Massa.
Luis Fernando Veríssimo, um genial brasileiro
Dono de um humor refinado e ironia afiada, Luis Fernando Verissimo escreveu para revistas como “Veja” e “Playboy”, além de jornais como “Zero Hora”, “O Estado de S. Paulo” e “O Globo”. Também foi roteirista de programas humorísticos da TV Globo.
Publicou 80 livros de crônicas, contos e sátiras — muitos deles grandes sucessos de público e crítica. Sua obra mais popular, O Analista de Bagé, tornou-se peça de teatro e foi um fenômeno de vendas. Mas outros livros como Comédia da Vida Privada (que virou série de TV) e Ed Mort (teve versão no cinema), também são muito destacados. Além de ser considerado por muitos um dos maiores cronistas do Brasil, Verissimo ainda era tradutor e músico, exímio saxofonista. Curiosamente, apesar dos muitos pedidos, nunca tentou se candidatar à Academia Brasileira de Letras, onde certamente venceria qualquer candidato. Mas tinha um motivo. Afinal, repetiu a atitude de Érico Verissimo, que jamais tentou a candidatura.
Internacional no coração
Apaixonado por futebol, Verissimo era torcedor fervoroso do Internacional, que publicou em suas redes uma homenagem a um de seus mais ilustres torcedores.
“Marcou o imaginário do povo brasileiro”, postou o Colorado em suas redes sociais, citando a histórica crônica que o escritor publicou no jornal Zero Hora, no dia seguinte ao título mundial de 2006, conquistado sobre o Barcelona, e intitulada “Não acordem”.
Um resumo da crônica:
“Tudo tinha um sentido que você apenas não percebera, na falta do momento máximo. A vitória do Grêmio em Tóquio em 1983, os anos medíocres, o quase rebaixamento, as finais desperdiçadas, os vexames, as desilusões — tudo era prólogo para ontem.
E fiquei pensando que, quando for a nossa vez de novo, teremos certamente a torcida mais dedicada, fiel, convicta e feliz do Brasil. Porque será a torcida dos que resistiram. Aguente só mais um pouco. Meus respeitos.
Mas isto tudo também pode ser um sonho. Se for, por favor: não me acordem.”
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