
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) condenou o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, a 12 jogos de suspensão e multa de R$ 60 mil por forçar cartão amarelo no confronto contra o Santos, em novembro de 2023, em Brasília, para beneficiar apostadores. O julgamento desta quinta-feira durou quase oito horas. O processo é passível de recurso.
Considerando a gravidade da acusação, a punição pode ser considerada branda. A punição tiraria Bruno Henrique do jogo contra o Juventude, previsto para 14 de setembro em Caxias do Sul (RS), mas há possibilidade de efeito suspensivo.
O camisa 27 foi absolvido artigo 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que diz: "atuar, deliberadamente, de modo prejudicial à equipe que defende". No caso, sem pretensão de prejudicar o Flamengo. Porém, no artigo 243-A (atuar, de forma desleal ou fraudulenta, com fim de influenciar o resultado de partida, evento ou equivalente), a denúncia foi aceita pelo placar de quatro votos contra um.
Bruno Henrique acompanhou o julgamento por videoconferência, não respondeu perguntas, mas se pronunciou rapidamente e reafirmou a inocência. O jogador de 34 anos foi representado pelo advogado Alexandre Vitorino. Também acompanharam o juízo os representantes legais do Flamengo, Michel Assef Filho e Flavio Willeman (vice-presidente do clube).
"Houve uma ingenuidade de Bruno Henrique de passar essa informação tática. Esse tipo de compliance esportivo precisa ser reforçado. Os clubes precisam passar isso para os seus jogadores. As bets vieram para ficar", declarou o presidente da 1ª Comissão Disciplinar, o auditor Marcelo Rocha.
A Procuradoria também denunciou quatro atletas amadores. Três estiveram virtualmente: Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Andryl Sales Nascimento dos Reis e Douglas Ribeiro Pina Barcelos. Wander Nunes Pinto Junior, irmão de Bruno, contou com um advogado.
Relembre o caso
Oito meses depois do início das investigações, Bruno Henrique foi indiciado pela Polícia Federal em abril deste ano por fraude esportiva e denunciado no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, com previsão de pena de dois a seis anos de reclusão. Posteriormente, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ofereceu denúncia à Justiça do DF, tornando Bruno Henrique réu para ser julgado também na esfera comum.
Segundo a investigação, Bruno Henrique teria comunicado com antecedência ao irmão Wander Nunes Pinto, que provocaria uma situação para tomar o cartão amarelo durante o confronto contra o clube paulista. Assim, Wander, a esposa Ludymilla, a prima Poliana Ester Cardoso e amigos dele fizeram as apostas, o que chamou a atenção das plataformas.
*Estagiária sob a supervisão de Marcos Paulo Lima