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Flamengo obtém liminar para bloquear repasses a clubes da Libra

Atual presidente do Flamengo, Bap quer rever divisão do dinheiro na Libra

Atual presidente do Flamengo, Bap quer rever divisão do dinheiro na Libra -  (crédito: - Foto: Reprodução Youtube canal Flamengo TV)
Atual presidente do Flamengo, Bap quer rever divisão do dinheiro na Libra - (crédito: - Foto: Reprodução Youtube canal Flamengo TV)

O Flamengo obteve uma liminar judicial que bloqueia os repasses financeiros destinados aos clubes que integram a Libra. A gestão rubro-negra busca alterar a forma de divisão do dinheiro na liga, uma medida que foi repudiada pela entidade como “unilateral e repentina”. A ação do clube carioca resultou na retenção de R$ 77 milhões em pagamentos.

Por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o repasse de uma fatia dos lucros do pay-per-view, conforme o acordo entre a Libra e a Globo, teve interrupção. O Flamengo justifica a ação judicial alegando que um contrato de 2024, da época de Rodolfo Landim, está lhe causando prejuízo, embora seu sucessor, Luiz Eduardo Baptista, conteste essa versão.

Na noite desta sexta, o clube publicou nota oficial na qual diz que seu poder de veto não foi aceito na assembleia da Libra. O Flamengo afirma que buscou uma solução amigável antes de entrar na Justiça e garante que aceita “fazer algum grau de concessão”.

“O Flamengo reafirma que sua luta é para que sua representatividade seja respeitada, que as decisões da LIBRA sejam tomadas dentro das regras previstas no Estatuto e da Lei e que a história e o valor de cada clube sejam reconhecidos pelos seus méritos, de forma justa e equilibrada”, diz parte da nota.

Afinal, o Flamengo contesta a forma da divisão das receitas de pay-per-view, já que a audiência é um fator crucial para determinar o valor. A Libra, aliás, manifestou surpresa com a ação judicial do clube carioca, alegando que o assunto entrou em debate.

Leia abaixo a nota oficial do Flamengo:

“O Clube de Regatas do Flamengo ajuizou nos últimos dias medida judicial, com pedido de liminar, contra a Liga do Futebol Brasileiro – LIBRA. O objetivo é impedir que o Flamengo sofra prejuízos adicionais em razão do estabelecimento de critérios de divisão de receitas por audiência que não reconhecem o poder gerador de recursos financeiros pelo Flamengo.

É importante que fique claro que o Flamengo, desde o momento que ingressou na LIBRA, concordou em dividir as receitas de direitos de transmissão, de imagem e de som de forma bastante equilibrada. Assim, 40% das receitas seriam repartidas de forma igualitária entre todos os clubes, 30% seriam repartidas de acordo com a classificação final no Campeonato Brasileiro da Série A e 30% seriam divididas segundo a audiência gerada por cada clube.

Existe a previsão no Estatuto da LIBRA de um legítimo direito de veto (que cabe ao Flamengo e a todos os demais clubes), exigindo-se a aprovação unânime do critério de rateio dos valores devidos aos clubes a título de audiência. Além disso, há no Anexo 1 do Estatuto a previsão de uma receita mínima garantida, correspondente às receitas que os clubes obtiveram pelos direitos de transmissão no ano de 2023.

Para a aprovação do critério de rateio foi realizada uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da LIBRA, em 16/05/25, onde o Flamengo se posicionou contra o cenário de divisão de receita proposto pela LIBRA, tendo a reunião sido suspensa sem nenhuma deliberação.

O tema foi em nova AGE, no dia 26/08/25, quando Flamengo e Volta Redonda votaram contra o cenário defendido pela LIBRA, que concede ao Flamengo 20,41% da receita de audiência, que está longe de representar o poder gerador de receitas do clube. Exemplificando, o tamanho da torcida do Flamengo dentre os clubes da LIBRA é de 47%. Nessa ocasião o Flamengo entregou seu voto divergente por escrito.

O Flamengo sempre esteve disposto a buscar uma solução amigável para o problema e a fazer algum grau de concessão para chegar a um acordo, mas os demais clubes foram intransigentes e impuseram um prejuízo superior a 100 milhões de reais anuais ao Flamengo, o que representa uma perda de 37% em relação ao contrato anterior.

Diante da insistência da LIBRA em impor esse cenário, mesmo com os votos contrários do Flamengo e do Volta Redonda, o que configura descumprimento do Estatuto e é, portanto, ilegal, não restou ao Flamengo outra alternativa senão recorrer à justiça.

Registre-se que o Flamengo não tem interesse no litígio, na medida em que a maior parte dos valores depositados cabem ao clube, que é aquele que tem a maior audiência no país. É péssimo para o Flamengo que as receitas devidas a título de audiência fiquem retidas judicialmente. Não tem como concordar, todavia, com a solução absurda que a LIBRA deseja implementar, tiranicamente, em prejuízo do clube.

Não é verdade, por fim, que o depósito judicial dos valores vá asfixiar financeiramente os demais clubes. Lembre-se que o processo envolve, apenas, os 30% de audiência, nada impedindo o recebimento dos demais 70%, na forma estabelecida no contrato.

O Flamengo reafirma que sua luta é para que sua representatividade seja respeitada, que as decisões da LIBRA sejam tomadas dentro das regras previstas no Estatuto e da Lei e que a história e o valor de cada clube sejam reconhecidos pelos seus méritos, de forma justa e equilibrada.”

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postado em 26/09/2025 19:19
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