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“Combo” de streaming: UEFA visa revolucionar transmissões com novo tipo de direitos globais

UEFA visa revolucionar transmissões da Champions League com novo tipo de direitos globais

UEFA visa revolucionar transmissões da Champions League com novo tipo de direitos globais -  (crédito: Foto: Justin Setterfield/Getty Images)
UEFA visa revolucionar transmissões da Champions League com novo tipo de direitos globais - (crédito: Foto: Justin Setterfield/Getty Images)

A UEFA tem se debruçado numa reformulação profunda no modelo de comercialização dos direitos de transmissão da Champions League. A partir da temporada 2027/28, a entidade europeia passará a permitir que plataformas de streaming com operação global — como Netflix, Amazon, Apple e Disney — disputem pacotes exclusivos de exibição para jogos da competição.

Entende-se que a medida representa uma guinada estratégica da entidade em busca de ampliar receitas e se adaptar ao novo perfil de consumo esportivo digital. Além disso, o novo formato estabelece a criação de uma categoria de direitos globais exclusivos: uma partida por rodada será transmitida por uma única plataforma vencedora.

A medida altera o padrão atual de licenciamento fragmentado por país e região. O objetivo da ação visa tornar os pacotes mais atrativos a players com presença internacional consolidada.

UEFA mira em receitas e alcance global

O movimento tem como meta elevar a arrecadação anual da UEFA com os direitos de transmissão. Hoje, a entidade fatura cerca de 4,4 bilhões de euros e estima-se que, com o novo ciclo comercial entre 2027 e 2033, o valor poderá atingir cinco bilhões de euros.

A agência ‘Relevent Sports’ está à frente da venda dos direitos e representará oficialmente a entidade nas negociações com as plataformas interessadas.

A principal inovação está na flexibilização da exibição: ao invés de vendas país a país, a UEFA optará por pacotes agrupados por regiões — como América Latina, Ásia e África — favorecendo empresas com estrutura operacional ampla. Essa nova abordagem permitirá um leilão mais competitivo e poderá atrair novos públicos para a competição.

“O futebol precisa se adaptar à realidade de consumo. A parceria com a Relevent é um passo decisivo para tornar o conteúdo mais acessível. Sem falar em atrativo e inovador”, declarou Aleksander ?eferin, presidente da UEFA.

Limitações e equilíbrio competitivo

Embora a novidade represente uma abertura para gigantes do streaming, o regulamento do novo formato impõe restrições aos acordos. Clubes de apelo global, como Real Madrid, Bayern de Munique, Manchester City e PSG, não poderão ser escalados com frequência nas transmissões exclusivas. Isso porque há preocupação quanto à diversidade de confrontos.

Já os contratos de licenciamento poderão ter validade de três a seis anos, com expectativa que as negociações comecem ainda em 2026. Além disso, incluirão diretrizes específicas para exibição em ambientes digitais e canais lineares.

Apesar do entusiasmo, o modelo desperta preocupação entre clubes de menor expressão e ligas secundárias. Isso porque há um receio quanto à concentração de recursos, que pode acentuar o abismo financeiro entre participantes da Champions e os demais competidores europeus.

Em resposta, a UEFA assegurou que os repasses de solidariedade e os investimentos em torneios paralelos, como a Europa League e a Conference League, serão mantidos e até ampliados conforme o novo faturamento.

Modelo já monitorado

Especialistas apontam que a inclusão de plataformas de streaming pode redefinir o comportamento do torcedor, especialmente entre os públicos mais jovens. A migração parcial do torneio para serviços pagos de streaming pode, por outro lado, levantar questões sobre acesso e fragmentação da audiência.

Esse modelo segue tendências já observadas em outros esportes. A Amazon, por exemplo, já detém os direitos de partidas da Premier League e da NFL nos EUA, enquanto a Apple firmou acordos exclusivos com a MLS.

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RJ
postado em 09/10/2025 13:57
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