
O trem da alegria alviverde no Allianz Parque fez o time equatoriano descarrilar em um Alllianz Parque pulsante do início ao fim da partida memorável - (crédito: Miguel SCHINCARIOL / AFP)
Abel Ferreira recorreu ao mantra de Juanito para pilhar o Palmeiras em busca da virada contra a LDU nas semifinais da Copa Libertadores da América. Na temporada de 1984/85 da Copa da Uefa, atual Liga Europa, o Real Madrid perdeu o jogo de ida para a Internazionale por 2 x 0. Juanito provocou os adversários afirmando: "90 minutos no Santiago Bernabéu são muito longos". O time merengue ganhou em casa por 3 x 0, alcançou a final e ganhou o título contra o Videoton da Hungria. O Alviverde se inspirou naquele milagre e conseguiu.
O português entrou na mente da nação alviverde e da LDU. Goleou o adversário por 4 x 0 e está na final da Libertadores pela sétima vez, a terceira na era Abel Ferreira. Assim como o Flamengo, o Palestra buscará o tetracampeonato, em 29 de novembro, na final única inicialmente marcada para o Estádio Monumental, em Lima, no Peru. O país vive estado de emergência desde o último dia 23. A Conmebol monitora a situação e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, disponibilizou o Mané Garrincha.
Independentemente do palco do espetáculo, quem alcançar a Glória Eterna entrará para a história como primeiro time brasileiro a ostentar quatro estrelas na principal competição continental.
O time paulista conquistou o troféu em 1999, 2020 e em 2021. A equipe carioca em 1981, 2019 e 2022. A capital peruana colocará em cartaz a repetição da decisão de 2021, quando o Palmeiras triunfou por 2 x 1 na prorrogação.
Abel Ferreira organizou o Palmeiras no sistema tático 3-5-2. Bruno Fuchs, Gustavo Gómez e Murilo eram as três torres à frente do goleiro Weverton. Allan e Piquerez posicionavam-se espetados como alas. Mauricio, Andreas Pereira e Ramón Sosa trabalhavam por dentro. Na frente, Vitor Roque e Flaco López movimentavam-se dando opções para passe e abrindo espaço para quem vinha de trás finalizar.
Ofensivamente, o Palmeiras agredia no 3-1-6 com pares de aproximação. Allan e Mauricio na direita. Piquerez e Sosa na esquerda. Flaco e Vitor Roque perto do um do outro. Do outro lado, Tiago Nunes não abriu mão do 3-5-2 e o duelo no campo das ideias era espelhado com as duas equipes na mesma configuração.
A movimentação do Palmeiras confundia a marcação equatoriana. Os defensores dialogavam na tentativa de entender quem deveriam vigiar. Em meio ao exercício de interpretação, Ramón Sosa infiltrou-se na área, recebeu cruzamento da direita de Allan e cabeceu para o fundo do gol Alexander Domínguez para abrir o placar no Allianz Parque, aos 20 minutos.
O segundo poderia ter saído depois de uma roubada de bola de Allan no meio de campo. Ele passou a bola a Vitor Roque, mas o centroavante foi individualista. Partiu em velocidade com a bola dominada. Em vez de devolvê-la a Allan, chutou e foi desarmado pelo zagueiro Richard Mina praticamente em um mano a mano na frente da grande área. O camisa 9 foi fominha.
As jogadas ensaiadas letais são uma das armas do Palmeiras em cinco anos de trabalho de Abel Ferreira. Não falhariam diante da demanda por gols. Aos 49, Andreas cobrou falta rolando a bola para Sosa. Ele cruzou para Vitor Roque e o centroavante serviu Bruno Fuchs, O zagueiro encheu o pé, ampliou o placar e o Palmeiras foi para o intervalo com 2 x 0.
O Palmeiras voltou elétrico para a etapa final e viu o experiente goleiro Álex Domínguez operar milagre. Piquerez colocou a bola na cabeça de Flaco López. O argentino cabeceou no contrapé, mas o arqueiro da LDU conseguiu se recuperar a tempo de intervir.
Tiago Nunes soltou mais a LDU no segundo tempo e começou a causar incômodos ao Palmeiras, mas as bolas paradas continuavam sendo aliadas venenosas do Palmeiras. Raphael Veiga entrou no lugar de Maurício, cobrou uma falta do meio da rua e obrigou Domínquez a espalmar a bola para escanteio. Abel Ferreira colocou Felipe Anderson na vaga de Sosa para renovar ainda mais o gás.
O terceiro parecia questão de tempo e saiu graças ao garçom Vitor Roque. A trama iniciada por Raphael Veiga com passe para o camisa 9 terminou com uma devolução milimétrica do centroavante para o meia Raphael Veiga levar o jogo aos pênaltis àquela altura do duelo. Domínguez fechou o gol para Felipe Anderson em chute cruzado.
Ironicamente, o jogo não foi para os pênaltis devido a um gol de pênalti. Allan incorporou Julinho Botelho na ponta-direita, passou pelos marcadores como quis e foi derrubado dentro da área. Especialista, Raphael Veiga assumiu a responsabilidade, cobrou no meio do gol e decretou a classificação épica no Allianz Parque.
postado em 30/10/2025 23:31
