MUNDIAL SUB-17

Nos pênaltis, Brasil perde para Portugal e se despede do Mundial Sub-17

Depois de um 0 x 0 truncado no tempo regulamentar, lusitanos alcançaram a classificação com 6 x 5 nas penalidades máximas. Seleção Brasileira ainda disputará o Bronze em Doha

A campanha da Seleção Brasileira na fase eliminatória do Mundial Sub-17 foi um teste contínuo para os corações. Depois de avançar nos pênaltis contra Paraguai e França, além de garantir vaga nas semis com um gol no último lance diante de Marrocos, o Brasil voltou a flertar com o drama. Desta vez, sem final feliz. Nas semifinais, enfrentando um forte escalão de Portugal, a Canarinho foi eliminada nas penalidades por 6 x 5, após empate sem gols no tempo regulamentar. A equipe brasileira criou as melhores oportunidades, mas e desperdiçou chances claras. Nos pênaltis, o equilíbrio se manteve até as alternadas, quando Ângelo isolou e confirmou a classificação lusitana.

Fora da finalíssima, a delegação brasileira seguirá em Doha para disputar o terceiro lugar. Do outro lado da semifinal, a Áustria garantiu presença na decisão ao vencer a Itália por 2 x 0. Os italianos serão os adversários do Brasil na briga pelo bronze do Mundial Sub-17.

Mesmo eliminada, a equipe de Dudu Patetuci deixou a campanha invicta. Liderou o grupo após golear Honduras por 7 x 0 e Indonésia por 4 x 0, antes de empatar por 1 x 1 com a Zâmbia na última rodada. No mata-mata, segurou o 0 x 0 contra o Paraguai e repetiu a igualdade diante da França por 1 x 1, ambos com triunfo nas penalidades. Nas quartas, avançou com emoção sobre Marrocos, por 2 x 1, com dois gols de Dell, artilheiro da Seleção no torneio, com cinco bolas na rede.

O jogo

O primeiro tempo apresentou um enredo de equilíbrio, mas com um com leve controle brasileiro no o ritmo da partida. As duas seleções marcaram com eficiência e comprimiram os espaços. A criação ofensiva foi reduzida durante boa parte da parcela inicial. O Brasil só conseguiu a primeira finalização aos 15’ em chute de Zé Lucas por cima, e voltou a ameaçar minutos depois, quando Dell venceu a defesa no corpo, ficou com a bola e finalizou para o goleiro Chelmik salvar em cima da linha. Antes disso, o camisa nove já havia desperdiçado boa oportunidade ao se atrapalhar no domínio dentro da área.

Os lusitanos eram mais tímidos no ataque. A bem postada marcação brasileira bloqueava as tentativas de infiltração dos europeus, que conseguiram responder quase aos 30’, em cobrança de falta. João Pedro fez grande defesa para salvar. Pouco antes, o momento de maior tensão de Portuga havia sido quando a comissão pediu desafio para revisar um possível pênalti. arbitragem identificou toque da bola no braço de Ângelo, porém com o membro colado ao corpo. Sem infração. Em meio a disputas fortes, o placar seguiu zerado quanto o árbitro apitou o fim dos 45 minutos iniciais.

Segundo tempo


O segundo tempo ganhou contornos mais duros. O Brasil teve a primeira chegada em finalização de Felipe Morais, desviada pela marcação e rente à baliza, logo nos primeiros instantes. Na sequência, Tiaguinho pegou sobra de fora da área e soltou um chute forte, interceptado por José Neto. Portugal manteve linhas fechadas e compactas, enquanto o Brasil trocou passes no setor ofensivo, mas novamente esbarrou na dificuldade para transformar posse em finalização.

Portugal levou mais tempo para entrar no jogo e só apareceu com real perigo aos 20, quando Santiago Verdi arriscou de longe e levou susto à defesa brasileira. A partir daí, a partida ficou pegada, com marcação dura dos dois lados. A melhor oportunidade surgiu perto dos 30', para Portugal: João Aragão encontrou Anísio livre na área e finalizou cruzado, mas a bola subiu demais. Em meio à "porradaria", Tiaguinho sofreu chegada pesada de Santiago Verdi. A comissão pediu desafio, mas foi em vão: sem alteração da decisão e cartão amarelo mantido. No fim, aos 46, Dell ainda desperdiçou boa chance após desvio em chute cruzado de Tiaguinho, mas não conseguiu chegar inteiro para matar o jogo.

Pênaltis

A disputa por pênaltis começou em ritmo acelerado, com Tomás Soares abrindo vantagem para Portugal em chute cruzado, rapidamente igualado por Dell, rasteiro no canto. Chelmik colocou os lusos novamente à frente ao bater forte no alto, enquanto Tiaguinho respondeu com precisão na bochecha da rede: 2 x 2. Na terceira série, Santiago Verdi deslocou João Pedro e Zé Lucas devolveu a fidalguia. Yoan Pereira e  Luís Pacheco converteram as quartas cobranças.

Na quinta, o goleiro Romário assumiu a responsabilidade, porém isolou ao mandar por cima da baliza. A chance era brasileira. Ruan Pablo teve a chance de fechar a classificação, mas acertou a trave na quinta cobranã: seguia para as alternadas. João Aragão abriu a nova série ao colocar Portugal outra vez em vantagem e Gabriel Mec respondeu com segurança, no canto e mantendo o Brasil vivo. José Neto voltou a colocar os lusos na frente ao deslocar João Pedro. Na última e derradeira cobrança, porém, Ângelo cobrou muito mal, mandou para longe e decretou a classificação de Portugal: 6 x 5 e festa lusitana.

Ficha Técnica:
Mundial Sub-17 — Semifinais
Brasil 0 (5) x (6) 0 Portugal
Local: Aspire Zone Stadium, em Doha, no Catar
Arbitragem: Vassilis Fotias

Brasil
João Pedro; Ângelo, Luccas Ramon, Vitão e Luís Pacheco; Felipe Morais (Pietro Tavares), Zé Lucas e Tiaguinho; Kayke (Gabriel Mec), Ruan Pablo e Dell. Técnico: Dudu Patetuci
Cartões amarelos: Felipe Morais, Zé Lucas e Luis Pacheco

Portugal
Romário Cunha; Daniel Banjaqqui, Chelmik, Mauro Furtado e José Neto; Bernardo Lima, Anísio Cabral (Zeega), Mateus Mide (Tomás Soares) e Duarte Cunha (João Aragão); Rafael Quintas (Santiago Verdi) e Stevan Manuel (Yoan Pereira). Técnico: João Santos
Cartões amarelos: Rafael Quintas, Bernardo Lima, Anísio Cabral e Santiago Verdi


Mais Lidas