Por Maria Fava* — Nascido em março de 1979, em Curitiba, o professor Noslen Borges de Oliveira tem o riso frouxo e uma vida profissional diversificada. Trabalhou como instalador de pedras de mármore, atendente de repartição pública e em vários outros postos, até que a paixão pela educação o encontrou.
“O ambiente escolar sempre me foi muito comum e confortável”, conta. Filho de uma professora de educação física, foi criado dentro de escolas. Na infância, sempre foi considerado uma criança tranquila e de personalidade amigável. Como aluno, sempre se destacou pelo seu espírito criativo e sonhador.
A descoberta de sua vocação como professor foi um processo gradual, inspirado pela mãe. “Comecei a pensar em qual profissão eu poderia impactar a vida de pessoas e me veio à mente a profissão de professor”, lembra.
Sua primeira experiência em sala de aula foi em um cursinho solidário, onde teve a oportunidade de ajudar pessoas que não tinham condições financeiras e ali teve sua confirmação: "Sim, este é o caminho certo!"
No início da carreira, Noslen enfrentou os problemas comuns da carreira: teve que dar aulas em várias escolas para ter um salário adequado, se sentiu desvalorizado pelos gestores das instituições e pelos pais dos alunos, viu sua energia e tempo serem consumidos pela profissão. No entanto, enxergava os alunos como sua fonte de motivação e alegria.
Em 2015, decidiu iniciar sua carreira na internet, ao perceber a necessidade de se encaixar no mesmo espaço que seus alunos. Com sua forma lúdica e bem-humorada de ensinar a língua portuguesa, o sucesso veio rápido: logo se tornou um dos professores mais queridos do Brasil.
Com mais de 4 milhões de inscritos no Youtube, Noslen se diz extremamente grato a todos aqueles que o acompanham: “Valorizo de coração todos aqueles que me acompanham, fico feliz toda vez que encontro alguns pelos caminho da vida."
Atualmente, o professor deixou a sala de aula para trabalhar exclusivamente pela internet, mas conta que apesar de muitos considerarem esse um trabalho menos complexo, profissões ligadas à produção de conteúdos digitais também podem causar desequilíbrios para a vida pessoal e para a saúde mental.
Noslen lembra que não é fácil encontrar seu nicho e se estabelecer como professor na plataforma e que a luta pela valorização da educação também se faz em outras esferas. “Vou parafrasear Milton Nascimento, que fala que o artista tem que ir onde o povo está. Então, eu, como professor, penso: o professor tem que ir onde o estudante está”, conclui.
*Estagiária sob a supervisão de Priscila Crispi