LUZ AOS FATOS

Pandemia reforça importância de aprendizagem colaborativa, diz professor

Entrevistado do podcast Luz aos Fatos, o professor da Universidade de Brasília (UnB) Ricardo Fragelli fala sobre como o uso de metodologias ativas para a educação e avalia o ensino no contexto da pandemia da covid-19

Jéssica Eufrásio
postado em 29/01/2021 19:01
 (crédito: Editoria de Arte/CB)
(crédito: Editoria de Arte/CB)

O Correio publicou, nesta sexta-feira (29/1), o segundo episódio do podcast semanal Luz aos Fatos, com a aprendizagem colaborativa como tema. O convidado do programa — apresentado pelos jornalistas Alexandre de Paula e Mariana Niederauer — é o professor-adjunto da Universidade de Brasília (UnB) Ricardo Fragelli. O educador fala sobre o uso de metodologias ativas em aulas presenciais e remotas, avaliando o ensino no contexto da pandemia da covid-19. O episódio está disponível nas principais plataformas de áudio, nas redes sociais do jornal, e também pode ser conferido abaixo.

Pesquisador na área de métodos, técnicas e tecnologias para a educação, Ricardo Fragelli discute os desafios para engajar os estudantes, principalmente no momento atual. "Nos últimos anos, havia interesse nessa mudança para uma aprendizagem ativa e colaborativa. Mas, com a pandemia, demos um salto extraordinário de, pelo menos, uns 10 anos", avalia Ricardo.

Além disso, com a quantidade cada vez maior de dados que chegam às pessoas, um obstáculo que tem impacto direto para a educação, segundo o professor, é a questão do engajamento. "Somos bombardeados com informação a todo o momento. O nível de atenção não está só mais baixo para os estudantes. É para todos nós, para todo mundo", observa.

  • Ricardo Ramos Fragelli, engenheiro mecânico, doutor pela Universidade de Brasília (UnB) e professor-adjunto da instituição de ensino, nos cursos de engenharia do câmpus Gama, no mestrado profissional em matemática e no programa de pós-graduação em design
    Ricardo Ramos Fragelli, engenheiro mecânico, doutor pela Universidade de Brasília (UnB) e professor-adjunto da instituição de ensino Arquivo pessoal

Para ele, o cenário exigiu adaptação, mas gerou possibilidades diferentes para cada educador. "Os mais céticos tiveram de se aproximar dessas metodologias. Para quem aplicava, ficou mais fácil, realmente. Mas uma coisa é metodologia, outra coisa é tecnologia. Você não pode aplicar o que fazia em sala de aula da mesma forma no ensino remoto", compara. "Muitos estudantes aprenderam a ter essa adaptação, maior autonomia, descoberta de si mesmo e do plano de estudos. 'O que vou estudar hoje? Posso buscar na internet.' Isso foi uma sintonia muito boa para a educação", acrescenta Ricardo.

Por outro lado, o professor ressalta que surgiram novos obstáculos para a educação, os quais revelaram, especialmente, disparidades entre alunos de instituições públicas e privadas. "Não tivemos só momentos positivos. Tivemos discrepância entre o ensino particular e o público, principalmente na educação básica. Tivemos dificuldades inimagináveis, um estado sem energia elétrica (por exemplo)", ressalta o entrevistado.

Nesse sentido, as metodologias que envolvem a aprendizagem ativa e colaborativa podem contribuir, segundo Fragelli: "(Elas) têm interesse no protagonismo do estudante, na construção dele, na formação escolar, acadêmica. Mas, além disso, (focam) no contexto da colaboração. Estamos pensando na aprendizagem com o colega, entre pares. Há várias delas, algumas conhecidas internacionalmente e compartilhadas com vários professores do planeta. Cabem para o ensino superior e para o remoto", explica.

Confira a entrevista no episódio completo do podcast:

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