PANDEMIA

Ensino fundamental 2 e EJA retomam atividades presenciais no DF

Os estudantes voltaram nesta segunda-feira (16/8) para as atividades nas escolas públicas do DF. Até o fim do mês, está previsto o retorno de todas as modalidades de ensino

Edis Henrique Peres; Rafaela Martins
postado em 17/08/2021 06:00
Dos 250 alunos previstos por turno no CEF da 913 Sul, 170 compareceram, nesta segunda, à unidade -  (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)
Dos 250 alunos previstos por turno no CEF da 913 Sul, 170 compareceram, nesta segunda, à unidade - (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)

Após mais de um ano de ensino remoto devido à pandemia, a Secretaria de Educação (SEDF) estipulou para este mês, e de forma escalonada, o retorno presencial dos estudantes da rede pública do Distrito Federal. Nesta segunda-feira (16/8), foi a vez dos alunos do ensino fundamental 2 — séries do 6º ao 9º ano — voltarem às atividades presenciais. Segundo a SEDF, ao todo, são 124.262 estudantes matriculados em 190 escolas. O retorno também ocorreu para o 2º e 3º segmento da educação de jovens e adultos (EJA), que tem 33.778 pessoas registradas em 89 escolas.

Uma das unidades é o Centro de Ensino Fundamental (CEF) Polivalente, da 913 Sul. O diretor Kleber Villa Flor avalia que o retorno foi tranquilo. “Até o momento, tudo ocorreu melhor do que esperávamos. Temos 1.050 alunos, e com o reagrupamento semanal, estávamos prevendo receber 250 por turno. No fim, recebemos 170. Hoje, fizemos uma operação de correria para limpar a escola do primeiro para o segundo turno. Foram duas horas de limpeza até a chegada da turma da tarde. Confesso que, se pudesse esperar mais para o retorno, seria melhor. Faltam só quatro meses para acabar o ano. Mas é um momento inevitável, a gente sabia que ia chegar. Nossa responsabilidade é dispor aos alunos o que precisam para deixá-los em segurança”, destaca.

Maria José Freitas, 59 anos, servente de serviços gerais, acompanhou o neto, estudante do 6º ano, até a unidade. “Acho que é até bom voltarem agora nesse modelo (híbrido). Mas cada um deve tomar os seus cuidados com uso de máscaras, álcool em gel e lavando as mãos”, pontua. O neto de Maria, Diego Vinícius, confessa estar animado. “Aqui não tenho quase nenhum amigo, ainda, porque estava em outro colégio. Em casa, eu estudava, mas há dias que falta internet ou acaba a energia. E também não dava conta de passar o dia todo estudando no remoto”, explica.

Já a filha de Erlane Viana, 41 anos, estava receosa com o retorno. “Ficamos um pouco inseguros, mas ela tem de estudar. Fico preocupada, mas a orientei sobre os cuidados”, garante. “Ela (filha) estava com um pouco de medo, não sabia se ia conseguir acompanhar todo o conteúdo da escola, porque passou muito tempo sem aulas presenciais. Mas eu expliquei que os professores terão paciência e não vão jogar todo o conteúdo de uma vez. Afinal, por mais que a criança estude em casa, eles têm dificuldade”, acrescenta.

Segurança

Médica infectologista, Ana Helena Germoglio explica os cuidados a serem tomados na retomada do ensino presencial. “É importante que os pais e professores estejam atentos para que ninguém com sintomas respiratórios vá para a escola. O uso correto das máscaras, salas com ventilação e medidas de distanciamento são os protocolos essenciais para evitar contágios. Isso principalmente durante o horário das refeições. É importante evitar que os alunos fiquem próximos ou compartilhando utensílios. Se tiver como optar por locais abertos, também é uma alternativa”, pontua.

Por causa de alunos com sintomas respiratórios, o Centro de Educação da Primeira Infância (Cepi) Angelins suspendeu as aulas de uma turma do Berçário 1 na unidade. No entanto, Ana de Fátima Dias, diretora-geral da Ação Social Renascer, responsável por sete creches públicas do DF, explica que não há nenhum caso de covid-19 confirmado. “Suspendemos essa turma porque tivemos casos de três crianças muito gripadas e febris. Por isso pedimos que os pais procurassem o posto de saúde para verificar, até porque quem pode dar um diagnóstico são os médicos. O problema é que essa época do ano é muito complicada. Muitas crianças têm rinite, sinusite e outras viroses. Agora também é o período em que se tem muitos casos de catapora e diversas doenças que podem ter sintomas parecidos”, explica.

Já o CEF Caseb, na 909 Sul, suspendeu o retorno previsto para ontem devido à infraestrutura. Em nota, a SEDF explicou que as aulas seguem o modelo remoto, sem prejuízo pedagógico aos 632 estudantes da unidade. “A instituição de ensino passa por reforma geral para melhor atender toda a comunidade escolar, que concorda com o retorno das atividades presenciais no dia 30 do corrente mês, com um ambiente físico totalmente recuperado e pronto para a sua utilização”, finaliza.


Auditoria sobre o retorno

O Tribunal de Contas do DF (TCDF) realiza uma auditoria para verificar o atendimento prestado aos estudantes. Além de visitas às escolas e análise dos protocolos estabelecidos pela Secretaria de Educação, a Corte elaborou um questionário on-line para receber respostas dos pais sobre o retorno presencial. O TCDF avaliará as informações prestadas pelos responsáveis sobre o acesso às aulas on-line, materiais impressos, merenda e transporte escolar. O responsável deve responder o questionário para cada filho que esteja matriculado em escola pública. Até o fechamento desta edição, a SEDF não se posicionou sobre a auditoria.

 

Cronograma

Até o fim do mês, todas modalidades de ensino voltarão ao ensino presencial:

» 23 de agosto: ensino médio e da educação profissional e tecnológica

» 30 de agosto: escolas de natureza especial, centros interescolar de línguas (CIL), centros de ensino especial e demais atendimentos

Auditoria sobre o retorno

O Tribunal de Contas do DF (TCDF) realiza uma auditoria para verificar o atendimento prestado aos estudantes. Além de visitas às escolas e análise dos protocolos estabelecidos pela Secretaria de Educação, a Corte elaborou um questionário on-line para receber respostas dos pais sobre o retorno presencial. O TCDF avaliará as informações prestadas pelos responsáveis sobre o acesso às aulas on-line, materiais impressos, merenda e transporte escolar. O responsável deve responder o questionário para cada filho que esteja matriculado em escola pública. Até o fechamento desta edição, a SEDF não se posicionou sobre a auditoria.

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