Rio Grande do Sul

Professora denuncia adolescentes por injúria racial durante aula no RS

Os alunos teriam imitado um macaco quando a mulher virou de costas e justificaram a atitude como um "brincadeira do TikTok"

Correio Braziliense
postado em 02/06/2022 20:03 / atualizado em 02/06/2022 21:05
 (crédito: Reprodução/Governo do Rio Grande do Sul)
(crédito: Reprodução/Governo do Rio Grande do Sul)

Uma professora da cidade de Campo Bom, no Rio Grande do Sul, foi vítima de injúria racial quando dava uma aula sobre eletricidade para alunos do 8º ano. Maristela Santos, que tem 24 anos de carreira, denunciou dois alunos após eles imitarem sons de macaco quando ela virou de costas para dar sequência à aula. 

As atitudes dos alunos já haviam ocorrido antes e foram testemunhadas por uma professora auxiliar. Maristela já tinha levado a situação para a direção, no entanto, quando os alunos ficaram sabendo que a professora tinha conversado com a diretora, voltaram a zombar dela do mesmo jeito.

Ao portal Universa do Uol, Maristela revelou que no dia em que esse caso ocorreu, os alunos teriam dito à ela também que “nada aconteceria porque eu não tinha vídeo ou áudio para provar, além de não passar de uma brincadeira", afirmou ela. Os alunos justificaram a atitude como uma brincadeira do Tik Tok, que não tinha nenhuma relação com a aula sobre eletricidade que ela ministrava.

O boletim de ocorrência foi registrado no dia 13 de maio e a Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS) investiga o caso. Os alunos envolvidos têm 14 e 15 anos e como são menores de idade, vão responder por ato infracional. Quando a investigação chegar ao fim, o caso deve ser encaminhado para o Ministério Público e ao Juizado da Infância e Juventude.

Maristela revelou ainda que nenhum dos alunos envolvidos fez algum pedido de desculpas. "Eles precisam entender a responsabilidade do que fizeram. Sempre me posicionei diante de atitudes erradas, então pensei que, se alguém não tiver coragem de denunciar, isso não vai parar", falou ela também na entrevista.

Em nota ao Uol, a Prefeitura de Campo Bom, que é a responsável pela administração da escola onde o caso ocorreu, afirmou que prestará todo apoio necessário à Maristela. "Campo Bom é uma cidade para todos, e é inadmissível que casos assim aconteçam em pleno século 21. A administração municipal ressalta que acompanhará o caso e prestará todo o apoio necessário à vítima", diz um trecho do texto.

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