VIOLÊNCIA

Entidades e políticos lamentam morte de professora em escola de São Paulo

Professora de 71 anos da Escola Estadual Thomázia Montoro morreu após ser esfaqueada por adolescente de 13 anos. Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP) e classifica a tragédia como abandono escolar

Diogo Albuquerque*
postado em 27/03/2023 13:10 / atualizado em 27/03/2023 14:33
Professora de 71 anos foi esfaqueada por um adolescente de 13 anos dentro da Escola Estadual Thomázia Montoro -  (crédito: Reprodução/Google)
Professora de 71 anos foi esfaqueada por um adolescente de 13 anos dentro da Escola Estadual Thomázia Montoro - (crédito: Reprodução/Google)

Entidades educacionais e políticos lamentam, na manhã desta segunda-feira (27/03) a morte da professora Elisabeth Tenreiro, aos 71 anos. A professora foi esfaqueada por um adolescente de 13 anos dentro da Escola Estadual Thomázia Montoro. Além de Elisabeth, o jovem atingiu pelo menos quatro professores e dois alunos. Elizabeth chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O agressor foi apreendido pela Polícia Civil.

As vítimas foram socorridas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levadas para os Hospitais das Clínicas, Bandeirantes, Universitário e São Luiz. Os alunos passam bem, com ferimentos leves. Não há informação sobre o estado de saúde dos professores. Foi decretado luto oficial de três dias no estado. A escola ficará fechada e será avaliada a reabertura gradual.

Em nota, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) lamentou o ocorrido e classificou o caso como abandono das escolas estaduais. “Mais um caso lamentável e chocante de violência em escola estadual. Faltam funcionários nas escolas, o policiamento no entorno das unidades escolares é deficiente e, sobretudo, não existem políticas de prevenção que envolvam a comunidade escolar para a conscientização sobre o problema e a busca de soluções”, diz a nota.

A Campanha Nacional pelo Direito à Educação (CNDE) afirmou, em nota de pesar, que o caso de São Paulo não é isolado, mas sim um reflexo de um conjunto de problemas estruturais na sociedade brasileira. “O aumento de ideias e comportamentos fascistas, de extrema direita entre a população, de uma cultura de ódio, xenofobia e intolerância em suas mais variadas formas, contribuem diretamente para um cenário propício a atitudes cada vez mais violentas na sociedade, seja nas escolas, ou fora delas”, diz um trecho da nota.

O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin (PSB), prestou condolências e orações à professora Elisabeth e a toda comunidade escolar, pelas redes sociais. "O ambiente escolar deve propiciar o desenvolvimento de nossas crianças e adolescentes e fomentar uma cultura de paz, sendo inaceitáveis manifestações de violência", disse o representante do governo brasileiro.

O ministro da educação, Camilo Santana, colocou o ministério à disposição da secretaria de educação e do governo do estado para colaborar no que for necessário e prestou solidariedade aos familiares e amigos dos professores e estudantes feridos no ataque.

O governador do estado de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos) também lamentou o caso nas redes sociais. “Não tenho palavras para expressar minha tristeza com a notícia do ataque”, disse. O governador ainda afirmou que esforços estão concentrados em socorrer os feridos e acolher os familiares. A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) repudiou o ataque e se solidarizou pais e familiares das vítimas. “Toda a nossa solidariedade aos alunos, mestres, pais e familiares da Escola Estadual Thomazia Montoro. Que essa cultura do ódio, e da violência, não tenha espaço no ambiente escolar, na nossa sociedade”, disse.

Em Brasília, o deputado distrital Fábio Felix (PSol) prestou solidariedade à comunidade escolar. “Acompanhando com absoluta tristeza as notícias sobre esse ataque. Toda minha solidariedade à comunidade escolar”, disse o deputado nas redes sociais.

*Com informações da Agência Estado

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