
*Por Mariana Lopes
Os recentes dados sobre a defasagem no aprendizado de matemática entre os alunos brasileiros são alarmantes e reforçam a urgência de uma mudança significativa no modelo educacional do país. Muitos alunos,especialmente os de comunidades mais carentes, não conseguem dominar habilidades básicas de matemática, o que compromete seu desenvolvimento acadêmico e sua preparação para o futuro. Porém,acredito que um caminho para reverter esse quadro está na implementação de metodologias que integram diversas disciplinas,como é o caso de STEAM (ciência, tecnologia, engenharia, arte e matemática).
A metodologia STEAM é essencial para preparar os alunos para os desafios do século XXI. Ela vai além da simples aplicação de fórmulas ou conceitos desconectados; ela promove o aprendizado ativo e colaborativo, onde os alunos são estimulados a resolver problemas reais e a criar soluções inovadoras. Isso ajuda a desenvolver competências como pensamento crítico, criatividade e colaboração,fundamentais para a formação de cidadãos preparados para um mundo cada vez mais dinâmico e tecnológico.
O Movimento Tech 2030 tem trabalhado, ao longo dos anos, para promovera inclusão e o desenvolvimento de competências que preparem as próximas gerações para o mercado de trabalho. A Maratona Tech, uma de nossas ações mais impactantes, é um exemplo de como podemos inserir o modelo STEAM em atividades que buscam não apenas ensinar,mas também empoderar os jovens de comunidades sub-representadas. Por meio de desafios e atividades práticas, conseguimos engajar esses jovens e mostrar o poder transformador da tecnologia, da matemática e da ciência.
O movimento não se limita ao ensino técnico. Ele também se foca em proporcionar uma formação completa, que vá além do conteúdo programático, envolvendo também questões de empoderamento, autoconfiança e desenvolvimento pessoal. Quando conseguimos conectar os alunos a esses temas de forma significativa, conseguimos despertar neles a curiosidade e o desejo de aprender mais.
Iniciativas como a Maratona Tech, aliadas a abordagens educacionais como STEAM, são essenciais para diminuir as desigualdades no país e proporcionar um futuro mais inclusivo e inovador. Acredito que a educação de qualidade, aliada a uma abordagem prática e voltada para o mercado, pode transformar a realidade dos alunos brasileiros.Quando esses jovens se veem representados, quando percebem que suas habilidades podem fazer a diferença, eles acreditam mais no futuro que podem construir. E, sem dúvida, isso é um passo importante para a criação de um Brasil mais justo, mais inovador e mais preparado para os desafios globais.
*Mariana Lopes é gerente executiva do MovTech2030, coalizão de organizações voltada à inclusão de pessoas de baixa renda e grupos sub representados no setor de tecnologia