IFB lança projetos de agroecologia para reforçar segurança alimentar e geração de renda no DF

Iniciativas aprovadas pelo CNPq vão beneficiar Planaltina, São Sebastião e assentamentos, unindo formação, produção sustentável e restauração ambiental.

Correio Braziliense
postado em 05/12/2025 19:09

Moradores de áreas rurais e urbanas do Distrito Federal terão acesso a uma série de atividades formativas e práticas de produção sustentável, graças a dois novos projetos aprovados pelo Instituto Federal de Brasília (IFB) em chamada nacional do CNPq, destinada ao fortalecimento dos Núcleos de Estudo em Agroecologia e Produção Orgânica. As iniciativas, que serão conduzidas pelos câmpus Planaltina e São Sebastião, têm como foco a segurança alimentar, a geração de renda e a expansão da agroecologia nas comunidades.

O projeto “Educação Ecológica e Quintais Produtivos”, em São Sebastião, coordenado pelo professor Wesley da Silva Oliveira, atuará diretamente com cerca de 225 moradores, incluindo mulheres agricultoras, famílias assentadas e comunidades de ocupações urbanas. Aproveitando a tradição da agricultura urbana na região, que abriga a Horta Girassol, a maior horta urbana do DF, o projeto oferecerá formações gratuitas sobre tecnologias sociais, compostagem e comercialização. 

Estão previstas ações práticas como a criação de três quintais-modelo, 15 unidades de compostagem e 20 bacias de evapotranspiração, além do incentivo à formação de uma cooperativa de mulheres agricultoras. O Câmpus também organizará a Jornada Agroecológica de São Sebastião, aberta ao público, para ampliar a circulação de informações. Já em Planaltina, o projeto “Diálogo de Saberes na Restauração Ecológica Produtiva em Territórios da Reforma Agrária”, sob coordenação da professora Viviane Evangelista, focará em três assentamentos Oziel Alves III, Pequeno William e Canaã.

A iniciativa buscará recuperar áreas degradadas e fortalecer a sociobiodiversidade com a implantação de seis sistemas agrocerratenses, que combinam espécies nativas do Cerrado com o cultivo de milho crioulo, feijões e gergelim. Além de oficinas, visitas técnicas e feiras agroecológicas, o projeto prevê a coleta de sementes nativas, o fortalecimento de casas de sementes e a criação de protocolos de bioherbicidas, alternativas naturais aos produtos convencionais. 

Ambas as iniciativas serão desenvolvidas ao longo de 2026 e incluirão atividades abertas a agricultores, estudantes e demais moradores interessados em alternativas sustentáveis de produção.

*Estagiário sob a supervisão de Ana Sá. 


 

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