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Professora da rede Marista no DF acerta tema da redação do Enem

Roberta Ribeiro trabalhou o tema com os alunos da rede particular em outubro

Malu Sousa*
postado em 26/11/2021 18:30 / atualizado em 26/11/2021 18:42
 (crédito: Arquivo pessoal/divulgação)
(crédito: Arquivo pessoal/divulgação)

A professora de Língua Portuguesa do Colégio Marista Roberta Ribeiro acertou o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ocorrido no último domingo (21). Alocada na unidade da Asa Sul, Roberta relata que o tema foi trabalhado por ela com os alunos em outubro, bem pertinho do exame. “Foi uma alegria, um cuidado de Deus, não tem como não reconhecer isso”, conta emocionada.

Para chegar ao tema, a professora afirma que o segredo foi estar antenada aos anseios da sociedade porque provas do Enem sempre vão tratar das questões sociais. “Todo professor de redação, de produção de texto precisa estar antenado”. De acordo com ela, geralmente, a prova aborda um tema social que vem à tona nos últimos anos. “Eu cheguei ao tema da invisibilidade social observando isso: as pessoas que o Brasil não vê, não enxerga”, reitera.

Ela nunca tinha trabalhado o tema em questão antes de 2021. Mas já acertou em outras edições do Enem, como a redação sobre a inclusão das pessoas com deficiência auditiva na educação, em 2017. Embora alguns temas se repitam ao longo dos anos, o desse ano foi inédito nas aulas da professora de língua portuguesa, por ter se destacado na mídia e em questões governamentais.

Além do tema acertado da redação, trabalhou vários outros temas sociais, que julgou estar em evidência, com os alunos, como educação financeira no ensino básico e o acesso ao tratamento para pessoas com doenças raras. “São temas que afetam a vida das pessoas, estão na mídia e são preocupação de governos e da sociedade”, afirma Roberta.

Orgulhosa, a professora diz ter certeza que os alunos do Marista da Asa Sul estavam preparados, pois ela trabalha para que os estudantes tivessem a capacidade de argumentar para além do senso comum. “Os alunos absorveram não só o tema desta prova, mas os outros também, porque nós trabalhamos por eixo temático. Qualquer que seja o tema que venha, ele está preparado porque conhece sobre o eixo temático, não apenas temas”, conta. O tema da invisibilidade social está no eixo temático cidadania e transversal ao eixo indivíduo no programa de ensino do colégio. Nas palavras de Roberta, isso proporciona ao estudante olhar além da questão social e política da invisibilidade chegando até à emocional, como afeta a dignidade da pessoa humana.

Desenvolvimento do tema 

Como estratégia, a professora utiliza uma metodologia que construiu e vem aperfeiçoando ao longo de seus quase 20 anos de carreira. “É uma estratégia de guerra, na verdade”, explica. Fazer o aluno pensar, organizar as ideias, escrever com clareza os argumentos, precisa ser uma estratégia de guerra muito pragmática, segundo Roberta, principalmente para essa geração muito imediatista.

“Nós chamamos de tropa de elite (baseado no nome do filme) um projeto de terceira série em que produzimos uma redação semanal (uma, duas, quantas o estudante quiser), com correção, análise, aulas extras”. Trata-se de um momento individualizado com o estudante para dar as orientações para as dificuldades da redação de cada aluno. Foi nesse projeto que a professora sugeriu aos alunos que escrevessem sobre a invisibilidade social.

Exames futuros

Sobre palpites para as próximas edições, Roberta diz conversar muito com os os alunos para que eles não se baseiem em suposições, pois quando se trabalha por eixo temático, não importa o tema, o aluno está pronto para o que vier. A professora destaca que não está preocupada em acertar o tema, mas sim em preparar os estudantes para fazer qualquer redação.

“Normalmente o Inep, que faz a prova do Enem, surpreende com temas inusitados. Então fica difícil pensar em um palpite para o ano que vem”, afirma. E completa dizendo que sempre é um problema social para o qual a sociedade precisa de solução e de se ver livre dele. “Eu vejo a redação do Enem como um grande marketing para chamar a atenção para uma questão social”, finaliza.

*Sob a supervisão da subeditora Ana Luisa Araujo

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