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Aulas remotas para alunos da UnB começam nesta segunda-feira (17/8)

Atividades estavam suspensas desde 12 de março e retornarão de maneira totalmente on-line na Universidade de Brasília. Período de adaptação vai até 4/9

Mateus Salomão*
postado em 16/08/2020 19:58 / atualizado em 16/08/2020 19:58
Semestre letivo será retomado a distância -  (crédito: Vinicius Cardoso Vieira/CB/D.A Press)
Semestre letivo será retomado a distância - (crédito: Vinicius Cardoso Vieira/CB/D.A Press)

Está marcada para esta segunda-feira (17/8) a retomada das aulas na Universidade de Brasília (UnB).  O retorno ocorrerá totalmente on-line, e atividades presenciais continuam suspensas nos câmpus. A partir desta semana, os estudantes darão continuidade ao primeiro semestre letivo de 2020, que estava suspenso desde março por causa da pandemia.

O calendário acadêmico segue até 18 de dezembro. Na segunda-feira, começa o período de ambientação para docentes e discentes, que dura até 4 de setembro. A Reitoria avisou em junho que não há possibilidade de volta às aulas presencial em 2020

Como serão as aulas?

A UnB orientou que professores utilizassem as plataformas já utilizadas pela instituição, com a liberdade de escolher outras que sejam gratuitas. Antes mesmo do início das aulas, alunos se habituaram a plataformas, como Google Classroom, Teams, Aprender 3 e SIGAA. E, aos poucos, professores entram em contato por e-mail com estudantes e acertam os últimos detalhes.

Novas regras

O reinício das aulas tem como base resolução apresentada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) em 28 de julho. Segundo a resolução nº 0059/2020, as atividades deverão ocorrer de maneira síncrona (videoconferências e chats, por exemplo) ou assíncrona (como videoaulas gravadas, sites e e-mail).

Neste semestre, não haverá limite mínimo de créditos exigidos aos alunos, como era de costume. Além disso, estará permitido o trancamento de disciplinas durante todo o período letivo, sem prejuízo para o aluno. Sendo assim, o universitário pode trancar a matéria quando quiser sem que isso afete o Índice de Rendimento Acadêmico (IRA).

A relação das disciplinas aprovadas para serem lecionadas remotamente ficou a cargo dos colegiados de cada curso. Professores submeteram os planos de ensino para que fossem aprovados. Aquelas que dependiam totalmente de atividades práticas não foram disponibilizadas para os alunos.

Algumas matérias constituídas de teoria e prática foram reformuladas. Serão somente ofertados os créditos para a parte teórica, ficando os da prática para quando for possível a retomada das atividades presenciais.

Expectativas

A estudante de medicina veterinária Cibele Cristina Amaral procura formas de complementar as aulas
A estudante de medicina veterinária Cibele Cristina Amaral procura formas de complementar as aulas (foto: Caroline Lins / Reprodução)

Cibele Cristina Amaral, 19 anos, estudante de medicina veterinária, ainda está tentando se adaptar à nova modalidade de ensino e às novas plataformas, como o Teams, o Aprender 3 e o SIGAA. Ela busca formas de reforçar ao conteúdo, pois teme que as aulas não sejam suficientes para um aprendizado completo.

A estudante do 2º semestre de medicina veterinária conta que não trancou matérias, mas disse que uma foi retirada automaticamente da grade-horária. Segundo ela, a disciplina retirada foi anatomia, a qual não pode ser feita sem a parte prática.

“Não vai ser tão proveitoso como no presencial, principalmente para nós dos cursos de saúde ou que envolvem muitos conhecimentos práticos mesmo em matérias teóricas. Mas, de alguma forma, vai, sim, ser proveitoso”, afirma a estudante. “Melhor do que ficar parada.”

Compromisso de todos

O estudante de gestão de políticas públicas Andrew Müller, 18, considerou tranquila a adaptação. Ele vê com positividade esse período de retomada. “O modo remoto de ensino com certeza é um fator que dificulta o aprendizado, mas, sendo a única maneira possível neste momento, devemos nos comprometer a fazer dar certo”, pondera.

Ele entende que, dependendo da condição do aluno, será difícil para cursar todas as matérias necessárias. Andrew decidiu não trancar nenhuma disciplina, pois teme atrasar o término do curso.

Andrew destaca que, no cenário atual, o papel da atlética do curso de gestão de políticas públicas foi essencial para a adaptação dos alunos. “É por meio das alternativas e meios colaborativos que a UnB pode pensar em construir um programa coerente com o valor da equidade de ensino”, pontua

Responsabilidade dobrada

Como presidente do Centro acadêmico de Relações internacionais, Camila Justino sente que esse é um período de maior responsabilidade
Como presidente do Centro acadêmico de Relações internacionais, Camila Justino sente que esse é um período de maior responsabilidade (foto: Arquivo pessoal)

Camila Justino, 19, aluna do curso de relações internacionais, é presidente do centro acadêmico dessa graduação. Ela considera que a união das duas responsabilidades tornou a retomada ainda mais carregada de tarefas. “A gente (do Centro acadêmico de Relações Internacionais) está agindo muito nessa parte de passar informações para as pessoas”, afirma.

Como estudante, ela pontua que está organizando os horários, mas acredita que pode acabar sobrecarregada com as atividades. Camila teme que professores passem mais tarefas do que o que estava habituada a fazer. Mesmo assim, continua com as cinco matérias de antes da suspensão das aulas e não quis trancar nenhuma.

A aluna assistiu a algumas aulas on-line durante a pandemia e afirma que o aproveitamento é muito baixo. Ela defende que estar dentro de casa pode afetar no aprendizado. “A dinâmica familiar é muito diferente de uma dinâmica de dentro de sala de aula. Além disso, há todos os problemas técnicos.”

 

*Estagiária sob supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa

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