Estudantes do 6º semestre do curso de farmácia da Faculdade Anhanguera de Valparaíso (GO) promovem uma série de atividades voltadas para a educação em saúde da toxoplasmose. Além de postagens semanais na internet, as futuras farmacêuticas também publicam artigos científicos no site do projeto e lançaram um jogo para educar desde cedo as crianças. A doença é pouco conhecida e pouco divulgada, por isso o Derrotando a toxoplasmose tem como propósito conscientizar as pessoas, alertar para as possíveis sequelas e prevenir.
Em 2019, ocorreram surtos da doença no estado de São Paulo. As estudantes, então, querem desmistificar a questão do transmissor da doença, o gato, pois, muitas pessoas acreditam que matar o animal seria a solução para erradicar a doença. O protozoário que transmite a toxoplasmose se encontra nas fezes do felino e em alimentos contaminados. A doença geralmente acomete gestantes e representa um risco à gravidez, pois o feto pode ter má formação.
Por isso, é necessário fazer a prevenção por meio de saneamento básico, higienização dos alimentos, evitar contato com as fezes de gato, controle de roedores e limpeza das caixas de areia, e não matar o felino. Mas, um dos melhores meios para se cuidar é com a educação em saúde, proposta abraçada pelo projeto.
Atribuições dos farmacêuticos
Para a estudante Laryssa Valladares, 19 anos, participar do Derrotando a toxoplasmose exigiu muita dedicação para transmitir esse conhecimento às pessoas pelas mídias sociais, o que só reforça o papel do profissional da saúde em “procurar formas de não disseminar as doenças e melhorar a qualidade de vida das pessoas”.
A orientadora do projeto, Priscila Arquelau, 31, não só acredita na função essencial da área da saúde, como também reforça o do próprio farmacêutico. “Os projetos são focados na educação em saúde, que farmacêutico também pode fazer. Não só o enfermeiro e o médico, mas também o farmacêutico. Ele tem o papel de educar a população sobre a doença, os métodos de prevenção e sobre o que fazer depois do tratamento”, explica a professora universitária.
O projeto surgiu na disciplina de Estágio Supervisionado em Programas Estratégicos. O estágio tem como objetivo proporcionar aos alunos a oportunidade de elaborar e executar atividades voltadas para doenças transmissíveis contempladas pelo Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica.
Além da toxoplasmose, escolhida pelas estudantes, outros grupos estão trabalhando paralelamente a dengue, a zika e o tabagismo, por exemplo. Todos devem fazer um cronograma de atividades – que podem ser desde vídeos educativos a saídas de campo para efetuar a conscientização nas ruas – e, posteriormente, escrever um relatório final das atividades produzidas.
Aprendizado descontraído
O Derrotando a toxoplasmose teve início em agosto, e no início de outubro ocorreu o lançamento do jogo. As pessoas podem tanto baixar o aplicativo para Android como também jogar on-line pelo computador.
Segundo Laryssa, a ideia de implementar algo lúdico surgiu enquanto a própria estudante aproveitava o tempo livre para jogar videogame. O jogo torna o aprendizado mais fácil, descontraído e pode ter uma consequência positiva dentro dos lares. “Com o jogo, espera-se que uma criança consiga educar os pais”, relata a professora orientadora do projeto. “Quero que tenha um alcance maior, por ser uma doença que não é tão conhecida.”
Assim, o projeto prevê alcançar três públicos distintos: crianças, pesquisadores e usuários da internet. A professora e as estudantes se reúnem semanalmente para discutir resultados e métricas do Instagram, Facebook e do site. A previsão é que finalize em dezembro, mas Priscila Arquelau incentiva para que haja uma continuidade. “Eu não quero que o projeto em si acabe porque as doenças não acabaram. A informação ela tem que ser persistente, eu tenho que pelo menos alimentar e educar a população com informação”, reitera a farmacêutica.
Derrote a toxoplasmose
Para acompanhar as informações e conhecer o projeto, acesse o Facebook ou Instagram (@derrotando.a.toxoplasmose) e também explore os conteúdos no site.
*Estagiária sob supervisão da editora Ana Sá