Após ter o processo de cotas indeferido pela banca de heteroidentificação da Universidade Federal de Goiás (UFG), Richard Aires Souza, 19 anos, realizou a matrícula nesta terça-feira (6/8) após decisão judicial. As aulas estão previstas para começar em 11/8 e ele foi matriculado no curso de bacharelado em biotecnologia.
A banca de heteroidentificação é responsável por analisar o fenótipo do candidato, sem considerar ascendência ou outros documentos. O procedimento é filmado para garantir transparência e permitir recursos administrativos. Mesmo apresentando características de uma pessoa parda, foi considerado como tendo “pele clara” e “cabelo liso”.
Filho de mãe negra e pai branco, Richard não foi reconhecido pelo grupo como pardo. Ele havia sido aprovado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 13 de fevereiro e, no dia 26 do mesmo mês, compareceu à universidade para ser avaliado pela comissão. O resultado foi informado ainda no local: seu pedido para ingresso pelas cotas raciais foi negado.
Insatisfeito com a decisão, o estudante recorreu no dia seguinte, apontando características que, segundo ele, se enquadram nos critérios exigidos, como nariz largo e lábios grossos. No entanto, o recurso foi novamente indeferido pela banca de heteroidentificação em 27 de fevereiro.
-
Leia também: USP explica por que barrou cota de aluno: "lábios finos e cabelo raspado"
-
Leia também: Justiça manda USP matricular outro aluno barrado na heteroidentificação