Joseane Araújo, 39 anos, mãe de Ronald Araújo, 19, compartilhou vídeo nas redes sociais acompanhando o filho no início da jornada no ensino superior. O jovem, que foi aprovado no curso de engenharia de controle e automação, no Instituto Federal do Ceará (IFCE), tem seu esforço celebrado pela mãe, que o ajudou a superar dificuldades de aprendizagem no ensino básico.
A trajetória de Ronald é um exemplo de perseverança e apoio familiar. Morador de Sobral, no Ceará, o jovem sempre estudou em escola pública e enfrentou grandes dificuldades de aprendizado. Com apoio da mãe, do pai e de professores dedicados, ele encontrou forças para não desistir dos estudos. “Ele só aprendeu a ler de verdade no 5º ano, depois de muitas tentativas, muito esforço. Eu mesma tentava ensinar, mas ele não conseguia juntar as letras. Foi um período muito difícil”, relembra a mãe.
Durante a caminhada no ensino básico, Ronald chegou a pensar que não conseguiria aprender e, desanimado, dizia que era “burro”. Após ser avaliado por um neuropediatra, ficou claro que ele não tinha nenhum transtorno de aprendizagem — sua dificuldade era apenas reflexo da falta de incentivo. Foi, então, que Joseane encontrou uma forma carinhosa de motivar o filho, passou a fazer um bolo em casa para comemorar qualquer nota que ele tirasse, transformando cada pequena conquista, em motivo de comemoração.
Novas etapas
Foi durante a adolescência que Ronald descobriu sua paixão pela programação. Fascinado por criar jogos e escrever códigos. Logo percebeu que, para transformar esse interesse em profissão, seria necessário ter um diploma, nesse momento, entrou em crise, queria ser programador, mas não queria fazer faculdade. Foi a mãe quem o convenceu de que o caminho para conquistar espaço nesse mercado exigia formação acadêmica.
Aos 17 anos, Ronald decidiu, pela primeira vez, tentar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), passando a dedicar noites inteiras aos estudos. O jovem surpreendeu a família ao conquistar boa pontuação, suficiente para garantir a vaga no Instituto Federal do Ceará (IFCE). “Foi a realização de um sonho muito grande, uma felicidade enorme. Um aluno de escola pública, que não acreditava nele mesmo”, conta a Joseane.