O poodle chamado Bili nasceu sem as patas dianteiras — condição rara, pouco estudada e negligenciada pela indústria de acessórios veterinários. Com projeto de estudantes de medicina veterinária e engenharia da computação do Centro Universitário de Brasília (Ceub), Bili voltou a andar com a ajuda de uma cadeira de rodas anatômica e de baixo custo, desenvolvida a partir de tecnologias de prototipagem rápida e impressão 3D.
O projeto envolveu mais de 50 horas de trabalho, testes, falhas e correções. A iniciativa começou como projeto de iniciação científica das alunas de medicina veterinária Beatriz Miranda e Sarah Mazetti. O caso exigiu revisão aprofundada de pesquisas anteriores, mapeamento de requisitos técnicos e materiais adequados para dispositivos assistivos, além de criatividade por parte dos estudantes.
O processo começou com medições detalhadas do corpo de Bili — altura, largura do tórax e comprimento, o escaneamento 3D e um molde de gesso para validar proporções e áreas de apoio. A partir daí, as alunas projetaram a modelagem digital em software CAD, em que ajustaram ergonomia, conforto e resistência.
Com o apoio do curso de engenharia da computação do Ceub, o estudo evoluiu para a fase prática, transformando os modelos digitais em peças físicas. Apesar dos obstáculos, os testes iniciais já mostravam que Bili se adaptava bem. O protótipo foi concluído a um custo de R$ 448,81, valor 63% inferior ao de cadeiras de rodas comerciais, que podem ultrapassar R$1.200.
Estagiária sob a supervisão de Ana Sá