A mostra de cursos da Universidade de Brasília (UnB), evento que ocorre durante a Semana Universitária, conta com a participação de mais de 70 cursos em exposição. A ideia é apresentar aos estudantes que estão prestes a iniciar a vida universitária um pouco do que é a instituição e cada curso que ela engloba. As atividades estão ocorrendo das 8h30 às 12h e das 14h às 18h, nos pavilhões Anísio Teixeira e João Calmon.
No primeiro dia da mostra de cursos, foram oferecidas diversas oficinas, entre elas, está a do curso de jornalismo, que contou com a participação, pela manhã, da jornalista Juliana Nunes, 45 anos, graduada e doutora em comunicação pela FAC. Hoje, atua como gerente de jornalismo digital pela EBC- Agência Brasil e diz que, a convite da professora Dione Moura, diretora da Faculdade de Comunicação, a quem diz possuir um enorme carinho, resolveu prestigiar o evento que, segundo ela: “Me causa muita emoção ao ver os estudantes do ensino médio, nesse período que é precioso, importante e bonito ao longo da vida, — em que você sonha — participando e podendo ter a oportunidade que muitos não tiveram”, afirma.
A exposição do curso de jornalismo conta com oficinas aos estudantes que escolhem visitá-la, como a atividade “Você na TV”, que apresenta a ideia de imaginar-se na posição de apresentador, além de explicações dos alunos da graduação acerca do curso, espaço disponível para fotos, exemplares de materiais produzidos pelas turmas da graduação, entre outras atividades.
O curso de letras: língua e literatura japonesa, alocado para a mostra no Pavilhão Anísio Teixeira (PAT), teve como uma das atrações do dia. O aluno Marcelo Nascimento, 29, estudante da graduação, que, na entrada da sala de exposição, esteve tocando Gotham — instrumento musical japonês de três cordas — .
Além das habilidades apresentadas por Marcelo, também ocorrem oficinas de origami, escrita de nomes em japonês e decorações espalhadas pela sala para apresentar um pouco da cultura aos visitantes. Segundo Giovanna Ojeda, 22, estudante do mesmo curso e uma das organizadoras do evento, em comparação ao ano passado, a visitação e a participação dos estudantes têm sido maiores.Giovanna Ojeda diz ter como expectativa, para os dois dias da mostra, apresentar o curso aos estudantes que visam à entrada no ensino superior, mas também aos discentes da UnB que não sabem da existência do curso, uma vez que é noturno e, segundo ela, pequeno em quantitativo de alunos.
Outra exposição que chamou a atenção dos visitantes foi a do curso de letras: língua portuguesa e respectivas literaturas. Ao longo da manhã, estavam sendo ofertadas oficinas de colagem, bordado e escrita criativa autoral, além da mostra de trabalhos de pesquisa, extensão, conclusão de curso e mais.Para a professora do laboratório de redação, Carolina Gonzalez, 39, essas atividades são realizadas com o objetivo de atrair os jovens que estão com dúvidas a respeito das trajetórias profissionais e escolha de curso, para o universo de letras. Segundo ela: “Fazemos um trabalho que vai além do acadêmico formal e tradicional. Incorporamos novas formas de concepção de texto, além do texto ampliado que trabalha a criatividade e o desbloqueio criativo .”
Como expectativa para a mostra de cursos, a professora de análise de discursos do Departamento de Letras Paula Gomes Lima, 35, diz “trazer um senso de intimidade” do texto com os estudantes. Ela afirma que o bordado e a colagem são exemplos de textos que não lidam com as palavras, mas leva a uma escrita autoral que, segundo ela, transforma os atuais estudantes do curso, que futuramente serão professores, de acordo com ela: “Futuras pontes entre os alunos e a linguagem.”
Para o curso de ciências biológicas, os estudantes prepararam exposição de diversos projetos de extensão realizados pelo curso da graduação, como o Cine Bio, Jardim Louise Ribeiro, Endêmica — empresa júnior da biologia — entre outros projetos.O Jardim Louise Ribeiro surgiu como uma maneira de homenagear a ex-aluna, vítima de feminicídio, cujo projeto carrega o nome. Com o crescimento da iniciativa, tornou-se o primeiro jardim naturalista de cerrado do mundo.
Segundo Luna Brum, 21, estudante do bacharelado de ciências biológicas, os estudantes levam consigo as pautas de estudo do Cerrado e a violência contra mulheres, dois temas diferentes, mas que, para ela, se conectam dentro do projeto e influenciam positivamente a sociedade.
*Estagiária sob supervisão de Ana Sá